Esse é um episódio sobre a mistura de duas paixões universais… “música e futebol.”
Confira as curiosidades sobre os frutos dessa relação formidável.
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Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima
Edição de áudio: Rogério Silva
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Hoje vamos entrar no universo do esporte mais famoso do mundo para falar sobre música, e como essa mistura mudou a cultura dos brasileiros. Infelizmente, nem todos os clubes e nem todas as músicas com essa temática foram citados. A rivalidade transcende as quatro linhas, eu sei, mas vamos ao que interessa, Cocão… Hoje é dia de falarmos de música e futebol.
A música, a gente já sabe, é o combustível desse podcast. Somos movidos por amor à música, mas para você que pode estar conhecendo o Clube agora, lembro que no episódio extra 1, “A história da música”, falamos sobre o tema usando fontes históricas e crenças. Resumindo: os sons da natureza foram a principal inspiração do homem para que ele criasse a música, pois, em determinado ponto da nossa evolução, passamos a imitar esses sons.
O primeiro instrumento usado pelo homem para criar música foi a voz humana, e isso só aconteceu após o homem das cavernas dominar a habilidade da comunicação.
Simultaneamente, nossos antepassados passaram a bater em troncos, usando ossos e outros objetos, fazendo com que ressoassem como tambores. Misture isso com o canto e temos as primeiras músicas que eram usadas em rituais primitivos.
Em contrapartida, a bíblia contradiz a teoria da evolução das espécies dizendo que “Certa vez, Deus criou um anjo que também era um grande músico, o melhor de todos. Ele foi feito com o selo da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Em seu corpo havia tamborins e pífaros. Mas, então, inesperadamente esse anjo começou a praticar a maldade e, pior, chegou ao ponto de achar que seus dons e talentos eram maiores do que o próprio Deus. E como castigo foi expulso do paraíso.”
Seu nome era: “Lúcifer,” o anjo de Luz. Segundo o livro de Ezequiel, Satanás, como também é conhecido, não era apenas músico: ele era o melhor músico do reino de Deus. Tocava tambores, tímpanos, além de ser o regente do coro celestial. A Bíblia ainda nos conta que, na Terra, a música, foi inserida por Deus, através de Davi, para que fosse usada na organização dos ministérios e auxiliasse na cura da libertação da alma.
Eu gosto mais da versão da evolução das espécies de Darwin, mas você pode escolher sua versão preferida, acreditar nas duas ou até duvidar das duas. O fato inquestionável aqui é que a história da música se confunde com a história da humanidade, e ela esteve presente em todos os grandes marcos dessa evolução. Inclusive nas competições, disputas entre grupos para decidir quem seria o melhor, e isso viria a evoluir como o esporte.
As práticas pré-esportivas eram eventos da antiguidade. Algumas eram úteis para a sobrevivência do homem, como a corrida e a caça. Outras eram mais uma preparação para guerras, como a esgrima e as lutas.
Muitas dessas práticas desapareceram com o tempo. Outras se transformaram em Esportes Autóctones, considerados “esportes puros” ou primitivos, que ao longo do tempo receberam influências de outras culturas e tornaram-se populares. Isso aconteceu quando as regras para os praticar passaram a ser as mesmas de outras culturas.
Os jogos gregos são considerados como as primeiras manifestações esportivas organizadas. Também conhecidos como Jogos Olímpicos da Antiguidade, celebrados em Olímpia. As principais competições eram corridas, lutas, pentatlo, corrida de cavalos, disputas com armas, pugilato, entre outras.
Essas práticas esportivas ficaram confusas em um certo período, foi quando passaram a ser relacionadas a lutas violentas e até mortais. Daí surgiram as apostas referentes aos resultados, que logo viraram o combustível que motivaria o público nos séculos XVIII e XIX.
O nosso enorme interesse por jogos, campeonatos, competições, olimpíadas, copas, torneios, etc. não é mera coincidência. Nossos antepassados lapidaram essas práticas com regras e padrões para que o esporte passasse a ser mais competitivo. Aliás, alguns estudiosos acreditam que a palavra esporte deriva do grego “se deporte”, que significa “divertir-se”… Em francês, a palavra significa recreação, lazer e passatempo. Já o termo “atleta” tem sua origem no grego “athlein”, que significa “competir por um prêmio”.
Ou seja, desde a Grécia antiga, quando se fala em esporte já existe uma diferenciação entre a prática recreativa e a prática profissional.
Tá, Gilsão, mas e o futebol, onde que entra nessa história? – Agora mesmo, caro ouvinte impaciente. Futebol é o esporte mais popular do mundo. Ele foi criado na Inglaterra, no século XVII. As primeiras regras escritas do futebol surgiram em 1830 e desde então foram sendo modificadas. O Futebol chegou ao Brasil em 1894, trazido por Charles Müller, um jovem filho de ingleses que, após realizar seus estudos na Europa, trouxe consigo bolas e as regras para a prática do futebol. Isso seria o início da história do esporte no país que, no futuro, seria batizado de “o país do Futebol”.
