Nesse episódio extra do Clube, não falarei sobre uma música específica, mas falarei sobre todas elas.
Hoje, ousarei contar a história da música, sua origem e evolução até os dias atuais.
Vem comigo?
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Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima e Caio Camasso>
Edição de áudio: Rogério Silva
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Hoje, ousarei contar a história da música, sua origem e evolução até os dias atuais.
Vem comigo?
Quem já ouviu a primeira temporada, sabe do que eu estou falando. A música, cara, ela nos salva todos os dias e na maioria das vezes, ainda nos deixam de presente belas histórias. E essa é a missão do Clube da Música, contar boas histórias e espalhar música pela rede.
A primeira temporada do Clube, foi lançada com 10 episódios, produzidos com muita paixão e respeito à essas histórias e no episódio 10, onde falo da canção de regresso: “O Portão,” de Roberto e Erasmo Carlos, ainda tive a participação do Luciano Pires, que vejam só, relançou esse episódio no “Café Brasil 617.” Desde então, novos assinantes e seguidores chegaram, me motivando ainda mais a continuar com essa missão.
Você já está seguindo o Clube nas redes sociais? É importante que siga, pois, eu complemento as informações dos episódios que são narrados nesse podcast por lá. O Clube, está no Facebook, no Twitter e no Instagram. Procure por “Clube da Música Autoral.” Só de me acompanhar, você já começa a fazer parte desse Clube.
E no WhatsApp, rola um a lista de transmissão do Clube e para quem prefere. Posso te enviar os novos episódios por lá; o link está na descrição desse episódio.
A segunda temporada, ainda não começou; o episódio de hoje é só um aperitivo, mas tenho novidades quentes para divulgar… O site do Clube da Música Autoral, já está no ar, acesse: clubedamusicaautoral.com.br e tenha acesso a todo material do Clube em um só lugar. Quero avisar também que o Clube está com logotipo novo também. O barbudo com fones de ouvido, foi evoluído e ficou muito legal.
A segunda temporada do Clube, vem aí, com muitas emoções. E eu criei uma enquete, para você me ajudar a escolher o próximo tema do Clube.
Funciona assim… eu listei algumas bandas e músicos que eu acho que renderiam um bom episódio do Clube; essa lista, você encontra no site do Clube. A cada voto, você também apoia, para manter o clube no ar.
Os temas mais votados, passam na frente e são lançados nos próximos episódios. Legal né?
Eu preciso muito da opinião de vocês, tá? E caso o tema da sua preferência, não esteja na lista, é só me avisar por qualquer rede social, que eu adiciono para você poder votar. Fechado?
Feliz e agradecido, faço questão de lembrar do “Cristian Fernandes,” que apoiou o Clube, com o nosso novo site personalizado; ao “Patrick Lima”, que lá dos E.U.A, ouviu o Clube e quis ajudar nessa missão… foi ele que atualizou o logo e está fazendo as imagens da nova temporada. E claro, a “Tiemi Yamashita,” que desenvolveu a campanha enquete do Clube, dando assim, a contraproposta que faltava para o seu apoio. São três pessoas incríveis e sensíveis, que ouviram o Clube e fizeram questão de ajudar para que essa ideia não morra.
Recados dados, vamos falar de música.
É muito difícil narrar a origem da música. Antropólogos, geralmente concordam que, os sons da natureza, foram a principal inspiração do homem, para que ele criasse a música, pois em determinado ponto da nossa evolução, passamos a imitar o som da natureza.
Essa teoria será bem aceita, caso você seja um darwinista e assim como eu, acredite na teoria da evolução das espécies.
Mas em contrapartida, a bíblia nos diz: “Certa vez, Deus criou um grande músico, o melhor de todos. Ele foi feito com o selo da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Em seu corpo haviam tamborins e pífaros. Mas então, inesperadamente ele começou a praticar a maldade e pior, chegou ao ponto de achar que seus dons e talentos eram maiores do que o próprio Deus. Como castigo foi expulso do paraíso.”
