Em 1991, a série animada “Os Simpsons”, apresentou um episódio com a ilustre participação do rei do pop… “Michael Jackson”.

Confira as curiosidades por trás desse acontecimento memorável.

Download

Formato: MP3/ZIP
Tamanho: 14,5 MB

Em 1991, a série de animação “Os Simpsons” apresentou um personagem intrigante, Leon Kompowsky, um pedreiro que apesar da aparência bruta, era gentil e tinha uma voz angelical. Internado no sanatório de Springfield, Kompowsky acreditava ser o rei do pop, Michael Jackson. Por anos esse episódio foi considerado um dos pontos altos da série, mas o que você talvez não saiba é que o episódio, teve a participação direta de Michael Jackson, e por fim, acabou banido da TV.

Chamado originalmente de “Stark Raving Dad” no Brasil foi lançado como, “Papai muito louco”, e é isso mesmo que você ouviu, co-produzido por Michael Jackson que também compôs a música “Happy Birthday Lisa”. Um episódio que ao meu ver foge um pouco do humor acido, tradicional da série, mas traz momentos hilários e sensíveis, tanto que na época me arrancou lagrimas. É bem intrigante pra mim saber que esse episódio foi banido da série. Mas antes de falarmos disso, vamos recapitular a história.

O aniversário de Lisa está chegando e ela pede ao irmão insensível, Bart, um presente esperando não se decepcionar com ele mais uma vez. Enquanto isso, Homer, que só usa camisas brancas, descobre que todas suas camisas brancas estão cor de rosa, porque, Bart, havia colocado seu boné vermelho na maquina de lavar roupas. Homer lamenta, pois sabe que será motivo de piadas no trabalho, mas sem outra alternativa, usa a camisa rosa.

Pela câmara, o patrão da Usina Nuclear, Senhor Burns, e o seu puxa saco, Smithers, estão monitorando a entrada dos funcionários e analisam a camisa rosa de Homer como uma tentativa de motim anarquista. Ele é levado a uma sala onde passa a ser interrogado por psiquiatras que lhe entregam um questionário, chamado de “Teste de Personalidade de Marilyn Monroe” (se você ouviu o episódio Extra 16 vai sacar a referência).

Resumindo, Homer acaba diagnosticado como “Insano” e é internado no sanatório de Sprigfield, dividindo o quarto com o “Grandão branco que acha que é um pequenino negro”. O companheiro de quarto é enorme, careca e ameaçador, mas logo se mostra ser muito gentil, e se apresenta como Michael Jackson, o Rei do Pop, Homer duvida, então o grandão prova cantando Billie Jean com direito ao moon walk, convencendo Homer que ele realmente é a estrela pop e esta disposto a ajuda-lo a sair daquele manicômio.

Mas engana-se quem pensa que os produtores da série entraram em contato com Michael, na verdade isso seria até impossível, tamanho a dificuldade criada para se ter acesso ao astro. Foi ele, Michael, que entrou em contato com o criador dos Simpsons, Matt Groening e sugeriu umas ideias, justificando que era muito fã da serie, em especial do personagem Bart, aliás, poucos sabem, mas na mesma época Michael Jackson produziu uma canção para o personagem, um hip hop que foi chamada de “Do The Bartman” Michael não pode assinar a produção devido a clausulas contratuais com sua gravadora, mas se você conhece o mínimo sobre o rei do pop, vai notar as referência sonoras.

E além de compor essa música ele também apresentou algumas sugestões de roteiro, entre elas uma outra música que Bart cantaria no aniversário de sua irmã, Lisa e na ideia de Michael, ele e Bart iriam escrever essa música juntos. Poxa, Michel Jackson se prontificando a participar, não é uma oportunidade para se perder, concorda? E para não fugir das características dos personagens, o diretor e idealizador James L. Brooks, sugeriu a trama do sanatório, onde Homer encontraria um doido que acreditava ser Michael Jackson. Os responsáveis por roteirizar esse episódio foram Al Jean e Mike Reiss.