Eu seria vago se não destacasse aqui que já existiam referências do futebol moderno desde o século III antes de Cristo, ainda que fosse um futebol muito primitivo, onde se usavam as mãos e os pés.
Vale a pena também citar o “calcio fiorentino”, originário da cidade de Florença, na Itália, no período da renascença. Este desporto influenciou em vários aspectos o futebol inglês, não somente por suas regras, mas também pelo ambiente de festa em que as partidas eram disputadas chutando uma bola. Aliás, a palavra Futebol, vem do inglês “football”. “Foot” é pé e “ball” é bola. Na sua origem se chamava “football association”, que foi reduzido a “soccer” nos Estados Unidos. No italiano, era “calcio”, que significa “coice, pontapé” que vem do latim “calx”, e significa “calcanhar, pata, pé”. Ou seja, na prática, futebol é um esporte onde a bola deve ser jogada com os pés!
Você já ouviu falar do termo Esporte Bretão? O Bretão, é uma gíria que define a origem de algo que veio da Bretanha, por isso esporte Bretão. O rock inglês poderia ser Rock Bretão, então? Talvez!
No caso do esporte a Inglaterra ganhou a paternidade porque, em meados do século XIX, foram eles que deram os primeiros passos para unificar todas as regras. A primeira tentativa foi em 1848, quando a Universidade de Cambridge regulamentou o que ficou conhecido como as Regras de Cambridge, que são bem semelhantes às regras do futebol atual. Os documentos originais de 1848 se perderam, mas é conservada uma cópia das regras do ano 1856.
Assim que as regras do futebol foram definidas, começou-se a disputar os primeiros jogos e torneios. Isso foi em 1872, quando Escócia e Inglaterra disputaram a primeira partida de futebol oficial entre seleções. O jogo acabou num empate sem gols.
Em 1871, um jornal britânico propôs a criação de um torneio que fosse organizado pela Football Association. Esse foi o primeiro passo para a criação da Copa da Inglaterra.
Em 1880 o futebol começou a expandir-se rapidamente fora do Reino Unido, principalmente devido à influência internacional do Império Britânico. Os primeiros países a possuírem suas próprias associações de futebol foram os Países Baixos, depois Dinamarca e Nova Zelândia, em 1891, Argentina em 1893, Chile e Bélgica em 1895 e, daí pra frente, abriu a porteira. O negócio fica sério quando Itália e Alemanha abraçam o futebol, em 1898, influenciando o resto do mundo.
A necessidade de organizar as competições, já que eram bastante desorganizadas, levou à criação da FIFA em 21 de maio de 1904. O futebol já havia sido apresentado ao mundo por meio de uma série de partidas de exibição nos Jogos Olímpicos de 1900 e 1904, que recebeu a modalidade pela primeira vez em 1908, quando a medalha de ouro foi, claro, para a Seleção Britânica.
Mas, e o Brasil, o país do futebol? Que hora entra nessa história? Pois é, aqui demorou um pouco para o esporte se popularizar. Apesar dos esforços de Charles Müller, só em 1916 foi fundada a Confederação Sul-Americana de Futebol, que nesse mesmo ano organizou a primeira edição da Copa América, onde participaram Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, que foi o campeão.
Há quem discorde de que foi Charles Müller o responsável por ter trazido o futebol para cá, sabia? Existem rumores de que o esporte já era praticado em Curitiba desde 1875. Mas, os historiadores concordam que isso jamais será oficializado. O fato é que, ao se popularizar no Brasil, o futebol se torna um evento de elite. Os aristocratas dominavam as primeiras ligas brasileiras, cujos times eram formados em clubes elitistas e predominantemente brancos. Para você ter ideia, chegaram a jogar futebol de gravata. Mas, como a gente sabe, né, o Brasil é famoso no esporte por causa da miscigenação. Nossos maiores craques são descendentes de africanos. É até engraçado saber que, no início do futebol no Brasil, negros não podiam sequer assistir aos jogos. E, digo mais… Era tão elitizado que não se podia conversar durante as partidas. Aquilo devia ser muito chato.
Como era uma tendência mundial, o futebol tornou-se uma sensação. Então, veio a primeira Guerra e, logo depois, a segunda Guerra mundial. Algumas competições internacionais até continuaram acontecendo, organizadas sob forte influência de regimes ditatoriais, como a Copa de 34 na Itália. O ditador Benito Mussolini ameaçou matar os árbitros caso a Itália não vencesse. E, de fato, eles venceram. Essa foi a segunda edição da copa do mundo. A primeira foi quatro anos antes, no Uruguai. Vejam só como a América Latina faz parte disso desde o início. O Uruguai foi o primeiro campeão de uma Copa do Mundo, que logo esse se tornaria o maior evento do futebol mundial.