Seu nome era: “Lúcifer,” o anjo de Luz. Segundo o livro de Ezequiel, Satanás, como é mais conhecido pelos religiosos, era músico; tocava tambores, tímpanos, além de ser o regente do coro celestial.
A Bíblia ainda nos conta, que na Terra, a música, foi inserida por Deus, através de Davi, para que fosse usada na organização dos ministérios e auxiliasse os demais, na cura da libertação da alma.
Legal né? Mas eu prefiro a teoria de Darwin, pois, mesmos os animais que emitem sons, evoluíram e os mais harmoniosos, são com certeza os pássaros. Mas, vocês já pararam para ouvir o canto das baleias?
É sabido que, os cantos, tanto das baleias, quanto dos pássaros é uníssono; se resumindo, a uma mistura de notas consonantes, que soam harmoniosas. Mas, recentemente, uma pesquisa da “Universidade de Vienna,” descobriu, que existe um pássaro, cujo seu canto, pode ser interpretado na escala musical humana. A mesma escala, que usamos para compor e tocar instrumentos.
Seu nome é: “Turdus Philomenos,” uma espécie de pardal, popularmente conhecido como: “Tordo Eremita.” Ouça um pouco do seu canto:
Esse é um dos mais incríveis sons da natureza.
O primeiro instrumento humano, a ser usado na música, foi a voz humana e isso só aconteceu, após o homem das cavernas, ter dominado a habilidade da comunicação.
Simultaneamente, desenvolveram a capacidade de bater em troncos, usando ossos e outros objetos, que ressoassem como tambores. O canto e a percussão, eram usados em rituais primitivos e é, com certeza, a mais antiga expressão musical humana.
O primeiro instrumento musical unissonante, que se tem notícia, é uma espécie de flauta, forjada em osso. Estima-se, que esse osso, tenha 33 mil anos de idade. Apesar dos estudiosos, afirmarem que o homem, já tocava flauta a 50 mil anos atrás.
Provavelmente, a flauta evoluiu de apitos, usados pelo homem para organizar suas caçadas e avisar sobre ataques de predadores. Os furos feitos nos ossos, acabaram por mudar a tonalidade do apito e assim, pela primeira vez, o homem, pôde manipular as notas musicais.
Todos sabemos, que a África é o berço da humanidade e foi lá, em uma tribo à mais de 10 mil anos, que surgiu o primeiro instrumento de corda, que embalou a verdadeira evolução musical. O primeiro desses instrumentos que se tem notícia, era feito usando um fiapo de tripa animal esticada com os braços, que ao ser tocada, próximo da boca aberta, emitia um som parecido com o do “berimbau.” A boca, funcionava como uma caixa de ressonância e o som mudava, conforme a abriam e fechavam.
Logo, começaram a acoplar cabaças e cascos de tartaruga, para que ressonassem, sem o uso da boca e assim, foram adicionando mais fiapos de tripas, até o instrumento evoluir e ficar parecido com uma arpa primitiva.
Mas antes de ser arpa, os Persas da Mesopotâmia, a batizaram de: “Kitara.” Daí, já sabemos a origem do nome “guitarra.” Certo?
Mas a guitarra, ainda estava longe de ser criada. O primeiro instrumento de cordas, feito de madeira e um braço de apoio, foi o “Alaúde.” Ele, é o avô de todos os instrumentos de cordas e a sua criação, foi significante para a evolução da música.
Não sabemos qual povo inventou o Alaúde, mas sabe-se, que ele foi levado do Egito para a Europa e lá, evoluiu para a rabeca, tocada com um arco e que veio a se tornar o violino.
O Alaúde, também foi levado para a índia, e lá, evoluiu para a “Cítara.”
A grande evolução dos instrumentos musicais, aconteceu na Europa, quando passaram a usar crinas de cavalos, para refinar o som dos instrumentos.
