Acreditamos que o Brasil, tem uma dívida de gratidão para com Elis Regina. Foi ela que lançou os maiores compositores da MPB e divulgou a música brasileira, aos quatro cantos do mundo, mas além disso, foi injustamente atacada pela ditadura militar, contudo, sua resposta, veio em alto nível, com a canção: “O Bêbado e a Equilibrista”.
Formato: MP3/ZIP
Tamanho: 60 MB
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Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima e Caio Camasso>
Edição de áudio: Rogério Silva
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Acredito, que a história da música brasileira, tem uma dívida com Elis, mas hoje, o podcast que conta as histórias por trás das músicas, o “Clube da Música Autoral,” quer quitar sua parte nessa dívida eterna com Elis Regina.
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Esse, é o penúltimo episódio da temporada das minas, e lembro que você, pode participar do episódio extra, basta enviar um depoimento ou um comentário, a respeito de algum episódio dessa temporada. O Clube, está no Instagram, no YouTube, no Facebook e no Twitter; procure por: “Clube da Música Autoral,” que só de seguir, você já começa a fazer parte desse clube.
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Como o Cocão bem lembrou, Elis Regina, é um tema que os sócios do Clube, já vem pedindo e votando há tempos, claro, afinal, a história dessa mulher é incrível. E lembro que quem escolheu os temas dessa temporada, foram os sócios do Clube, aqueles que entenderam a causa e nos ajudam nessa missão. Se você também gosta dos podcasts do Clube, cogite a possibilidade de ser um sócio apoiador, onde você paga um valor fixo mensal, através do PicPay, PayPal, Apoia.Se ou PagSeguro, e nos ajuda a manter essa ideia viva. Acesse: clubedamusicaautoral.com.br/assine e conheça os prêmios, que você recebe em troca de seu apoio.
E já aproveito, para mandar aquele tradicional salve aos sócios-diretores… João Junior Vasconcelos Santos, Matheus Godoy, Antonio Valmir Salgado Junior, Luiz Prandini, Emerson Castro, Henrique Vieira Lima, Luiz Henrique Oliveira Machado e ele, Caio Camasso, que ao lado do grande Patrick Lima, é o responsável pelas artes de vitrine desse episódio. Se você gostou dos quadros do Caio, procure ele no Instagram, “@artecamasso.” Lembrando, que sócios do Clube, tem um descontão, caso, queiram adquirir qualquer uma de suas telas.
Se eu não esqueci nada, Cocão, agora é com você; pode rolar a vinheta, que hoje, lembraremos de Elis Regina, com respeito e sem ser vago.
Elis Regina, foi a primeira super-estrela a explodir, derivada dos aclamados festivais de música brasileira. Vejam que curioso, esses dias, me encontrei pessoalmente, com “Adonis Karan,” um dos co-realizadores dos primeiros festivais da TV Record, Excelsior, Tupi e Globo. Adonis, é daqui da minha cidade, “Novo Horizonte.” Ele, veio do Rio de Janeiro para acompanhar a merecida homenagem que fizemos ao seu falecido irmão, “Léo Karan,” um gigante desconhecido da MPB, que um dia, eu falarei sobre ele, aqui no Clube. Elis Regina, Cartola e Léo Karan, foram os primeiros músicos a lançarem discos independentes, pela extinta “Discos Marcus Pereira.”
Essa música que estamos ouvindo ao fundo, é dele, do Léo Karan. Ó, se liga…
Por acaso, eu, estava também, organizando um festival de música e fui honrado com a presença, de um dos pioneiros dos festivais. Cara, foram muitas histórias; Adonis, lembrou de como Elis, uma moça do Sul, que ainda definia seu estilo, surpreendeu a todos, no 1º festival da música popular brasileira, na TV Excelsior, que aconteceu em 1965. Apesar de estar coordenando os festivais no Rio, e Solano Ribeiro em São Paulo, Adonis, lembrou da apresentação explosiva daquela pequena cantora, de 1 metro e meio, que subverteu todas as regras da contenção vocal e da performance minimalista da Bossa Nova, que, como sabemos, Bossa Nova, se canta assim, sussurrando e bem baixinho, mas Elis, era Elis, né? Com uma potência vocal absurda, ela, causou estranhamento e ao mesmo tempo, admiração, defendendo “Arrastão” de “Vinicius de Moraes” e “Edu Lobo.” Claro, ela faturou o primeiro lugar. Aliás, essa apresentação de Elis, é considerada por muitos críticos e jornalistas, como um marco. É o início de um novo estilo, que daí pela frente, seria chamado de: MPB… “Música Popular Brasileira.”