E é aí que a música entra na nossa história. Porque, após Mussolini ganhar a Copa de 34, a próxima foi em 1938 em Paris, e Mussolini, digo, a seleção da Itália ganhou novamente. Isso você até deve saber, mas o que você talvez não saiba é que essa foi a primeira copa do mundo a ter uma música adotada como tema. “Paris”, de Alberto Ribeiro e Alcyr Pires Vermelho, interpretada por Carmem Miranda.
Eu acho que o motivo do grande sucesso do Futebol é a mistura da organização britânica com as festanças Italianas do “calcio”. A música caiu como uma luva nesses eventos esportivos e, aqui no Brasil, a tendência elitista ia se dispersando aos poucos. Os negros passaram a ser incorporados nas equipes. É quando nasceu o termo pó de arroz, pois eles usavam o pó para clarear a pele. O Corinthians, ao mudar de sede para a Fazendinha, ficou mais próximo da periferia e foi pioneiro ao abrir espaço pro povão, tornando-se o primeiro clube popular. Logo, a elite Italiana montou o Palestra e, assim, nasce uma das maiores rivalidades do futebol paulista.
Porém, foi no Rio de Janeiro, na década de 40, que uma banda musical resolveu se apresentar durante uma partida de futebol pela primeira vez. Isso aconteceu nas Laranjeiras, estádio do Fluminense, e foi iniciativa do grande rival, o Flamengo, que levou uma banda para arquibancada com a proposta de desconcentrar o rival, em específico o goleiro, já que eles se posicionavam atrás do gol do adversário. A banda não tinha bons músicos porque, na verdade, aquilo era uma grande zoeira e logo foram apelidados de Charanga. Outros times também aderiram à ideia e, mesmo que não fossem lá muito afinados, inegavelmente tinha música nas arquibancadas durante os jogos.
A Charanga levava para os jogos os instrumentos que eles conseguiam pegar emprestado. Às vezes tinha tuba, trombone, trompete… Mas, como o importante era fazer barulho, logo os instrumentos percussivos passaram a dominar e a trilha sonora nas arquibancadas passou a ter forte influência das marchinhas carnavalescas. Aliás, muitas marchinhas surgiram nas Charangas.
No Brasil fica definido assim: partida de futebol tinha que ter clima de festa. E, voltando ao maior torneio do futebol mundial, lembro que após a Copa de 38 tivemos um hiato de 12 anos. Praticamente todos os eventos na Europa pararam. Claro, as cidades estavam destruídas por conta da Segunda Grande Guerra. Mesmo após 1945, quando se deu o término do conflito, ainda levou mais cinco anos para que a Copa voltasse a ser disputada. Sabe onde? No Brasil! Daí, música é que não faltou.
Devido a essa paixão doida dos brasileiros por futebol, fomos escolhidos por unanimidade como anfitriões da copa de 1950. A CBF ainda era a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) e concordou com tudo que foi solicitado pela FIFA. Era a Copa da retomada econômica, o sentimento pós guerra ainda era vivido e um tal de orgulho patriota começou a se misturar com o futebol, algo que até hoje confunde uma galera aí.
Getúlio Vargas, era um grande incentivador do esporte, e não faltaram investimentos públicos na infraestrutura para o mundial. O Maracanã surge exatamente nessa época, com o título de maior estádio do mundo. O colosso!
Essa marchinha simpática se chama Colosso do Maracanã e foi interpretada pelos Vagalumes do Luar. A letra enfatizava a construção do Maracanã, palco da final da Copa de 50 e, cara, que tragédia… Ficou conhecida como Maracanaço… muitos dizem que naquele 16 de julho de 1950, sob olhares de 200 mil torcedores, o futebol morreu no Brasil.
Duzentas mil pessoas em silêncio, nada de música, nada de tambores, só o silêncio. Aliás, o ator Luiz Gustavo, que estava no Maracanã nesse dia, disse que o único som que se ouvia era dos fósforos acendendo os cigarros de quem estava nervoso. O título de 1950 marca o bicampeonato do Uruguai.
Apesar da derrota, os anos 50 estavam só começando. Foram um período incrível para o Brasil. Marcaram a expansão dos meios de comunicação, a popularização das TVs, Rádios e catapultaram a Música. Foi na década de 50 que nasceu a Bossa Nova. O estilo musical mais popular no mundo. Alguns tristonhos torcedores dizem que a melancolia da Bossa Nova se deve à derrota de 50 para o Uruguai. A seleção também foi derrotada na Copa seguinte, de 57, disputada na Suíça. Como os elitistas influentes insistiam que a o Brasil perdeu em 50 por causa da misoginia, o Brasil, levou um time formado por jogadores brancos e tomou um chocolate da Hungria, 4 a 0, e foi desclassificado nas quartas de final. Foi em 54 também que o Brasil usou pela primeira vez a camisa amarela com calções azuis, levando o radialista Geraldo José de Almeida a criar o apelido “seleção canarinho”.