A música era símbolo da nobreza e podia ser ouvida, apenas nos palácios dos grandes sacerdotes e reis da antiguidade. Em 1950, na Síria, foram descobertas, escrituras datadas de 3.000 anos atrás. Nelas, estavam escritas, com uma linguagem primitiva, notas musicais. Recentemente, na reconhecida “Universidade de Berkley,” nos E.U.A., Um profundo e minucioso estudo, foi feito para traduzir a sequência de notas, escritas naquele documento histórico.
O que você vai ouvir agora, é a sequência de notas de uma canção, escrita a 3 mil anos atrás, executada por músicos de Berkley, com um instrumento chamado: “Sammûm de nove cordas.” Um tipo de harpa, ou lira.
Cara, que incrível! Isso me arrepia. É como se voltássemos, 3 mil anos no passado.
Os romanos, utilizavam a música na guerra, para sinalizar ações das tropas e também para cantar os hinos das vitórias conquistadas. A música também, possuía um papel fundamental na religião e em rituais sagrados, assim como no Egito, onde os egípcios, acreditavam na “origem divina” da música, que sempre esteve relacionada ao culto aos deuses. Geralmente, os instrumentos eram tocados por mulheres, chamadas: “sacerdotisas.”
Os chineses,, além de usarem a música, em eventos religiosos e civis, tiveram uma percepção mais apurada da música e de como ela refletia sobre o povo, chegando a usar a música como “identidade,” ou forma de “personalizar” momentos históricos e seus imperadores.
No ano 500 antes de Cristo, uma evolução drástica, ficou marcada com a descoberta das notas musicais:
Pitágoras, um grande filósofo grego, foi quem as descobriu, usando apenas um pentagrama. Pitágoras, percebeu que os sons harmônicos, se repetiam na metade da corda; depois a terça parte, e depois a quinta parte, e assim, ele criou os intervalos de quinta, terça e oitava, do qual, podem explicar, 90% das músicas que conhecemos hoje.
Outra evolução, que marcou a história da música, foi a invenção da notação musical, da qual, nasceu uma escrita. Hoje, a conhecemos como: “partitura musical.”
Muitas maneiras diferentes, foram usadas para escrever música, mas apenas no século V, esse formato se padronizou, com 5 linhas horizontais e os símbolos das notas como a conhecemos hoje. Dessa forma, as obras musicais, se eternizaram e passaram a ser levadas adiante por gerações. Um dos primeiros temas musicais escritos nesse formato, que se tem notícia, são os “cantos gregorianos.”
Nos últimos 500 anos, a música evoluiu a níveis inarráveis, para ser contado em apenas um podcast. Os pontos principais dessa evolução, são aqueles que deixaram rastros e acabaram por influenciar, a música moderna como a conhecemos hoje.
Entre esses rastros, talvez o mais importante, seja da música clássica ou erudita. Com a evolução do Alaúde para rabeca, que se tornou o violino; uma nova família de instrumentos de cordas, surgiu e com eles, uma nova compreensão da arte.
Em Roma, as peças teatrais, passaram a ficar mais dramáticas, com a adição de trilhas sonoras, mas a música, que chegou como coadjuvante, logo roubaria a cena com a criação das imponentes orquestras e seus concertos.
No século XVII, incríveis peças musicais, foram escritas, e as mais relevantes, foram compostas, por músicos como: “Mozart,” “Beethoven” e “Bach;” que elevaram o nível desses concertos. Foi quando os instrumentos, passaram a serem organizados por famílias.
Na família das cordas, temos o imponente quarteto, formado por: violinos, violas, violão, cellos e baixo.
Na família das madeiras: O oboé, a flauta, e a clarineta.
Na família dos metais: O trompete, a trompa, o trombone e a tuba.
E na família da percussão: o tímpano, o gongo, o xilofone e os pratos.
Mas, como propagar um som de qualidade, para um público enorme ao ar livre, em pleno século XVIII?