Esses festivais, cara, carregam o DNA da música brasileira. Se você gosta de histórias sobre os festivais, é imprescindível, que ouça o episódio 12 do Clube, “Jorge Maravilha,” onde falo da ascensão de “Chico Buarque.” Mas aqui, na nossa realidade paralela, Elis Regina, após faturar o primeiro lugar no festival da TV Excelcior, recebeu uma proposta da TV Record, para ser apresentadora do programa “O Fino da Bossa,” Produzido e dirigido por “Manoel Carlos,” hoje, conhecido autor de novelas. O programa, era apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues, acompanhados na maior parte das edições, pelo “Zimbo Trio.” Toda semana, a dupla, recebia ao vivo no palco, convidados como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Dorival Caymmi, os Cariocas, entre outros. A atração, ficou no ar por três anos com grande sucesso, entre 1965 e 1967. O Fino da Bossa, marcou não somente a história da televisão brasileira, como também, ajudou a difundir e redefinir os novos rumos da música popular brasileira.
Um detalhe interessante também, sobre o programa que Elis apresentava, é que a “Philips Records,” gravou 3 LPs ao vivo, com canções que eram apresentadas no programa e um desses LPs, que se chama: “Dois na Bossa,” foi o primeiro disco brasileiro, a vender um milhão de cópias.
Jair Rodrigues e Elis Regina, tinham estilos parecidos, os dois, cantavam com a voz empoderada e se sacudindo no palco; Jair, inclusive, plantava bananeira e Elis, entre os amigos de profissão, ganhou o apelido de “Eliscóptero,” por quê, ficava o tempo todo, girando e balançando os braços, mas, acho que era por quê, aquilo, era um grito de liberdade, pois, se compararmos com os hesitantes murmúrios da Bossa Nova, que após a explosão, vinha perdendo espaço no Brasil, gritar e extravasar, era a nova onda musical, mas vale lembrar,, que aquela onda, triste pra alguns, da Bossa Nova, deixava de ser protagonista no Brasil, mas começava a conquistar o mundo…
Enquanto isso, aqui no Brasil, Elis, a cantora mais popular de sua época, recebia muitos convites, para tocar na Europa. Ela, acabou se casando com “Ronaldo Boscoli,” que era um dos diretores do programa Fino da Bossa, juntos, viveram um romance cheio de altos e baixos, pois ambos, eram explosivos e dominadores. Foi nessa época, que ela compôs sua primeira e única música, que se chama: “Triste Amor que Vai Morrer,” mas, Elis, nunca a gravou, apenas “Toquinho,” em 1966, registrou essa versão instrumental…
Os programas de TV e as aparições em festivais, transformaram Elis, em uma mega-celebridade, e como toda mega-celebridade, ela, também tinha problemas; era egocêntrica e as vezes, abusava do álcool. Em 1969, a Philips, resolveu investir na carreira internacional de Elis; ela, passou a fazer muitas viagens. Londres, tornou-se seu reduto, e certa vez, ela, impressionou o maestro “Peter Knight” e sua orquestra, ao gravarem juntos, o disco “Elis in London,” de 1969, ao vivo. Detalhe, um disco gravado ao vivo, sem repetir nenhuma das doze canções. Elis, era perfeita em suas apresentações e nesse dia, foi aplaudida de pé pelos músicos, ao final da gravação. O disco, só seria lançado no Brasil, em 1982, após sua morte.
Acontece, que Elis, não conseguia se acostumar na Europa; ela, sempre inventava um motivo para voltar, principalmente, após o nascimento de seu primeiro filho. Ela, chegou a recusar contratos valiosíssimos, pois também, se dizia uma cantora, eminentemente brasileira. Sorte a nossa, mas azar de Elis, que calculou mal sua importância e a relevância de seus discursos no exterior; certa vez, ao ser perguntada por jornalistas franceses, sobre o momento político atual no Brasil, Elis, rasgou o verbo e fez críticas duras à ditadura militar. Ela passou a ser perseguida, inclusive, os militares, queriam saber a respeito de sua ligação musical com o movimento negro norte-americano, evidenciado pela versão que Elis, gravou da canção “Black is Beautiful,” de 1971. Pra vocês terem uma ideia da obsessão dos milicos, um diplomata sueco, chegou a ser detido, simplesmente, por portar um LP de Elis Regina.