A Taça do Mundo é Nossa! Finalmente o grito engasgado na garganta desde 1950 conseguiu sair! Logo após a tão sonhada conquista da copa, surge a canção de Wagner Maugeri, Maugeri Sobrinho, Vitor Dagô e Lauro Müller que seria eternizada devido ao título inédito na Suécia em 1958. Dizia a letra:
“O brasileiro lá no estrangeiro
Mostrou o futebol como é que é
Ganhou a taça do mundo
Sambando com a bola no pé…”
Essa marchinha foi o marco de uma nova era para o esporte brasileiro e também para a volta dos jogadores negros. Com um gol de Zagalo, dois gols de Vavá e dois gols de Pelé, o Brasil venceu a Suécia por 5 a 2 e a taça do mundo finalmente era nossa.
Há quem diga que durante as comemorações de 58 criamos um monstro, afinal, o patriotismo brasileiro em alguns aspectos está mais ligado ao amor à seleção de futebol do que ao país em si. Tanto é verdade essa teoria que, no futuro, a camisa canarinho seria usada como uniforme de manifestações políticas e ideológicas. Mas sem perdermos o fio da meada, vale lembrar de um outro craque, no caso craque dos hinos musicais dos clubes de futebol: Lamartine Babo. Não ouviu falar dele? Então te digo que ele é só o compositor dos maiores hinos dos clubes de futebol brasileiro.
É importante lembrar que os clubes já tinham seus hinos oficiais, que narravam uma dramatização de suas histórias, algo bem quadrado e chato. Lamartine era um compositor excepcional. “O teu cabelo não nega”, que ouvimos ao fundo, foi o seu primeiro grande sucesso e o primeiro hino foi para o time do coração, o América do Rio. Isso também lhe deu oportunidade de trabalhar na rádio, onde não existia programação musical. Era tudo ao vivo e sempre que era desafiado no programa “O Trem da Alegria”, Lamartine criava uma marchinha de improviso, dessa brincadeira surgiu o desafio para que ele fizesse uma música para cada um dos 11 times que disputaram o campeonato carioca de 49. Ele topou e as músicas do Lamartine ficaram melhores que os hinos oficiais. Então, foram adotadas pelos torcedores e, logo, também pelos Clubes. Um exemplo disso é o hino do Flamengo.
Reza a lenda que, em um único dia, Lamartine compôs os hinos do Flamengo, do Vasco, do Botafogo, do Fluminense e do Bangu… No outro dia ele compôs os hinos dos times menores e todos foram lançados em compactos. Outro grande compositor de hinos é o Gaúcho Boêmio, Lupicínio Rodrigues, que compôs um dos hinos mais emocionantes dos clubes brasileiros, e sua inspiração foi a greve de ônibus que aconteceu em Porto Alegre exatamente no dia do jogo do Grêmio. De forma genial, Lupicínio cantou “Até a pé nós iremos”.
Em 1962, quem entra em cena e brilha tanto quanto os jogadores é a musa inspiradora de um dos maiores craques da seleção, Elza Soares, na época amante de Garrincha, o craque das pernas tortas. Caso você queira se aprofundar na história da Elza, contamos em detalhes no episódio 46 do Clube. Mas, destaco aqui que a Copa do Mundo do Chile, em 1962, foi a Copa da música. Grandes nomes estiveram presentes na cerimônia de abertura e Elza, que havia estourado com a Bossa Negra, uma mistura inusitada de Black Music e Samba, foi convidada para ser a madrinha da copa de 62, onde cantou “Edmundo”.
Após revelado o romance com Garrincha, Elza se tornou a mulher mais odiada do Brasil. Claro, não só por isso, mas ela era empoderada, independente e… preta. O racismo foi impiedoso com Elza. Ela foi culpada pelo alcoolismo de Garrincha e o casal até precisou sair do Brasil durante a ditadura militar… Mas, voltando à Copa de 62, uma inovação ocorreu naquela edição. Notando o envolvimento que as músicas causavam, a FIFA, pela primeira vez, encomenda uma música que seria lançada como a música oficial da Copa de 62. E, como o rock inglês revolucionava o mundo, o tema da copa foi “El Rock Del Mundial”, cantado em espanhol por Los Rambles.
A taça do mundo novamente veio para o Brasil na Copa de 62 e ficaria conhecida como a copa do Garrincha, visto que a grande sensação do Brasil, o Camisa 10 do Santos, Pelé, que havia acabado de conquistar o título Mundial de Clubes, se machucou logo no primeiro jogo e ficou fora da competição. Na final, o Brasil venceu a Tchecoslováquia por 3 a 1 e dá-lhe carnaval fora de época! Digo, frevo ao som de Jackson do Pandeiro!