Foi nessa época, que aconteceram evoluções acústicas incríveis, usadas como referência até hoje, como a criação das conchas acústicas; locais construídos, com a função de melhorar e expandir o som das orquestras. Em um único concerto, até 80 músicos, se apresentavam e a quantidade de Instrumentos, variava de acordo com a emissão sonora de cada um. É por isso que existem vários instrumentos de cordas numa orquestra; para compensar o volume em comparação a outros instrumentos. E assim, era feita a mixagem de todos aqueles instrumentos e para organizar, no século XVIII, segurando uma varinha, surgiu o regente. Ou melhor, o “Maestro.”
Foi nesse período, que também surgiram os pianos. Poucos sabem, mas o piano, também é um instrumento de cordas, evoluído do cravo. Cada tecla, funciona como um martelo, que ao ser pressionada bate em uma corda específica, afinada para emitir um determinado tom.
O piano, era a maior invenção musical já imaginada, pois, pela primeira vez, um único instrumento, tinha a perfeita precisão das notas, que podiam ser tocadas de forma independente e o piano, nas mãos de músicos incríveis, podia ser usado para compor uma peça complexa.
O alaúde,, aquele mesmo, que inspirou o violino e consequentemente as orquestras, também inspiraria a criação de outro instrumento, que mudaria a história da música… “o violão.”
Na origem Árabe do seu nome, alaúde, começa com “Ala,” pois, é considerado um instrumento dos Deuses. E ude, vem de “rude;” uma tradução para “corda.”
Na Espanha, o alaúde, com seu tradicional formato de pera, acabou evoluindo para a Vihuel;, parecido, porém, seu corpo era em formato de 8. Logo,, mudaram sua afinação e acabou conhecida, como: “Guitarra Renascentista.” Provavelmente, influenciados pelo momento de maior inspiração artística, do século XIII ao XVII. A partir do século XVIII, começou o período barroco e a guitarra, também passou a se chamar “barroca.” E em Portugal, surgiu um modelo com cordas de aço, inspirada na guitarra barroca, que foi chamada de: “viola portuguesa.”
Com a vinda dos jesuítas para o Brasil, eles trouxeram à tira colo, a viola e passaram a usá-la na evangelização dos nativos. É nessa fase, que começa a ser contada a história da música no Brasil.
Mas, antes de irmos para o Brasil, deixa eu concluir a história do violão: Na Espanha, a guitarra barroca, evoluiu para a guitarra romântica, já no formato que conhecemos hoje e ao chegar em Portugal, os patrícios, ao notarem que ela era maior que a viola, passaram a chamá-la de “violão;” um aumentativo de viola. Por isso, no mundo todo, o violão, se chama “guitarra acústica,” menos no Brasil e em Portugal, onde esse apelido pegou.
Como os livros de história, não nos deixam esquecer: Navios europeus, se lançaram ao mar, em busca de novas terras. E ao chegarem na América, espalharam toda a sua cultura e sinto informá-los, mas tudo o que sabemos sobre música, é de certa forma, uma adaptação da cultura musical europeia. A única expressão legitima, que também influenciou o mundo e é tão,, ou até mais importante, que as do velho continente, é a cultura musical africana.
Ao serem escravizados e levados, para outros continentes, os africanos, felizmente conseguiram manter suas origens musicais e essas raízes, são profundas. Heranças das primeiras civilizações do planeta.
A música africana, pode ser resumida em instrumentos percussivos e cantos., pois, somente no século VII, sob influência dos árabes, é que instrumentos harmônicos, chegaram ao sul da África e adivinha, quem foi o primeiro? Ele, o Alaúde.
Por volta do ano de 1500, escravos africanos, vieram em navios negreiros para a América, trazendo a mão de obra necessária, para transformar a América, em um puxadinho da Europa, mas o que aconteceu, foi um misto de influências. A América, hoje, se resume musicalmente, em uma mistura de ritmos africanos, com melodias europeias. E o grande momento da música no continente americano, foi no século XX.
Mas, antes de falar da música no continente americano… é muito importante falar, sobre algo que aconteceu na França, em 1860.
Hoje, ligamos nosso smartphone e em questão de segundos, estamos ouvindo a nossa canção preferida, certo?
Agora, tente imaginar uma época, onde a música era algo momentâneo, cujo aquela melodia, só poderíamos ouví-la, se algum musico a tocasse para nós.
Foi assim, até 1860, quando a primeira música foi gravada, em uma máquina, chamada: “fonoautógrafo.” Inventada pelo francês, “Edouard-Leon,” a maquina futurista, criava imagens visuais do som, usando uma agulha que se movia com as ondas sonoras e as marcava em um papel coberto de fuligem. Esse registro histórico, foi restaurado em 2008. O que você vai ouvir agora, pode soar estranho, até assustador, mas acredite… é uma bela canção.
Agora, ouça essa mesma canção, regravada em 1931
Outra máquina futurística, que mudou a história da música, foi o rádio. A primeira transmissão de voz humana, via ondas eletromagnéticas, se deu em 1906 e foi feita, pelo canadense “Reginald Fessenden,” mas, existem controvérsias sobre quem teria inventado o rádio.
As primeiras emissoras de rádio, surgiram em 1920, com o intuito de transmitir informações sobre a guerra e no meio tempo, entre essas informações, músicos, tocavam piano. Aquilo era transmitido para uma audiência pequena, até a década de 40, quando aconteceu a popularização dos aparelhos radiofônicos e mudou consideravelmente, a história da música.
Chegamos finalmente, na fase da música moderna, como a conhecemos hoje.
Os E.U.A, foi palco de uma das maiores, se não, a maior, evolução musical da era moderna. Eu adoro essa história e peço licença para contá-la em detalhes:
Em 1739, próximo a Charleston, na Carolina do Sul, um grupo de escravos americanos, iniciou uma marcha por liberdade. Essa, é considerada a primeira revolta de escravos nos E.U.A. Conta-se, que ao entrarem em confronto, os negros, mataram cerca de 25 brancos. Os rebeldes, acabaram capturados e foram executados em praça pública.
Em resposta, o governo da Carolina do Sul, fez uma série de proibições. Os negros, foram proibidos de plantar seus próprios alimentos; de aprender a ler e escrever; de se reunir em grupos; de usar boas roupas, e principalmente, foram proibidos de matar qualquer pessoa, que fosse “mais branca” do que eles. Como os brancos americanos, suspeitavam que os tambores, eram utilizados como uma forma de comunicação dos negros, eles também foram proibidos.
A proibição, se espalhou pelo país e o único lugar onde os negros podiam se reunir, eram nas igrejas; daí o surgimento da “música gospel”, com letras inspiradas pela Bíblia; que eles cantavam à capela, (sem instrumentos)
Os instrumentos toleráveis, dos quais, negros podiam tocar, eram o violão, a gaita, e o piano; Encontrados geralmente nas igrejas. Em meados da década de 1930, negros latinos, migraram para os E.U.A e com eles, trouxeram de volta, a tradição dos tambores caribenhos. Logo nasceu, o Jazz e o Blues.
Quando o cinema falado surgiu, em 1920, junto com ele, estava a música e a arte cinematográfica, está diretamente envolvida, com a arte musical.
Filmes e suas trilhas sonoras, nos emocionam desde o surgimento do cinema falado.
Na década de 40 e 50, no Estados Unidos, também sugiram as “big bands” e a guitarra acústica, foi adotada como símbolo, da nova música negra americana. Rejeitada pelos racistas americanos, o blues, o jazz e o R&B, chegaram na Inglaterra, influenciando uma nova geração de músicos, e aí, meu amigo, a mágica aconteceu. Essa tal “década de 60”, mudou tudo o que conhecíamos sobre música. Principalmente, porque, uns “garotos de Liverpool,” se reuniram para tocar essas canções dos negros americanos; aqueles, que foram impedidos de bater seus tambores e aprenderam a tocar guitarra. Olha no que deu…
A guitarra elétrica, é uma adaptação da guitarra acústica, a fim de eletrificar e amplificar o seu som. Logo, perceberam que o corpo de madeira maciça, era melhor para a finalidade de amplificar o som. E “Leo Fender”, “Adolph Rickenbacker” e “Les Paul”, foram pioneiros, na arte de fazer guitarras sólidas, sendo esse último, Les Paul, também o inventor do “gravador multipistas”. Uma invenção, que mudaria a forma como as músicas eram gravadas.
