No terceiro episódio da 6ª temporada, prosseguimos com a história do Nirvana até o lançamento do In Utero e o fim da banda com a morte de Kurt Cobain, porém, não poderíamos deixar de falar sobre um dos álbuns póstumos mais bem sucedido de todos os tempos… o “MTV Unplugged in New York”.

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Se você está acompanhando a 6ª temporada do Clube, a temporada das continuações, sabe que no último episódio, prosseguimos com a história do Nirvana, partindo do auge com o Nevermind, até o fim da banda com o lançamento do In Utero e a morte de Kurt Cobain.

Bem, a banda acabou, mas seu sucesso perdurou. Para o deleite dos fãs, a obra dos caras continuou reverberando com diversos materiais que foram lançados postumamente e entre essas gravações, está o icônico “MTV Unplugged in New York”, que foi lançado em 1994.

Depois de um longo período de negociações com a MTV, finalmente o Nirvana aceitou participar da famosa série Unplugged promovida pela emissora.

Mas segundo Dave Growl, eles haviam escutado os outros discos dessa série de acústicos e não gostaram muito do que as bandas vinham fazendo até então. Eles decidiram preparar um setlist sem os grandes singles do grupo e com diversos covers meio obscuros.

O único hit de grande sucesso que eles tocaram, foi “Come As You Are”.

E por falar nos covers obscuros, já logo na sequência de Come As You Are, eles tocaram “Jesus Doesn’t Want Me For A Sunbeam” da banda escocesa “The Vaselines”, onde Krist Novoselic tocou o o acordeom e os graves ficaram por conta da violoncelista norteamericana “Lori Goldston”, que já vinha se apresentando com o Nirvana na turnê do In Utero.

Além da Lori Goldston, no violão de apoio, temos a participação de “Pat Smear”, que também já vinha se apresentando com o Nirvana nos shows da última turnê.

Pat Snear foi guitarrista da banda punk “The Germs”. Depois do fim do Nirvana, Dave Growl o convidou para entrar no Foo Fighters, onde ele está até hoje.

Os produtores da MTV ficaram meio putos com a decisão do Nirvana de se esquivarem dos grandes sucessos da banda e também não gostaram nada da ideia de não trazerem nenhum convidado de renome. Eles queriam que os caras convidassem figuras que estavam em alta na época, como o Eddie Vedder do Pearl Jam, por exemplo, mas ao invés disso, eles chamaram os irmãos “Curt e Cris Kirkwood”, da banda “Meat Puppets”.

Meat Puppets

O Meat Puppets era uma banda dos anos 80 que fazia uma mistura maluca de punk com country music.

Junto com os irmãos Kirkwood, o Nirvana tocou não uma, mas 3 músicas do Meat Puppets em seu acústico. A primeira foi: “Plateau”, A segunda foi “Oh Me” e na sequência, temos “Lake Of Fire”.

Mas dentre os covers que o Nirvana tocou, o grande destaque na minha opinião, ficou por conta da versão de “The Man Who Sold The World”. O single lançado por “David Bowie” em 1970, ganhou uma outra vida após entrar no setlist dessa apresentação.

Fugindo da premissa de ser um concerto acústico, Kurt insistiu em tocar com seu violão, seu amplificador Fender e alguns pedais de efeitos.

O produtor “Alex Coletti”, construiu uma caixa falsa na frente do amplificador para disfarçá-lo como um suporte de monitor. Ele disse que isso trouxe mais segurança ao Kurt, que estava acostumado a ouvir o seu violão através daquele Fender.

E nessa música, podemos ouvir o efeito dos pedais nitidamente, principalmente no solo final.

Reparem também que Kurt erra a entrada do solo, mas em seguida ele corrige e segue em frente. E na moral, pra mim, esse pequeno erro, deu até um charme a mais.

E por falar em errar o solo, uma coisa que é importante destacar, é que nessa fase, Kurt não estava nada bem.

Nas sessões de ensaios para essa apresentação, ele estava tendo dificuldades de acertar as músicas e também teve várias discussões com os produtores da MTV, que ficavam opinando sobre a performance, querendo alterar o setlist, os convidados, etc.

Além disso tudo, Kurt estava muito nervoso diante da perspectiva de realizar um show acústico; e pra piorar, na época, ele estava passando por terríveis crises de abstinência de drogas.

Dizem que durante esse período de pré-produção do Unplugged, Kurt Cobain não se divertiu nem um pouco e não se via nem ao menos o esboço de um sorriso em seu rosto. O clima estava tenso e todos estavam preocupados com o seu desempenho.

Bom, mas mesmo com esses contratempos, o fato é que no dia, os caras mandaram muito bem, não é mesmo?

A gravação ocorreu no dia 18 de novembro de 1993, no “Sony Music Studios” em Nova York.

Enquanto as outras bandas que haviam participado da série MTV Unplugged faziam dezenas de takes para conseguir um bom material para o produto final, o concerto do Nirvana foi gravado em um único take.

Como foi dito, a gravação ocorreu em novembro de 93, ou seja, poucos meses antes da morte de Kurt.

O curioso, é que como se fosse uma espécie de presságio, o vocalista fez questão de fazer com que a produção decorasse o palco do Sony Music Studios com lírios, velas pretas e um lustre de cristal, pois sua intenção era que o concerto tivesse a estética de um funeral.

O “Nirvana MTV Unplugged in New York”, chegou às lojas no dia primeiro de novembro de 1994, 7 meses depois da morte de Kurt.

O álbum foi lançado em LP, K7 e CD. O DVD só foi lançado em 2007.

Esse foi um dos álbuns póstumos mais bem sucedidos de todos os tempos, com mais de 8 milhões de cópias vendidas, alcançando o topo das paradas em diversos países.

Em 2020, o violão que Kurt usou no MTV Unplugged, foi leiloado e arrematado por 6 milhões de dólares. Até então, o record de arrecadação em um leilão de um instrumento musical, havia sido uma guitarra Fender Stratocaster que pertencia ao David Gilmour, que foi arrematada por 3,95 milhões de dólares.

Quem ficou com o violão de Kurt, foi um empresário australiano chamado “Peter Freedman”, fundador da marca de microfones Røde”,. Além de ser um fã do Nirvana, a intenção do empresário, era viajar fazendo exposições do instrumento para arrecadar fundos para ajudar a classe artística australiana e denunciar a falta de planejamento do governo para socorrer os artistas durante a pandemia. Legal, né?

Roteiro e locução e edição: Rogério Silva

Revisão: Gilson de Lazari

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