Os militares, queriam prender Elis, mas, ela era muito famosa e provavelmente, causaria um efeito negativo, então, negociaram a obrigatoriedade, dela cantar músicas em eventos militares; Elis topou, com a contraproposta, de que os militares a deixassem em paz, mas isso, causou a ira da esquerda reacionária, ao qual, fazia parte a maioria dos intelectuais e jornalistas da época. Eles, passaram a atacar Elis, imputando a ela, o selo de traidora. Uma grande injustiça, pois Elis, Sempre foi engajada politicamente; ela, participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileira; foi voz ativa, da campanha pela Anistia e lutou bravamente pelos direitos dos músicos brasileiros. Elis, até encabeçou reuniões em Brasília, onde chegou a ser presidente da “Associação de Intérpretes e de Músicos.” Aliás, Elis, foi a única colega de profissão, que ajudou “Rita Lee,” quando ela foi presa pelo DOPS.
A treta, na verdade, era que Elis, muitas vezes, era sisuda demais e se contradizia com frequência, como no caso da Marcha contra a Guitarra Elétrica, um ato, encabeçado e defendido por Ela, ao lado de Gilberto Gil, Geraldo Vandré, MPB 4, entre outros artistas da época. O objetivo, era defender a nossa música, a MPB, do que chamaram de: “a invasão estrangeira,” sobretudo, dos “Beatles,” que dominavam as rádios brasileiras, potencializando, o eminente sucesso da Jovem Guarda, nos anos 60.
O mais curioso e irônico de tudo isso, veio depois; praticamente, todos os artistas envolvidos na manifestação contra a guitarra elétrica, fizeram grandes discos usando a guitarra elétrica, inclusive, Elis, que ao ser indagada sobre isso, simplesmente disse:- “Ah… mudei de ideia.”
Sabe um outro detalhe muito saboroso, sobre Elis Regina? Ela, lançava compositores… sim, eu sei, geralmente, são compositores que lançam intérpretes, mas com Elis, era diferente, ela, conseguia interpretar as canções de um modo único, onde os próprios compositores se assustavam, com a transformação de suas composições. “Milton Nascimento,” por exemplo, foi lançado por Elis; ele, por sua vez, a elegeu sua musa inspiradora e a ela, dedicou inúmeras composições, como “Maria, Maria,” por exemplo, que apesar da letra, ser inspirada na história de sua verdadeira mãe, Milton, compôs a melodia, pensando na interpretação de Elis, que cá entre nós, não tinha pra ninguém…
Se você ouviu o episódio 14 do Clube, “Que Beleza,” sabe que o “Tião da Tijuca,” só conquistou seu espaço ao Sol, quando Elis, além de gravar uma composição sua, “These Are The Songs,” ainda o convidou para um dueto ao seu lado, e após isso, a carreira de “Tim Maia,” foi alavancada.
Renato Teixeira, Tim Maia, João Bosco, Aldir Blanc, Sueli Costa… todos foram revelados, quando Elis, escolheu suas musicas para interpretá-las. Aliás, entre tantas histórias, Gilberto Gil, um baiano que veio para São Paulo, trabalhar em uma fábrica de sabonetes, certa vez, recebeu uma ligação… era Elis. Alguém, havia falado bem de Gil e ela, queria ouvir suas músicas; assustado, Gil perguntou:
– Ok, mas quando?
Elis disse:
– Agora!
Gil, foi ao seu apartamento, na Avenida Rio Branco e esse, foi o início de inúmeras parcerias. Gil, conta também, que após ouvi-la cantando “Se Eu Quiser Falar Com Deus,” ele se perguntou: “como é que eu vou cantar essa música agora?”
Elis,, se separou de Ronaldo Boscoli, e em 1972, começou um romance com “César Camargo Mariano.” Ele, um grande pianista, transcendeu a vida amorosa; César, passou a arranjar as músicas e dirigir os shows de Elis, deixando-a mais segura e a vontade, em suas atividades profissionais, inclusive, ele, foi o pivô, que tornou possível, em 1974, realizar o grande sonho de Elis, gravar um disco com “Tom Jobim,” aliás, o mesmo Tom, que a havia supostamente a rejeitado em um teste, 10 anos antes, por que Elis, teria ficado nervosa no teste. Aliás, esse problema com testes, não era uma novidade não.
– Cocão, vamos contar essa história desde o início…
Filha de “Romeu Costa” e de “Ercy Carvalho,” Elis Regina, nasceu na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, no dia 17 de março de 1945. Seu nome, tem origem no nome de uma personagem de um romance, que sua mãe lia na época e se chamava:: “Miss Elis.” Seu pai, Romeu, tentou batizá-la assim, mas foi impedido, sob a argumentação, de que “Elis,” poderia ser nome tanto de homem, quanto de mulher, e que deveria haver um nome feminino, entre “Elis” e “Carvalho.” Romeu, sugeriu então, que ela, fosse chamada: “Elis Regina Carvalho Costa.”