Brasil bi-campeão. Então, tudo certo, pessoas felizes, otimismo… Até alguém ter a brilhante ideia de meter um golpe na democracia. O Brasil cultural e sofisticado dos anos 50 dá lugar ao Brasil Militar dos anos 60… A próxima Copa ocorre em 1966 na Inglaterra e o Brasil fez feio, perdeu as três partidas da primeira fase. Pelé fez apenas um gol. Foi “climão”. Tanto que nesse ano nem teve música brasileira lançada. Então, eis que surge a famosa copa de 70, disputada no México.
A copa do Tri aconteceu em um momento triste para a democracia brasileira. Os militares haviam fechado o Congresso, a mídia estava censurada, mas a seleção canarinho nunca esteve tão bem e, segundo os estrategistas do governo militar, tudo pode estar ruim, menos o patriotismo dos brasileiros, que se resume à seleção brasileira de futebol.
Essa é uma música que divide opiniões. Muitos amam e outros odeiam. “Pra Frente Brasil” surgiu de um concurso organizado pelos patrocinadores das transmissões dos jogos da Copa de 70, que foram organizadas pela Rede Globo, grande parceira dos militares na época. A canção tem um clima militar, varonil, ufanista e combinava perfeitamente com o clima patriótico que o regime militar tentava emplacar na sociedade. Após conquistar a copa de 70 os militares passaram a divulgar o que ficou conhecido como “Milagre Econômico”, todos juntos de braços dados pela nação militar… Só que não.
A final da copa de 70 foi entre Brasil e Itália e ganhamos por 4 a 1. Gols de Pelé, Gerson, Jairzinho e é nesse jogo que tem o Gol mais bonito de todos os tempos, na minha opinião, claro: o passe carinhoso de Pelé que precede a bomba de Carlos Albertos Torres… Que golaço!
Sensacional! O momento do gol é o auge da partida de futebol. Aliás, o grito de gol dos locutores soa como música para os torcedores que, nas arquibancadas, passaram a criar os cantos das torcidas. No Brasil, o precursor das torcidas organizadas foi o São Paulo Futebol Clube. Sua torcida foi criada em 1939 na Mooca e foi também a primeira torcida uniformizada do Brasil.
Uma das principais características das organizadas é cantar durante os eventos esportivos, os também chamados gritos de guerra. Estes gritos enfatizam a própria torcida, o clube, o nome dos jogadores e também provocam os adversários. É frequente o uso de palavrões durante os cantos e quase sempre frases pejorativas, racistas e discriminatórias.
Os cantos que apoiam o clube são legítimos, mas as letras violentas e agressivas estão proibidas pelo Estatuto de Defesa do Torcedor em seu artigo 13-A, inciso V, que assim reza: “não entoar cânticos racistas, discriminatórios ou xenófobos”.
Porém, inegavelmente, quando entoados no tom certo, o grito das torcidas fica sensacional.
Agora peço licença para falar um pouco sobre Jorge Ben Jor, o compositor que melhor traduziu as duas paixões: Música e Futebol
Fio maravilha nós gostamos de você
Fio maravilha, faz mais um pra gente ver.
Que história é essa de Fio Maravilha, né?? João Batista era um atacante do Flamengo que nunca foi um craque, mas também não era perna de pau. Ele jogava o futebol “folclórico” e “desengonçado”, dava trombadas e caneladas, mas fez gols em jogos importantes e foi adotado pelos torcedores do Flamengo… Mas, que nome é esse: Fio? Era porque, no início da carreira, sua mãe ia incentivá-lo nos jogos e gritava “Vaaaai, Fio!”. Daí, já viu, né?
O apelido virou “Fio Maravilha” após ele marcar o gol da vitória do Flamengo por 1 a 0 contra o Benfica de Portugal, e conquistar o título no Torneio Internacional do Rio de Janeiro em 1972. Jorge Ben não teve dúvida: aquele gol de anjo era um verdadeiro gol de placa e, assim, o Fio ficou eternizado na cultura musical. Mas, você acredita que o Fio processou o Jorge Ben, reivindicando direitos autorais pelo uso do seu nome? Pois é. Depois disso, a música passou a ser chamada de “Filho Maravilha” e foi a vencedora do Festival Internacional da Canção, na voz de Maria Alcina.
Jorge Ben sempre foi craque. Seu sonho era ser jogador de futebol e até integrou o time infanto-juvenil do Flamengo. Mas, acabou seguindo como craque da música mesmo. Ele é o pai do Samba Rock e, em suas letras, sempre ressaltou o tema futebol, sua paixão. Em “Camisa 10 da Gávea” homenageou Zico. Em “Zagueiro” homenageou os “backs”, por vezes esquecidos ou ofuscados pelos atacantes. Os goleiros também ganharam música em 1993. Mas Jorge foi genial ao musicar aquela reclamação clássica que todo torcedor já fez um dia. “Cadê o pênalti?” saiu no disco de 1978, ”A Banda do Zé Pretinho”.
