Em 1973, Elton John lançou a música “Candle in the Wind” para homenagear a atriz Marilyn Monroe, porém, como você verá nesse drops, existem outras curiosidades interessantes sobre essa bela canção.
Confira!
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Em 1973, o cantor e compositor Elton John lançou uma doce e reflexiva canção chamada “Candle in The Wind”. Se você já ouviu o recém lançado Episodio Extra do Clube que conta a história de Marilyn Monroe, sabe que essa música foi escrita em homenagem a ela, mas existem outras curiosidades deliciosas sobre essa canção que talvez você não saiba.
Candle in the Wind significa “Vela ao Vento” e o termo por vezes foi usado para definir uma vida agitada e curta, imagine a vida simbolizada por uma chama, agora imagine essa vela exposta ao vento – a chama agitada provavelmente se apagará antes da vela se queimar por completo. Quem conhece a história de Marilyn Monroe sabe que ela teve uma vida improvável, uma infância traumática, um sucesso estrondoso e uma morte obscura. O termo Candle in The Wind foi sugerido por Bernie Taupin parceiro e letrista na maioria dos sucessos de Elton John, ele ouviu essa citação pela primeira quando Janis Joplin, cuja a trajetória também foi dramática, faleceu em 1970.
Elton John estava montando o repertório para o seu disco de 1973 Goodbye Yellow Brick Road e tanto ele quando Bernie Taupin eram fãs de Marilyn Monroe, que foi encontrada morta em sua cama em Hollywood 11 anos atrás, em 1962. Provavelmente, Taupin é o maior responsável por homenagear Marilyn, apesar de britânico, suas letras são conhecidas por exaltar o estilo de vida americano. Ele lembra que essa a música é mais uma visão sobre fama e celebridade do que uma homenagem a Marilyn Monroe.
“Acho que o maior equívoco sobre ‘Candle In The Wind’ é acharem que eu era fanático por ela. Não que eu não tenha respeito, mas não é o caso.”
Quando Bernie Taupin deu essa entrevista, ele tentava relativizar as adaptações de “Candle in The Wind” que seriam lançadas futuramente. Mas aqui ainda estamos em 1973 e quando o single foi lançado chegou no décimo primeiro lugar no Reino Unido e não foi lançada nos EUA. O primeiro verso da canção, “Goodbye Norma Jean”, é uma referência ao verdadeiro nome de Marilyn.
No final da canção, o clima é de despedida “Adeus Norma Jean, do jovem que aos 22 anos lhe enxerga como algo muito mais que sexual.” Outro ponto marcante em Candle in The Wind é a critica dos autores ao modo como a imprensa tratou a morte de Marilyn:
“Hollywood criou uma superstar
E a dor foi o preço que você pagou
Até mesmo quando morreu
A imprensa ainda lhe explorou
Tudo que os jornais tinham a dizer
Foi que Marilyn foi encontrada morta nua”
Por muito tempo “Candle in The Wind” não esteve no repertório dos shows, até 1986, quando uma versão ao vivo foi gravada no ultimo show da turnê australiana. Elton tocou acompanhado Orquestra Sinfônica de Melbourne e o material tornou-se um álbum ao vivo Live In Australia. Nessa época, Elton vinha lutando contra problemas de garganta há meses, tento até que cancelar vários shows. Na versão ao vivo, sua voz soa um pouco insegura, mas a orquestra e o público entusiasmado ajudaram.
Como não havia sido lançada na américa, a gravadora arriscou e esta nova versão de “Candle in Wind” chegou ao 6º luga. Um mês depois dessa gravação, um especialista em garganta realizou uma cirurgia em Elton John, removendo uma lesão que felizmente não era cancerosa. Sua recuperação demorou mais de um ano, período que ele precisou ficar sem cantar. E não é necessário detalhar que Elton, também passava por uma das piores fases quanto ao uso de drogas.
Assim que se recuperou e retornou aos palcos, “Candle in The Wind” tornou-se uma musica obrigatória nos shows, inclusive sendo aclamada e frequentemente repetida no bis. Em 1990, Elton viveu um dos momentos mais emocionastes de sua carreira quando convidou o adolescente Ryan White, um dos primeiros pacientes de AIDS para sentar-se ao seu lado durante a execução de “Candle in The Wind”. White, contraiu a doença por uma transfusão de sangue e morreu na noite seguinte após a visita de Elton John aos 18 anos.
Só por curiosidade, foi após a morte de Ryan White que Elton John resolve tratar seus vícios. Foi algo realmente marcante em sua vida. Mas, “Candle in The Wind” ainda tinha mais uma missão, representar outra celebridade que se foi de forma precoce, estou falando da princesa Diana que morreu em um acidente de carro em 31 de agosto de 1997.
A princesa de 36 anos havia se divorciado do príncipe Charles, mas permaneceu uma celebridade amada e reverenciada por seus esforços humanitários. Diana era amiga de Elton John e também uma grande fã dele – “Candle In The Wind”, era uma de suas música preferidas, Bernie Taupin foi convidado para adaptar a letra e fazer referencias a princesa, ele topou e a primeira frase foi alterada de “Goodbye Norma Jeane” para “Goodbye England’s Rose”.
Elton a tocou no funeral da princesa Diana no dia 6 de setembro. A nova versão foi produzida com a ajuda de George Martin, famoso pelos Beatles, e o single foi lançado como “Candle In The Wind ’97”, desta vez dedicada à princesa Diana e com renda destinada ao fundo de apoio que ela era responsável.
O que poucas pessoas sabem, é que, por muito pouco, Elton Jonh não cantou “Candle in The Wind” no velório da princesa Diana, pois parte da família não concordava com aquilo e um saxofonista estava a postos para substitui-lo, mas o reverendo Wesley Carr, apelou à realeza, pedindo que permitissem que Elton cantasse a música. Ele argumentou com sucesso que aquilo seria um gesto “generoso” para o público em luto.
Dentro de um mês, “Candle in The Wind” tornou-se um hit número 1 no Reino Unido, onde liderou as paradas por cinco semanas. Nos Estados Unidos, teve um desempenho ainda mais sensacional, chegando ao primeiro lugar e permanecendo lá por surpreendentes 14 semanas.
Claro que Elton John e Bernie Taupin foram muito criticados por adaptar uma obra feita para outra celebridade, mas os números justificaram, pois “Candle in The Wind 97″ arrecadou cerca de US $ 62 milhões para o Diana’s Memorial Fund, com outros £ 34 milhões arrecadados por meio de doações. Isso influenciou para que em 1998, Elton fosse nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth II e faturasse também o Grammy de Melhor Performance Vocal Pop Masculina por “Candle In The Wind ’97”.
Seja para Marilyn Monroe, para Princesa Diana ou mesmo para Ryan White, essa uma canção que tornou-se memorável, pela sensibilidade e delicadeza ao qual dignamente os representa.
Foi um prazer falar de música com você e até a próxima!
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Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Gus Ferroni
Arte da vitrine: Patrick Lima
Edição de áudio: Rogério Silva
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