Já, aqui no Brasil, a história da música evoluiu de forma diferente. Os tambores não foram proibidos, ainda bem. Mas nem por isso, foram incentivados pelos conservadores imigrantes, que insistiam em viver um estilo de vida Europeu, na terra do pau Brasil.
A viola portuguesa, trazida pelos jesuítas, logo, foi adaptada pelos brasileiros e ficou com 10 cordas duetadas. Elas eram tocadas nas missas e em encontros religiosos, pelo interior do país. Foi daí que surgiram as primeiras duplas caipiras, o que viria a caracterizar aquele instrumento, com o nome de: “viola caipira.”
No Brasil, a primeira gravação foi feita em 1902, pelo compositor, ator e humorista: “Xisto Bahia.” Ela se chamava: “Isto é Bom” e faz parte da história da música brasileira.
Em meados do século XIX, a mistura de ritmos africanos, tocadas pelos descendentes, em seus tambores, ganhou a adição de um outro instrumento português, o “Braguinha.” Uma espécie de viola miniatura, que logo se transformou no cavaquinho. Essa tocada, foi apelidada de samba. Uma palavra de origem Angolana, local de onde vieram, a maioria dos escravos brasileiros.
No Rio de Janeiro, em 1916, foi gravado, o primeiro samba que se tem notícia; ele se chama: “Pelo Telefone,” de autoria de “Donga.”
Os registros da Biblioteca Nacional, diz que a gravação, foi feita em um terreiro de Candomblé; local de onde também surgiu, as tradicionais rodas de samba.
Um outro instrumento, de origem alemã, também fez sucesso no Brasil. O “acordeão,” embalou os extremos brasileiro. No sul, evoluiu com a música sertaneja e no nordeste, com o forró.
A Bossa Nova e a MPB, foram os dois últimos ritmos típicos brasileiros, antes das inúmeras fusões sonoras, influenciadas por eles, os Beatles.
Desculpe insistir com esse assunto, mas não temos para onde fugir. praticamente, tudo o que aconteceu após os Beatles, tem ligações com a música deles. Além de criarem a música pop, os Beatles, também popularizaram os discos de vinil e inventaram o vídeo-clipe. Chuck Berry, transformou a guitarra elétrica no símbolo do rock, mas quem mostrou o rock ao mundo, foram os Beatles. E digo mais, o primeiro Heavy Metal da história, é: “Helter Skelter” e a música indiana, renasceu mundialmente com o envolvimento deles, com a religião indu.
A Música negra americana, ainda impactaria o mundo com o nascimento da Black Music e o RAP. Estilos derivados, de uma subcultura, vitima daquela tentativa, de abafar a cultura africana. Na Jamaica, outra expressão autêntica, também fez parte dessa popularização da música negra, com o “Reggae,” de “Bob Marley.”
Outro estilo que deve ser lembrado, é o eletrônico, oriundo dos anos 70 e eternamente marcado na história, pelos alemães do “Kraftwerk.”
Da mistura da black music, com a música eletrônica, nasceu o pop moderno, eternizado por “Michael Jackson” e seu disco mais vendido do mundo: “Triller.”
A história da música, acabou por um curto tempo, refém da indústria da música. Praticamente, tudo o que aconteceu nos anos 80, 90 e início dos 2000, foram decretados por empresários do ramo fonográfico. Não que essas bandas e suas músicas, fossem ruins, mas esse monopólio, acabou por criar uma dependência na maioria dos ouvintes, que estavam sempre prontos para consumir o próximo lançamento da música mundial, que aconteceu por um bom tempo, durante o programa “Fantástico,” da Rede Globo.