Para encerrar essa mini-homenagem a Jorge, que mudou o nome para Jorge Ben Jor nos anos 80, não posso deixar de citar “Ponta de Lança Africano”, de 1976, que fazia parte do revolucionário álbum “África Brasil”, onde guitarras e candomblé se misturavam. Você provavelmente a conhece por “Umbabarauma”, a história do homem gol que vestia a 10 e encantou o mundo.
É até difícil de acreditar que Jorge Ben tenha sobrevivido ao período da ditadura militar, já que nem mesmo a seleção militar conseguiu sobreviver. Após o “Tri” e todo o investimento dos militares na seleção, a próxima Copa aconteceu em 74, nas Alemanhas Ocidental e Oriental. Estamos falando da época do Muro de Berlim e o Brasil, tricampeão mundial, estava com a auto estima alta. Zagallo, manteve a base do tri, mas faltava o rei Pelé, que havia se aposentado da seleção. É bom lembrar também a importância e o simbolismo que Pelé tem na cultura brasileira, né? Ele participou de filmes, cantou com Elis Regina, lançou discos incentivando as crianças a estudar… Lembra?
Sem Pelé, a famosa Laranja Mecânica neerlandesa destruiu o sonho do tetra. O Brasil até merecia ganhar aquela Copa, mas quem levou o caneco em 74 foi a Alemanha Ocidental.
Em 1978 eu nasci, ou seja, a partir daí sou testemunha ocular, apesar de não me lembrar de nada. Sei que a Copa de 78 é muito importante para a Argentina que, além de viver uma ditadura, tal qual o Brasil, havia se metido na maior treta com a Inglaterra, que culminaria na Guerra das Malvinas. Cara, nunca foi “só futebol”. O que acontecia nos bastidores das Copas era pura rivalidade. Na final de 78 os “Hermanos” venceram o carrossel holandês, denominado Países Baixos, e ficou com o caneco. Aquele título mudaria a história Argentina. A música oficial da Copa de 78 foi “Anthem”, composta por ninguém menos que Ênio Morricone, e interpretada pela Orquestra Sinfônica de Buenos Aires.
Já a próxima Copa, essa sim, seria a copa do verdadeiro futebol brasileiro, prometiam os comentaristas esportivos. Na Copa de 1982 o Brasil apresentava o futebol. Entenda o momento histórico: o regime militar se arrastava para o fim, o clamor pelas “Diretas Já” e a volta da democracia eram quase uma unanimidade. Isso refletiu diretamente na seleção. Você ouviu falar da democracia corintiana? Cara, eu sou santista, mas em dois momentos da história do futebol brasileiro eu tenho aquela inveja boa dos corintianos. A primeira foi em 1910, quando o time do parque São Jorge foi o primeiro a deixar de ser elitista e permitir que negros participassem do clube. A segunda foi em 1982, quando Sócrates, Wladimir, Casagrande, Zenon entre outros constituíram o maior movimento ideológico da história do futebol brasileiro, a Democracia Corintiana. Essa seleção de 82 era praticamente o inverso da seleção do “Tri” de 70, que representava o treinamento exaustivo, as táticas, as regras, as proibições. Em 82 o futebol era moleque e, mais ou menos nesse clima, jogava a seleção, apesar de ter como técnico Telê Santana. Muitos dizem que essa foi a melhor seleção de todos os tempos. Não ganhou, mas encantou. A música brasileira foi “Povo Feliz (Voa, canarinho)”, interpretada por Nonô/Memeco. A grande curiosidade é que foi composta em parceria com Junior, o lateral esquerdo dessa seleção de 82!
1986, essa é a primeira copa do mundo que eu me lembro nitidamente: álbum com fotos dos jogadores, “pingue-pongue”, que febre… Eu queria ser goleiro e toda bola defendida eu gritava “CAAAAARLOS no gol!”, que era o arqueiro da seleção de 86. O mundial, novamente foi disputado no México, palco do “Tri”. Como sempre, a expectativa era grande pelo “Tetra”, mas quem levou o “Bi” foi a Argentina.
O Brasil caiu nos pênaltis para a França e ficou em quinto lugar. Lembro da sala lotada e todos torcendo por Zico, o galinho de ouro, mas ele perdeu o pênalti. Não só ele, os craques Sócrates e Júnior também perderam e a França seguiu na Copa. Cara, o clima de revolta na sala de casa foi deprimente. Acho que foi a primeira vez que eu percebi que aquilo não era só futebol. A música brasileira da copa de 86 foi “Mexe Mexe Coração”, produzida pela Globo. Aliás, a primeira de uma série produzida pela emissora em parceria com os compositores Michael Sullivan e Paulo Massadas.