Estrábica, a pequena, usava óculos e era focada nos estudos. Sua mãe, lembra que já na adolescência,, tudo que Elis fazia, precisava ser ouvindo música. Sua principal influência, era a Rainha do Rádio, “Ângela Maria,” que ouvimos ao fundo.
Elis, era muito musical; ela, ouvia os programas de calouro da “Rádio Gaúcha” e logo, decorava as canções. Um belo dia, pediu a sua mãe, que a levasse para cantar no “Clube do Guri,” na “Rádio Farroupilha,” mas na sua vez, Elis, travou e pior, teve hemorragia nasal, um problema que sempre a acompanhou; bastava ficar nervosa e seu nariz sangrava.
Mas a jovem,, não desistiria assim tão facilmente, ela treinou e logo voltou ao Clube do Guri; na segunda vez, conseguiu cantar e deixou todos os presentes admirados, tanto, que passou a ganhar prêmios em concursos e logo, foi contratada pela rádio. Além disso, Elis, passou a se apresentar em shows pela região, bailes dançantes, teatros… foi quando recebeu o apelido de: “a estrelinha da Rádio Gaúcha.”
Um belo dia, um vendedor da “Continental,” chamado “Walter Rodrigues,” estava de passagem pela rádio e ouviu Elis cantar, ele, ficou impressionado e sugeriu aos dirigentes da Continental, que a contratasse, e foi assim… em 1961, Elis, foi pela primeira vez ao Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro LP, chamado: “Viva a Brotolândia.”
O disco, deu um tremendo empurrão na carreira da menina gaúcha, que agora, se tornara famosa na região. A Continental, tinha planos de transformar Elis, numa espécie de “Cely Campelo,” cantora de “Estúpido Cupido” e apresentadora da TV Record. Lembra?
Cara, juro, se você gosta dessas histórias da Jovem Guarda, ouçam o episódio 10 do Clube, “O Portão,” onde falo dessa época brasa mora, da música brasileira.
Mas aqui, no multiverso de Elis, apesar do sucesso que fazia na região gaúcha, e com dois LPs lançados pela Continental, sua carreira ainda não havia conquistado notoriedade, no eixo Rio-São Paulo, ela, precisava se mudar para o Rio, era inevitável, e fez isso em 1964, poucos meses antes, do “Golpe Militar.”
Logo que chegou no Rio, Elis, se deparou com um momento de insegurança e recesso, mas, ficou sabendo de um teste; Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, preparavam o disco do musical, “Pobre Menina Rica,” orquestrado pelo maestro Tom Jobim. Elis, não teve duvidas e fez o teste, mas ficou nervosa. Dizem, que seu nariz sangrou, mesmo assim, aparentemente, estava tudo acertado; ela, cantaria no disco, mas de última hora, chamaram a cantora “Dulce Nunes” em seu lugar.
Elis, soube por terceiros, que sua participação havia sido vetada por Tom Jobim, que teria dito, que não queria uma cantora de churrascaria em seu disco. Era tudo mentira; nem mesmo Tom participou daquele disco. O problema, é que o primeiro encontro de Elis e Tom, acabou assim, tenso.
Elis, seguiu seu sonho e passou a tocar em bares cariocas, logo, virou atração fixa no “Beco das Garrafas,” lugar onde nasceu a Bossa Nova; até que em 1964, Elis, participa do “1º Festival da Música Popular Brasileira,” com a música “Arrastão,” e o resto, nós já contamos, né? Mas e o Tom Jobim?
Anos mais tarde, em 1971, Elis, já uma cantora consagrada, recebeu em sua casa, no Rio de Janeiro, o maestro Tom Jobim. Ele, queria humildemente, mostrar para Elis, sua mais nova composição e sugerir, que Elis,, caso quisesse, a gravasse. Era nada menos, que “Águas de Março.” Elis, enlouqueceu, e na hora, topou, claro!
Águas de Março, foi lançada no álbum, “Elis,” de 1972. Tom, ao ouvir a canção, ligou e disse:
– “Elis, essa, nem Frank Sinatra faria melhor!”
Em 1974, Ao completar dez anos de carreira na Phillips, os executivos da gravadora, perguntaram o que ela gostaria de ganhar de presente; Elis, não pensou duas vezes e disse que queria um disco, com Tom Jobim. O pedido inusitado, surpreendeu os diretores da gravadora, que pensavam que a cantora, iria pedir um carro ou uma viagem, mas não, ela, gravou “Elis & Tom,” que foi lançado em 1974. O disco, foi gravado em Los Angeles, e contou com o arranjo do seu marido, César Mariano, que fez uma inovação, ao levar instrumentos elétricos, para a Bossa Nova. Poucos sabem, mas esse disco, é um fenômeno de vendas internacional e foi considerado pela “Rolling Stone,” o 11º melhor disco da música brasileira.