Mas a distribuição de música digital e suas novas regras, praticamente, extinguiu as grandes gravadoras. E com o fim delas, muitos ficaram órfãos, sem saber se realmente gostavam das novas músicas, ou se eram induzidos a gostar dela.
É tudo muito recente e eu acho, que ainda não conseguimos nos livrar dessa dependência. Parece ,que necessitamos que alguém nos diga o que é música boa e o que é ruim, pois, a falta de uma novidade fabricada e enfiada em nós, goela abaixo, acabou por nos deixar saudosistas.
“Música boa, era na minha época.” Dizem as pessoas que não estão dispostas a vasculhar, o mar de novidades que a era digital nos proporcionou.
Vamos fazer um teste. Ouçam essa canção. Ela, é um lançamento de 2018.
Você pode ter pensado: “mas espera aí, ela parece uma canção dos anos 60.”
Exatamente, a dificuldade em lançar música nova, tendências novas, acabou forçando as novas bandas, a criarem músicas saudosistas, que copiam algo que já foi criado. Essa banda, se chama: “Blues Pills” e é uma cópia de Led Zeppelin. Deu certo, pois é um som velho disfarçado de novidade.
A história da música, é fácil de ser contada, mas e o futuro da música, quem se arrisca a prever?
Uma das últimas expressões musicais autênticas, que surgiram e que vem ganhando o mundo, enquanto divide opiniões no Brasil, é o “Funk Carioca.”
Analise comigo… isso é evolução ou retrocesso? A voz das favelas, o grito dos excluídos, não tem mais uma letra de protesto, pelo contrário, essas letras, que nos causam um sentimento de protesto.
É isso que a nova geração está ouvindo e nos dá uma pista sobre o futuro da música.
Quer arriscar uma opinião? Fique a vontade, agora é com vocês, pois eu, estou encerrando por aqui.
Quando eu disse ao meu parceiro de produção do Clube da Musica Autoral, o “Cocão,” que eu estava fazendo um episódio extra do Clube, para contar a história da Música, imediatamente, ele me disse, que era algo muito ousado da minha parte. Daí, eu encarei o tema como um desafio e mesmo após finalizado esse episódio extra, senti que faltaram muitos detalhes sobre esse assunto abrangente e complexo. Prefiro defini-lo como, o resumo do resumo da história da música. Contada de forma simples e respeitosa. Eu espero que vocês tenham gostado.
Se você ficar com gostinho de quero mais, saiba que eu fiz uma playlist, com as músicas que foram usadas nesse podcast e já está disponível para você ouvir no Spotify.
Eu não vejo a hora de começar a segunda temporada do Clube, mas para isso acontecer, eu preciso da sua ajuda, votando e escolhendo os temas da nova temporada.
Para votar, você precisa ser um assinante do Clube e isso, custa apenas 10 reais por mês. Todo assinante do clube, pode, além de votar, opinar sobre novos temas para o Clube.
Agora, se você tiver uma história legal com alguma música, saiba que eu quero ouvi-la e ela pode ser contada nos próximos episódios do Clube.
Para saber quais serão os próximos episódios do Clube, votar e apoiar, para que essa ideia não morra, acesse o site clubedamusicaautoral.com.br.
Todos os links, assim como o convite para a lista de transmissão do WhatsApp; os episódios antigos e as enquetes de apoio, você encontra no nosso novo site do Clube.
Para encerrar essa saga, sobre a história da musica, vou deixar uma frase de “Ludwing Von Bettoven:”
“Milhares de pessoas ouvem música; porém, são poucas as que têm a capacidade de entender essa grande arte.”
Meu nome, é Gilson de Lazari. Foi um prazer falar de música com vocês.
Até a segunda temporada!