Ai meu coração… fica apertadinho com essas músicas! Quanta paixão envolvida em uma partida de futebol! Mas, enfim, a palavra de conforto era “Na próxima nós tentamos de novo”. O problema é que demora quatro anos para ter outra Copa e isso é uma infinidade quando se é criança. Até que finalmente chegou a Copa de 90 na Itália, e ficou marcada como a Copa da tática, onde os times jogavam apenas pelo resultado. O Brasil caiu logo na segunda fase, nas oitavas contra a Argentina, naquele lindo e deprimente gol…
Tecnicamente, após a copa de 90, com os jogadores indo à revelia para Europa, a qualidade das partidas caiu, mas a indústria do futebol estava muito em alta. A paixão nacional rendia grandes e lucrativos espetáculos. Lembro aqui do final do paulistão de 1990, quando o time da minha cidade, o Novorizontino, disputou a final contra o Bragantino. Era a inédita final caipira: dois clubes do interior disputando o maior estadual brasileiro e… perdemos… acontece. Do Novorizontino de 90 saiu Marcio Santos, o zagueiro trombador da próxima copa, a copa do Tetra… 1994. E haja música:
Esse aí era o tema da Globo que, dessa vez, trocou os pés frios Sullivan e Massadas por Alberto Luís e Marcos Baby Durães, criadores desse hino imortal que está tatuado na memória do brasileiro. Outras músicas também entraram no rol da Copa de 94. Em campo vinham Bebeto, Romário, Muller, Raí… Cara, que timaço… “Tafareeeeeeeeeel… Vai que é tua, Tafarel!” A Copa do “Tetra” foi disputada nos Estados Unidos. É aquela em que o Cafu escreve na camisa “100% Jardim Irene”. Cara, aquilo foi um dos protestos mais felizes desde a democracia corintiana, e chamou a atenção para as comunidades e favelas brasileiras. A final da Copa de 94 foi entre Brasil e Itália. Para matar os brasileiros do coração, foi nos pênaltis. Marcio Santos perdeu, justo ele que representava o Novorizontino… Mas, o craque da Itália, Roberto Baggio, também perdeu… Daí… Irmão… Segura o Galvão Bueno abraçado com o Pelé e gritando… é “Tetraaaaaa!”
Cara, não tem como descrever, aquela emoção foi demais… Não me orgulho disso, mas nesse dia, tomei meu primeiro porre aos 16 anos… Foi horrível, mas as ruas do Brasil explodiram em um carnaval fora de época.
Eu posso esquecer muitas canções que correlacionam futebol e música. Aliás, sei que esqueci. Mas “É uma partida de Futebol”, lançada pelos mineiros do Skank em 1996, composta por Nando Reis, que é São Paulino, e Samuel Rosa, cruzeirense doente, não pode ser esquecida. Pega a fase áurea do Skank e mescla com a conquista do tetracampeonato. Sem dúvidas uma das canções mais bem-sucedidas do tema. Outra curiosidade: as filmagens do videoclipe foram realizadas durante uma partida oficial, o clássico Atlético Mineiro 1, Cruzeiro 1, disputado no dia 16 de março de 1997, com participação de craques da música e do futebol como, Nando Reis, Gabriel O Pensador, Tony Garrido, Jorge Ben Jor, Ivo Meirelles, Evandro Mesquita entre outros. Sabe um outro músico que levava a sério o futebol? Bob Marley.
O rei do reggae era apaixonado pelo esporte. Ele dizia: “Futebol é liberdade”. Gostava tanto que, em sua visita ao Brasil, fez questão de jogar uma pelada com as celebridades da música. A paixão do Bob pelo futebol era tão grande que influenciou na sua morte precoce. O câncer que o matou em 1981 foi causado por uma lesão no dedão do pé, que foi ocasionada em uma partida de futebol, mas foi mal cuidada pelo músico. Quando o médico tentou amputar o dedão, Bob não deixou, por dois motivos: um, sua religião rastafári não permitia cirurgias e, dois, ele temia perder a habilidade no futebol.
Não podemos deixar de citar que a paixão entre música e futebol fez as torcidas organizarem suas escolas de samba: Mancha Verde, Dragões da Real, Camisa 12, Torcida Jovem, que em comum compartilham a paixão pelo time e pela escola de samba. O clássico da Gaviões da Fiel de 1995, “Coisa boa é pra sempre”, ultrapassou os limites dos desfiles tornando se um dos maiores clássicos samba enredo.
As histórias das copas se confundem com as histórias das nossas vidas, né? Tenho certeza de que, cada vez que eu falo de uma, você fica acessando o arquivo aí, lembrando de bons momentos, outros nem tanto. A vida é assim, o sofrimento é inerente. Em 1998, na França, foi sofrimento puro. Ronaldo passou mal no vestiário e perdemos a final pros donos da casa, por três a zero. Fora o baile. Lembro que, a exemplo da Copa passada, as cidades fecharam as ruas e prepararam tudo para festa do “Penta”, que ficou com gosto de ressaca.
Finalmente, chegamos ao novo milênio. “A dois mil chegarás, de dois mil não passarás”. Lembra? Que medo… Mas, estamos aqui até hoje e ainda mais apaixonados pelo futebol. A Copa de 2002 foi no Japão, de madrugada. Eu havia me mudado para São Paulo e trabalhava como vendedor de instrumentos musicais na Teodoro Sampaio para sobreviver. Por isso, não conseguia assistir a quase nenhum jogo. O relógio até despertava, mas eu continuava na cama e logo dormia de novo. Acordava com o Galvão gritando “RRRRRRRonaaaaaaldo!”… A música oficial da Copa de 2002 escolhida pela FIFA foi “A Little Less Conversation”, do rei Elvis Presley, mas no Brasil a trilha sonora foi “Deixa a vida me levar”, do Zeca Pagodinho.
Rivaldo, Ronaldinho e Ronaldo com o corte de cabelo “Cascão”. A final foi disputada entre Brasil e Alemanha e a seleção meteu dois a zero nos chucrutes… Brasil Pentacampeão e maior vencedor das Copas. Sempre que a seleção ganhava, o otimismo aquecia o mercado e CDs com as músicas das copas. Virou uma febre. Vocês lembram, né? Em 2006 a copa foi na Alemanha e quem faturou o Tri foi “Azurra”, a seleção italiana que derrotou a França na final, nos pênaltis.
Então acontece a Copa da música, a copa da Vuvuzela, Jabulani, Larissa Riquelme… A Copa mais alegre de todos os tempos, sem dúvidas, foi a copa da África de 2010. A primeira realizada no continente e teve muita música. Waka Waka da Shakira, lançada em parceria com a banda sul-africana Freshlyground, marcou a copa de 2010 e mudou a vida da Shakira, literalmente, porque foi quando ela conheceu o jogador que posteriormente virou seu esposo, o zagueiro espanhol Piqué.
A Espanha, grande potência do futebol europeu, ganhou a Copa pela primeira vez na África, quando derrotou a Holanda. A mesma Holanda que jogou água no nosso chopp nessa edição.
Daí, caro ouvinte apaixonado por futebol, eis que eu sinto uma vontade absurda de encerrar esse episódio, só para não ter que falar da Copa de 2014… Gente, que caminhão foi aquele que nos atropelou? 7 a 1 virou meme… “Todo dia no Brasil acontece um 7 a 1… Uma referência a tudo que nos humilha. Até os adversários ficaram com dó de zoar. Menos os argentinos, lógico. Mas, dá pra explicar o que aconteceu? Acho que nem quero pensar nisso. A música oficial da Copa de 14 foi “We Are One – (Ole Ola)”
Cocão:
Sempre que falamos de futebol e rock lembramos a paixão de Steve Harris, baixista e líder do Iron Maiden, pelo West Ham, ou o fanatismo dos irmãos Noel e Lian Gallagher, do Oasis, pelo Manchester City. Na Alemanha a primeira referência que nos ocorre é a filosofia do clube St. Pauli, com o universo do punk e do metal. Mas, aqui no Brasil, temos nosso hino do rock também, com participação de Silvio Luiz, o mais caricato locutor, que junto com os metaleiros do Dr. Sin lançaram “Futebol, Mulher e Rock e Roll”
Bem lembrado, Cocão
Bom, é assim, evidenciando as grandes paixões dos brasileiros que vamos chegando ao fim desse episódio extra do Clube. Quero agradecer aos sócios diretores que fazem parte da mais alta patente desse clube. São eles: Matheus Godoy, Henrique Vieira Lima, Caio Camasso, Marcelo Leonardo, Luis Machado, Lucas Valente, Antonio Valmir Salgado Jr. João Junior Vasconcelos Santos, Diego Vinicius, Jaques Liston, Liston Jr. e André Fonseca.
Reitero aqui que, se você vê valor no que fazemos, seja um sócio desse Clube. Acesse clubedamusicaautoral.com.br/assine e conheça as vantagens. Caso você queira apoiar de outras formas, lembro que tem o Pix do clube e você pode jogar uma moeda pra gente usando como chave o e-mail do clube que é clubedamusicaautoral@gmail.com
Esse acabou se tornando um extra das copas, né? Então, obviamente essa história continuará. Faltou falar da Copa de 18, né? Organizada na Rússia, cujo campeão foi a França. Brasil caiu nas quartas contra a Bélgica e a torcida ainda continua com o gosto amargo do 7 a 1.
Mas, quer saber? Num país com tantos problemas sociais, onde a desigualdade impera, acho que o 7 a 1 foi uma lição. Pena que nem todos entenderam que nunca a música é só música, e nunca o futebol é só futebol.
O episódio extra de hoje foi sobre paixões, pela música e pelo futebol. Acho que cabe uma última reflexão e por isso vou encerrar ao som de Gabriel O Pensador… Brazuca de 1999.
Esse podcast é um oferecimento dos sócios do Clube da Música Autoral. A revisão do roteiro é da Camilla Spinola e do Gus Ferroni. A arte de vitrine é do Patrick Lima. A edição é do Rogério “Cocão” Silva. E a produção é minha, Gilson de Lazari. Foi um prazer falar de música com vocês e até a próxima!