Elis, adorava esse clima jazzístico, misturado com uma Bossa Nova, e voltou a fazer muitos shows, nos E.U.A e na Europa. Juro cara, Elis Regina, era super respeitada, tanto, que em 1978, após se apresentar no “Montreux Jazz Festival,” na Suíça, Elis, foi aclamada e chamada pela crítica, de: “a nova Ella Fitzgerald.” Porém, poucos sabem que antes de se apresentar, Elis, teve uma crise de choro, ao se lembrar que ela, filha de lavadeira, iria se apresentar no mesmo palco, que os grandes gênios da música mundial.
Esse evento, está registrado, como um dos grandes momentos da música mundial. A euforia dos organizadores foi tamanha, que Elis, foi convidada a se apresentar, mesmo sem ensaio, com “Hermeto Paschoal,” numa apresentação que até hoje, é considerada histórica, e foi gravada ao vivo, mas, por Elis não ter aprovado seu desempenho no show, Ela, não autorizou o lançamento desse álbum, que só veio ao público, após sua morte, em 1982.
Cara, vocês entenderam? Isso aí, é um disco de improviso, gravado durante o mais importante festival de Jazz do mundo, com Elis e Hermeto Pascoal, juntos no palco. Isso é arte plena e um orgulho nacional!
Mas, antes disso, no Brasil, a carreira de Elis Regina, que já era excepcional, com todos os executivos dizendo que ela havia atingido o topo, se elevou a um nível ainda maior, talvez, um nível de semi-deusa, quando em 1976, Elis, lança o que eu, considero o seu melhor disco: “Falso Brilhante.” E logo na primeira faixa, o hino de uma geração: “Como Nossos Pais.”
Essa canção, é de “Belchior,” aliás, do até então, desconhecido, Belchior. Mas, vocês sabem, Elis, como de costume, deu outro significado com sua interpretação. E ela, também gravou nesse disco, outra canção do Bell, “Velha Roupa Colorida.” Na verdade, esse disco nasceu de um espetáculo, montado para contar a história de Elis. “Falso Brilhante,” bateu recorde no show Business brasileiro, ficou por mais de 4 meses em cartaz, encerrando sua temporada em 1977, depois de 257 apresentações e de ter sido visto por 280 mil pessoas. O disco, no lançamento, foi recebido de forma tímida, mas atualmente, Falso Brilhante, é considerado não apenas um dos maiores sucessos da carreira de Elis Regina, como um dos discos mais representativos dos anos 70.
Os filhos de Elis e César, “Pedro Mariano” e “Maria Rita,” nasceram nessa época. No final dos anos 70, ela, resolveu se afastar um pouco da agitação da capital Paulista e se mudou para a Serra da Cantareira; lá, ela realizou seu sonho de ser dona de casa, como sua mãe, e desenvolveu sua espiritualidade. Elis, era espírita, estudiosa de Allan Kardec e chegou a psicografar algumas cartas. Sabia?
Mas, ela, ficou religiosamente famosa, quando gravou “Romaria,” e aliás, revelou também, mais um grande compositor, ”Renato Teixeira.” A música, tornou-se um enorme sucesso em todo o Brasil, e surgiu das observações de Renato Teixeira, vendo os romeiros, rumo à Aparecida do Norte. Porém, Elis, deixou de cantar Romaria, particularmente, após uma fã, vir lhe pedir um autógrafo aos prantos, segurando uma imagem de Nossa Senhora, como se viesse receber uma bênção dela.
E com esse clima de oração, aproveito e peço ao Cocão, que rode a vinheta, pois, temos muitas histórias para contar sobre Elis, mas o episódio 29 do Clube, também precisa falar sobre o seu grande clássico, “O Bêbado e a Equilibrista.”
Talvez, um dos melhores, ou no mínimo, o mais poético grito velado, de protestos em forma de canção, já feito contra o regime Militar.
O Bêbado e a Equilibrista, foi escrito por “Aldir Blanc” e musicado por “João Bosco,” aliás, mais um compositor revelado por Elis Regina, que por sua vez, nunca fugiu da raia e interpretou essa pérola da música brasileira, em seu disco, “Essa Mulher,” de 1979.