Michael Jackson participou de todas as etapas, inclusive censurou algumas piadas que achou ser de mal gosto. Mas principalmente se divertiu muito com as dublagens. Ele não queria que as pessoas descobrissem que a voz do grandão era dele, então contrataram um locutor chamado, Hank Azaria, que conseguia fazer uma voz parecida e ambos gravaram as locuções que foram embaralhadas na edição final a fim de disfarçar a participação de Michael, que fez isso somente para pregar uma peça em seus irmãos.

Keep Lennon

Apesar de ter composto a música “Happy Bithday Lisa”, na versão que ouvimos no episódio não é Michael que a interpretada e sim um cantor com a voz muito parecida chamado Kipp Lennon, isso foi necessário pois os contratos de Michael não permitiam esse tipo de participação, aliás, seu nome não é citado nos créditos em momento nenhum, apenas um tal de “John Jay” aparece nos créditos como convidado especial e anos depois os produtores assumiriam que esse foi um nome fictício criado por Michael. Porém, existem teorias de que a voz em “Happy Birthday Lisa” é sim de Michael Jackson… E vocês, o que acham, hein?

O ponto auto da trama acontece quando Homer convida Michael para ir até sua casa e pede a Bart, por telefone, que não conte para ninguém que está levando Michael Jackson para passar uns dias com eles. Claro que é exatamente o contrário que Bart faz e a casa dos Simpsons é invadida pela imprensa, helicópteros, fãs do Michael e por fim, para decepção geral, quem chega de carro é o maluco que acreditava ser Michael Jackson.

por ser muito sensível, ele nota a tristeza de Lisa e convence Bart a compor a música como um presente de aniversário. É sensacional e o episódio encerra com outra versão de “Happy Birthday Lisa”.

Para quem gosta da série, esse é um episódio delicioso e nostálgico, para os fãs de Michael Jackson idem, principalmente porque encontramos referencias da Montown 25, do chimpanzé Bubbles e uma palinha de “Ben”, cara, eu adoro, mas como já anunciei anteriormente, esse episódio foi extinto, banido pra sempre e retirado de todos os novos catálogos da série, como assim?!

Pois é, e o motivo é bem pesado: pedofilia!

Como é sabido, Michael foi julgado por anos, fez acordos fora do júri e se livrou das acusações de pedofilia. No entanto, após sua morte, o assunto voltou a tona após o lançamento do documentário Leaving Neverland de 2019, produzido em parceria com a HBO. Parecia ser um assunto requentado, mas não era. No documentário, dois homens – Wade Robson e James Safechuck – alegam terem sido abusados sexualmente pelo cantor quando ainda eram crianças e apresentam provas de acordos laterais para que ficassem calados. O produtor executivo de Os Simpsons, James L. Brooks, disse ao The Wall Street Journal que a decisão de banir o episódio foi unânime entre os criadores e roteiristas da animação.

Eu sou contra a ‘queima de livros’ de qualquer tipo. Mas este é o nosso livro, então podemos retirar um capítulo.

Os produtores da animação também justificaram que um episódio coproduzido por Michael Jackson, mesmo que de forma não oficial, exaltava uma figura publica marcada por acusações seríssimas.

E é isso…

Foi um prazer falar de música com você e até a próxima!

Gilson de Lazari

Se você gostou do Clube da Música Autoral, seja um sócio. Acesse: clubedamusicaautoral.com.br/assine e confira as vantagens que você recebe em troca do seu apoio.

Se você quiser, também pode nos ajudar fazendo um PIX. Utilize nosso email como chave: clubedamusicaautoral@gmail.com Qualquer valor é bem-vindo.

 

Roteiro e locução: Gilson de Lazari

Edição de áudio: Rogério Silva

 

Assine

Apple Podcasts
Google Podcasts
Spotify
Deezer
Amazon Music
Castbox
Podcast Addict
Pocket Casts
RSS
Ver Mais Opções

 

Fale Conosco

Facebook
Twitter
Instagram
WhatsApp
Telegram

Se preferir, escreva um comentário, ou envie um email para: clubedamusicaautoral@gmail.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *