Estamos em plena temporada aqui no Clube, aliás, na Temporada das Continuações e no recém lançado episódio 52, os sócios votaram e Raul Seixas entrou na pauta. Isso foi decidido, antes mesmo das polémicas causadas por Ed Motta que, alavancou a obra de ambos os artistas.
Polêmicas amigos, na indústria fonográfica, polemicas controladas sempre alçaram artistas e potencializaram as vendas. Não é segredo que muitas delas foram forjadas. Quer exemplo?
Num passado não tão distante, a Banda Cine acusava Latino de ter plagiado uma música deles. Latino respondia no Twitter tirando uma do Cine… e estava feita a treta, que na verdade não passava de uma armação e fazia parte da campanha publicitária para lançar um chiclete. Quer outra? Num passado ainda um pouco mais distante, foi divulgado que a recém lançada música do Ultraje A Rigor, “Eu Gosto de Mulher” havia sido censurada, mas isso não era verdade, foi uma jogada de marketing, pois a gravadora sabia que músicas censuradas eram mais populares.
Enfim, existem muitos casos de polêmicas “marketeiras” e não é de hoje que Ed Motta dá dessas, em 2015, ele desprezou o público brasileiro, ao anunciar uma turnê na Europa e em outras palavras, chamou os brasileiros de incultos, simplesmente porque pediam pra ele tocar “Manuel” e “Vamos Dançar”, músicas que alavancaram sua carreira em 1988, quando Ed tocava com a banda Conexão Japeri.
Ed Motta demostra rejeitar essa fase musical, essa declaração polêmica, foi bastante debatida na internet e pela primeira vez Ed Motta se mostrou um cara arrogante. Mas ele voltou atrás e pediu desculpas após ter sofrido boicotes e prejuízos financeiros.
Ed Motta, é sobrinho do Rei da Soul Music brasileira, Tim Maia, e no mesmo ano, na mesma rede social, ele teceu uma série de críticas a nomes consagrados da MPB e quando Ivete Sangalo e Criolo anunciaram a turnê para homenagear Tim Maia, Ed Motta disse que sentiu “vontade de vomitar”.
Tudo isso repercutia na mídia especializada e muitas vezes transcendia, indo parar nas capas de jornais e revistas. Talvez, Ed Motta, tenha feito o calculo de que entre mortos e feridos, ou melhor, entre perdas e ganhos, a polêmica compensava. Porque é fato, as suas declarações recentes em específico no caso do Raul, precedem o lançamento da sua nova proposta para o Youtube chamada Casa Salim.
Cara, Ed Motta mandou “malzão” nessa… Ele não usou dessa justificativa, mas ele estava nitidamente bêbado, ostentando um vinho fino em uma taça borgonhesa, daí, a galera do cancelamento não perdoa mesmo e rapidamente cortes dessa fala inundaram as redes sociais.
Mas vale lembrar que lives despretensiosas, fazem parte do dia a dia de Ed Motta, quem o acompanha no Instagram, sabe que do nada, ele entra ao vivo, muitas vezes usado uns filtros infantis do aplicativo, e na maioria das vezes soa engraçado, por exemplo, Ed Motta, acha um horror a borda da pizza com catupiry, critica ícones inatingíveis da música mundial, como Elvis Presley e Jonny Cash, fala mal da picanha e assim, até aí, beleza! Dá pra entender a ironia, inclusive, tem uma declaração que viralizou entre os baixistas, (eu sou baixista) onde Ed repudia o baixo de 5 cordas, afirmando que prefere tocar sem baixista ao usar um modelo desses. Outro depoimento divertido e irônico dele é sobre a passagem de som e como os técnicos de som estão obcecados em processar os canais e na maioria das vezes acabam piorando o som dos instrumentos.
Essas falas também geram polêmicas, sempre tem alguém magoado, mas pode ser divertida quando você saca o humor ácido do cantor. O problema se deu ao falar de Raul Seixas, Ed perdeu a mão e a legião de defensores do Maluco Beleza foi evocada. O guitarrista Rick Ferreira, ex-parceiro de Raul, foi o primeiro que eu vi o defendendo, depois disso, vieram inúmeros artistas e principalmente familiares. Raul foi casado com Glória Vaquer nos anos 70 e a filha do casal, Scarlet Seixas, que cresceu nos EUA, tornou-se influente nas redes sociais após assumir o sobrenome do pai e passar a evidenciar sua obra.
Scarlet Seixas
O nível de desrespeito desse Ed não era necessário. […] Talvez ele tenha esquecido de tomar a medicação. Estou ofendida e magoada com essa exibição pública de atenção negativa que ele apresentou,
Escreveu Scarlett.
O fiel escudeiro de Raul, Sylvio Passos que detém as relíquias do Baú e organiza o fã Clube Oficial do Maluco Beleza, rasgou o verbo e igualmente embriagado, fez uma live detonando Ed Motta. Enfim, é mais fácil falar quem não cancelou Ed Motta, e nessas, muitos fãs do raulzito passaram a frequentar as novas lives de Ed, para critica-lo e ironicamente pedir um “toca Raul” em coro. Ed, aparentemente estava levando essas criticas de boa, como eu disse, parecia fazer parte da jogada de marketing, mas eis que somos surpreendidos novamente quando no dia 8 de março no seu canal do You Tube, Ed Motta lança um profundo pedido de desculpas
Se esse pedido de desculpas faz parte do marketing, não sei, mas me pareceu sincero e se cabe uma opinião pessoal, digo que: Não concordo com nada que Ed Motta falou sobre Raul, mas essa polêmica trouxe Raulzito de volta ao debate e apesar dele não estar mais aqui para se defender, suas músicas estão e falam por ele. Na boa, Raul Seixas está muito bem representado. Inclusive, fizemos nossa parte no episódio 52 destrinchando O dia em que a terra parou.
Sobre Ed Motta, eu que não conhecia os seus trabalhos recentes, fiz questão de ouvir e consegui entender um pouco da genialidade musical por traz das polêmicas. Ou seja, ele foi bem sucedido no final das contas.
Se você discorda, comente, mande e-mail, mande pix e compartilhe nossas postagens nas redes sociais e para encerrar, vamos ouvir Manuel, a música que o Ed Mott não quer que a gente ouça…
Foi um prazer falar de música com você e até a próxima!
Gilson de Lazari
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Enfim, existem muitos casos de polêmicas “marketeiras” e não é de hoje que Ed Motta dá dessas, em 2015, ele desprezou o público brasileiro, ao anunciar uma turnê na Europa e em outras palavras, chamou os brasileiros de incultos, simplesmente porque pediam pra ele tocar “Manuel” e “Vamos Dançar”, músicas que alavancaram sua carreira em 1988, quando Ed tocava com a banda Conexão Japeri.
O Ed é figura… apesar de tudo, errou, e assumiu seu próprio erro!