Inicialmente, João Bosco, queria falar sobre “Carlitos,” ou melhor, “Charles Chaplin,” que morrera no mesmo ano, em que começaram a compor essa canção, 1977, inclusive, Bosco, assume que foi influenciado pela trilha sonora “Smile,” composta por Chaplin; foi a partir dela, que ele começou a desenvolver a melodia de O Bêbado e a Equilibrista, que logo, tomou outros rumos, com o envolvimento de Aldir Blanc, mas, foi somente definida, quando caiu na graça de Elis Regina. Ela, conheceu “Henfil e como sempre fazia, interpretou aquela letra de Blanc e a melodia de Bosco, completamente possuída pela mensagem da anistia.
– “A partir do momento em que Elis cantou, O Bêbado e a Equilibrista, aquilo deixou de ser uma simples canção, para se tornar algo que já não nos pertence mais.” Disse João Bosco.
Para nos situarmos e compreendermos essa letra, pela ótica de seus criadores, vale lembrar, que a ditadura brasileira, sofria grandes reveses, no fim dos anos 70. A pressão pela abertura democrática, vinha de todos os lados, mas, o regime se mantinha duro e firme. Quem ousava levantar a voz contra os militares, corria o risco de pagar caro; alguns, estavam, inclusive, pagando com a própria vida.
Vamos imaginar, que o “Bêbado,” nesse caso, seja a classe artística, representada pelo seu símbolo-maior, “Carlitos,” personagem de Charles Chaplin, com toda sua aura de liberdade e utopia.
Chaplin, foi um artista, cujo o trabalho, visava as pessoas menos favorecidas e no final dos seus filmes, sempre havia a referência de uma estrada, que simbolizava um novo caminho; uma esperança, por onde Carlitos, caminhava em direção ao infinito.
A “Equilibrista,” por sua vez, nesse caso, representa aquele fio de esperança, que estava surgindo. A volta da democracia, era um sonho distante, mas, havia um fio de esperança, que se equilibrava e insistia em não cair.
Cara, Aldir Blanc, foi muito feliz, em representar algo tão tênue e incerto, quanto era a nossa abertura política, com a figura de uma equilibrista e a classe artística, com a esperança da volta da democracia, onde ambos, tentavam se equilibrar em cordas-bambas.
Aldir Blanc, tem fama de ser um “poeta-repórter,” pois seus textos, geralmente, são fatos de uma época, e no decorrer desta música, ele, evidencia passagens deste período, em que havia repressão nas ruas, censura e muitas incertezas. Por exemplo: o “viaduto, que cai com a tarde,” no caso, era o “Paulo de Frontin,” no Rio de Janeiro, que desabou em 1971, deixando 29 mortos.
“Um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos…” Essa, era a ideia inicial de João Bosco, uma música para saldar o eterno Carlitos, mas Aldir, estava profundamente envolvido com a censura, inclusive, apoiando famílias, cujo, entes, haviam sido expulsos do Brasil e alguns, inclusive, foram assassinados. O “traje de luto,” nesse caso, simboliza a tentativa de calar a classe artística; era um luto, pela falta de liberdade de criação, mas vale lembrar, que também existia uma parte da classe artística, que estava neutra; muitos, haviam vendido a sua cumplicidade.
Para o poeta, “todo fim de tarde,” sugere uma certa melancolia e tristeza, uma vez que estamos saindo da claridade do dia, para a escuridão da noite. Aldir Blanc, utilizou esta simbologia, para representar a situação, na qual, vivia o Brasil, já que as sessões de torturas, eram realizadas nos porões do “DOI-CODI,” durante a noite.
Sem luz própria, a “Lua,” assume as funções de “dona de bordel,” pegando emprestado um pouco do brilho das estrelas, exatamente como faz a cafetina, com suas contratadas, em um prostíbulo. Mas, há quem diga também, que, a “Lua,” que o poeta sugere, na verdade, representa a “Rede Globo,” um dos principais instrumentos de mídia, usado a serviço dos militares.
Tente imaginar, as “estrelas frias,” sendo os artistas que não aderiram a resistência. A Lua, dona do bordel, no caso, a Globo, tinha muita importância no setor artístico da época. Eles, tinham o “poder de criar ídolos, imagens e pensamentos, e difundi-los para massa brasileira, de forma, que abafasse aquela realidade; isso, explica hoje em dia, a negação de pessoas, quanto ao autoritarismos dos militares, afinal, a imagem vendida na mídia, era outra, e os veículos que ousassem dizer a verdade, eram censurados.
A ideia de que a Lua seja a Globo, fica mais clara, se pararmos para analisar os subsídios, que a emissora recebia dos militares, em troca da programação pró-governo. A frase: “pedia a cada estrela fria, Um brilho de aluguel,” faz muito sentido e evidencia o fato, da emissora, ter dado o seu maior salto financeiro, durante o regime militar, ao alugar a emissora, para os interesses do governo.
Quando o poeta fala: “as nuvens e o céu,” figura o universo da religiosidade, não é? Nuvens, céus, anjos, Deus… Então, saiba que, no final da década de 1970, quando o país discutia a anistia geral e irrestrita, dos presos políticos, a igreja católica, demorou a se posicionar, e quando o fez, foi com muitas restrições pró-governo. A real, é que a igreja, reconheceu a irregularidade daquela posição ditatorial, mas, como sempre fizeram na história da humanidade, fizeram vistas grossas, borrando assim, a imagem divina da justiça.
Para alguns, o “mata-borrão no céu,” demonstra o poder político e balsâmico da igreja, mas para outros, também pode ser interpretado, como o mata-borrão, que tira o excesso de tinta do papel, ou seja, que tira as “informações em excesso,” aquelas que incomodavam o governo, saca?
As tais “manchas da tortura,” pode ser interpretadas, como uma referência as vítimas do regime militar, que passaram pelo mata-borrão.
“O louco, o bêbado com chapéu-côco,” é claro, o Artista Carlitos, que fazia irreverências mil, ou seja, deixava de respeitar o que havia se tornado aquele Brasil, mas de qual Brasil o poeta falava? Aquele, de quem sonha com a volta do irmão do “Henfil.”
“Henfil,” o nome do amigo de Aldir Blanc, que certa vez, o encontrou e contou o drama que passava, pois seu irmão, “Betinho,” havia sido exilado e a família estava em prantos. Henfil, era cartunista do “Pasquim,” um tabloide de oposição da época, onde trabalharam também, Ziraldo, Millor Fernandes, Jaguar, Sérgio Cabral, entre outros jornalistas e intelectuais da época. Os caras, eram uma pedra no caminho dos militares, que em certo momento daquela luta, estavam vencendo.
Após conversar com Henfil, Aldir Blanc, voltou pra casa arrasado, ligou para João Bosco e apresentou o enredo da canção; um personagem chapliniano, que, no fundo, deplorasse a condição dos exilados.
Diante de tantas injustiças, só se justificava a dor, se fosse na alegria etílica de um bêbado, em um estado de loucura, que poderia amenizar aquela realidade.
O “nacionalismo,” também aparece nas entrelinhas com o Hino Nacional: “a nossa pátria, mãe gentil.” A mãe que não abandona nenhum de seus filhos, abrigava as esposas e mães, que choraram por seus filhos e maridos.
A primeira entidade organizada para lutar pela anistia, se chamava: “MFA” (Movimento Feminino pela Anistia), criado em 1975, onde as esposas e mães, pediam anistia aos maridos e filhos,, presos políticos, ou exilados, como foi o caso do sociólogo “Betinho,” irmão do Henfil.
Mas em um ponto, a letra da canção é muito clara, quando relembra as mortes do jornalista “Vladimir Herzog” e do metalúrgico “Manuel Fiel Filho,” ao citar os nomes de suas esposas, “Maria” e “Clarice,” respectivamente.
A letra de O Bêbado e a Equilibrista, traz a voz de alguém, que num momento de consciência, acorda para um mundo totalmente adverso; observa o que está à sua volta; o céu da cidade, um bêbado, o cair da tarde… Tudo é estranho e triste, mesmo assim, há uma esperança que não abandona a sua missão. O consolo, é poder ainda, vislumbrar a liberdade e sonhar com ela, mesmo quando os olhos só conseguem ver a opressão.
Ao fim, fica claro, o desejo de liberdade, que sempre vai estar no coração do homem. “Esta é a sua arte e o show, tem que continuar!”
Imagino, que se você não sabia dessa história, ou não tinha se atentado, a partir de agora, irá ouvi-la de forma diferente, por isso dizem: é um hino… o hino da anistia.
A canção, foi um sucesso arrebatador. O Bêbado e a Equilibrista, foi cantada pela primeira vez por Elis, em um programa de TV em São Paulo. No dia seguinte, estava estourando em todo o Brasil, e olha que ainda nem tinha sido gravada.
Elis Regina, a “pimentinha,” também sofreu nas garras dos milicos. Como ela era uma estrela internacional, sua opinião sobre o momento político, era muito requisitada nas entrevistas. A quantidade de artistas, jornalistas e líderes de oposição, sendo exilados e presos no Brasil, estava repercutindo por todo mundo, mas Elis, talvez por excesso de honestidade, ou por calcular mal a repercussão de suas palavras, acabou criticando o governo brasileiro, em uma entrevista concedida em Paris.
Ao chegar no Brasil, ela foi detida. O “AI5,” acabara de ser baixado e o Brasil, nessa época, entrava no famigerado “anos de chumbo.” Não apenas artistas, intelectuais e jornalistas, qualquer sujeito andando à noite, poderia ser interceptado, questionado e torturado, sobre possíveis conspirações contra o governo.
Elis, foi diretamente investigada pelo “DOPS,” órgão de repressão da ditadura militar. Ela, era constantemente vigiada e foi várias vezes, intimada para depor. Os militares, só não prenderam Elis na época, porque ela, assim como Chico Buarque, eram muito famosos e isso, poderia ter causado um efeito reverso.
O que eu quero dizer, é que ela, Elis, sabia, o quão cruéis, aqueles subordinados do governo poderiam ser. Ela, fez acordo e precisou cantar em festas dos militares, de graça; fez, pois, assim, como todos que eram perseguidos, temia o pior. Mas, em 1978, Elis, lavou a alma com sua magnífica interpretação, em O Bêbado e a Equilibrista, onde ela, também faz parte na letra, pois a canção, revela a relação de amizade, de João e Aldir, – que, próximos de Elis, também aproximaram Henfil, que se tornou um amigo muito próximo de Elis Regina.
E é assim, que chegamos ao fim de mais um episódio do Clube da Música Autoral, lembrando que “O Bêbado e a Equilibrista,” é uma canção, que, além de tudo, celebra a amizade, de João Bosco, Aldir, Henfil e Elis Regina.
Essa, é a cantora “Bruna Caran,” nossa indicação autoral, do episódio 29 do Clube. Bruna conta, que começou sua carreira na música, após ler a biografia de Elis Regina. Bruna conta, que ao lera a história de Elis, foi conhecendo sua obra desde o início, ouvindo cada música; e a medida que ia conhecendo o contexto em que foram gravadas, fui conhecendo também, a artista por completo, e seu envolvimento foi absurdo. Foi por causa da Elis, que deu forma e luz a uma idéia, que já vinha crescendo feito um rascunho colorido, dentro dela.
Essa, e todas as músicas que citamos nesse episódio, estarão numa playlist exclusiva, que você poderá ouvir no Deezer e no Spotify, aliás, todos os podcasts do Clube, estão por lá também. É só procurar por: “Clube da Música Autoral.”
Lembro também, que está rolando no Catarse, o financiamento coletivo do meu livro, “Os Delírios Musicais,” um projeto digno, que merece seu apoio.
E nas redes sociais, nas quartas-feiras, quinzenalmente, róla uma live, para debater os últimos episódios. Procure por: “Clube da Música Autoral,” que só de seguir, você já começa a fazer parte desse clube.
Para encerrar esse episódio, preciso lembrar, que a carreira de Elis Regina, infelizmente, foi interrompida.
Em 1981, o seu relacionamento com César Mariano, chegou ao fim. Elis, havia desenvolvido uma dependência profissional com o ex-marido, principalmente, porque ele, era seu produtor musical. Após poucos meses da separação, Elis, que já estava em um novo relacionamento, e em um novo apartamento, morando com seus três filhos, passou por um dia estressante; ela, estava muito ansiosa, pois, entraria no estúdio pela primeira vez em 10 anos, sem a presença do ex-marido.
Elis, não tinha histórico de abuso com drogas, mas nesse dia, ela, se trancou em seu quarto e misturou calmantes, com cocaína e álcool. No dia 19 de janeiro de 1982, a porta de seu quarto foi arrombada e ali, já não estava mais Elis, que morreu com apenas 36 anos de idade.
A notícia de sua morte, só não repercutiu mais do que o motivo divulgado pelos legistas, “overdose.”
Elis, passou a ser julgada e toda sua obra, questionada pelas mídias conservadoras, que ainda serviam ao governo militar. Em defesa de Elis, Henfil, seu grande amigo, publicou uma nota no Pasquim, que dizia:
“Elis Regina, a cantora, foi “morta” pelos homens ao seu redor, que não souberam lidar, com um espírito muito à frente de seu tempo.
Nós, homens, não conseguimos namorar uma mulher livre.”
A edição do Clube da Música Autoral, é do Rogério Silva e a produção, é minha, Gilson de Lazari.
Foi um prazer falar de música com vocês.
Até a próxima!
Muito bom, meu querido, pena que tenho que dividir as sensações.
Quando é hora da história eu não quero que acabe. Quando começa uma música eu quero ir até o final. E quando vejo já se foi, voando, uma hora de ep. Ao tenho de apelar a são feed e santo Spotify e ouvir tudo de novo.
Um abraço?
ahahah… boa
um dos melhores “episódios” do clube. Fantastico…