Existe uma história incrível por trás do sucesso que a canção “Like a Prayer” fez no início dos anos 90.
Confira e inspire-se com a ousadia de Madonna, a rainha do Pop!
Formato: MP3/ZIP
Tamanho: 53 MB
Gostou da arte? Saiba que você pode adquirir essas belíssimas telas, que são feitas pelo artista plástico Caio Camasso. E tem mais, se você for um sócio do Clube da Música Autoral, você ganha 20% de desconto!
Visite o Instagram @artecamasso e conheça os trabalhos do Caio.
Se você gostou do Clube da Música Autoral, seja um sócio. Acesse: clubedamusicaautoral.com.br/assine e confira as vantagens que você recebe em troca do seu apoio.
Se você quiser, também pode nos ajudar fazendo um PIX. Utilize nosso email como chave: clubedamusicaautoral@gmail.com Qualquer valor é bem-vindo.
Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima e Caio Camasso>
Edição de áudio: Rogério Silva
Assine
Apple Podcasts
Google Podcasts
Spotify
Deezer
Amazon Music
Castbox
Podcast Addict
Pocket Casts
RSS
Ver Mais Opções
Fale Conosco
Facebook
Twitter
Instagram
WhatsApp
Telegram
Se preferir, escreva um comentário, ou envie um email para: clubedamusicaautoral@gmail.com
Playlists
Quer ouvir as músicas que tocaram neste episódio?
Confira a playlist no Spotify ou no Deezer
Eu ouvia esses lamentos, de tios e tias, que mantinham vivos os bordões de seus pais italianos. Eram clamores; muitas vezes, eram pedidos de uma ajuda divina, ou simplesmente, os diziam por puro hábito.
Acontece, que se hoje, você perguntar para qualquer pessoa, ou mesmo para o Google: “o que é Madonna?” A resposta será: “uma cantora, dançarina, atriz e empresária Americana,” mas, em italiano, “Madona,” significa: “Mãe de Deus.”
Mas, a nossa diva, do episódio 23, do Clube da Música Autoral, não tem nada a ver com religião, pelo contrário, ela, ficou famosa, exatamente pela blasfêmia. Mas ao contrário do que muitos pensam, ela não adotou esse nome artístico não, ela, foi batizada com o nome da sua mãe, que também,, era o nome da Mãe de Deus. E nossa terceira musa da temporada das minas, é assim mesmo, cara, ela, é polêmica; ela, é… Madonna!
O Clube da Música Autoral, faz parte do “Overcast,” uma rede de podcasts, que foge do padrão da podosfera atual. Saiba mais, acessando: overcast.com.br
Meus cumprimentos, aos diretores do Clube da Música Autoral… Caio Camasso, Emerson Castro, Henrique vieira Lima, Antonio Valmir Salgado, Matheus Godoy, João Jr Vasconcelos Santos e Vinicius Gomes; mais que sócios, eles, são diretores do Clube. Ser um sócio do Clube, custa a partir de 10 reais por mês, e você, pode assinar, através do apoia.se, do PagSeguro, do PicPay e do PayPal. Vem junto comigo e o Cocão, pois, “A Música Salva!” Acesse: clubedamusicaautoral.com.br/assine e conheça as vantagens e prêmios, que você recebe, sendo um sócio do Clube.
Já está nos seguindo nas redes sociais? O Clube, está no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. E agora, também, durante a temporada, toda quarta a noite, após as 20h, está rolando uma live multiplataforma, para debater os temas. Acompanhe! Procure por: “Clube da Música Autoral,” que só de seguir, você, já começa a fazer parte desse clube.
Quero lembrá-los, que estou tentando publicar o meu livro, “Os Delírios Musicais.” Acesse: catarse.me/osdeliriosmusicais e participe do Financiamento. Bote fé, o projeto é legal e precisa do seu apoio.
Faz tempo que não falo do WhatsApp do Clube, né? Sim! Assine a lista de transmissão e receba por lá, os novos episódios, para você poder enviar para aquela pessoa especial, que ainda não se entregou às magias da podosfera.
No nosso site,, além da transcrição desse episódio, tem todos os links que eu citei aqui. clubedamusicaautoral.com.br
E aí? Você gosta de Madonna? Se não gostava, as chances de acabar esse episódio, com alguma simpatia por ela, será grande, mas se você já gostava, garanto que hoje, te farei procurar pelos antigos CDs e bolachões, pois Madonna, foi um fenômeno, não só de vendas, ela, foi um fenômeno cultural; sua imagem de garota rebelde, tatuou os anos 80 e 90. É praticamente impossível, alguém que nasceu no planeta Terra, não ter visto Madonna na capa de alguma revista. E já falando em capas… não sei se você reparou, mas, as artes de vitrine dessa temporada, estão sendo pintadas a óleo, pelo artista plástico: “Caio Camasso” e você, pode adquirir esse quadro; inclusive,, sócios do Clube, tem 20% de desconto. Entrem em contato com o Caio, através do Instagram: @artecamasso
Bom, então vamos lá…
Madonna,, não tentou ser uma estrela Pop, ela projetou isso, como o maior objetivo de sua vida e estava disposta, a passar por cima de tudo e de todos, para atingi-lo. Madonna, transou com Deus e o lobisomem; posou nua, e até na rua, ela dormiu, mas, se você, por algum momento, estiver pensando que ela foi vítima de algo, te garanto, que mudará esse conceito hoje. Madonna, na verdade, transformava em vítima, as pessoas que ousavam dificultar sua escalada ao sucesso. Alguns falam em talento e predestinação, mas, eu acho que Madonna era diferente… o caminho dela, foi trilhado com muita dedicação, treino, persistência e claro… uma pitada de charme.
Hoje, com respeito e sem ser vago, conheceremos o início da história da rainha do Pop e as curiosidades de sua música… “Like a Prayer.”
Nossa história, começa em Paris, com uma música, recém estourada nas paradas europeias, chamada: “Born to be Alive,” uma autêntica representante, do estilo Disco Music.
Mas, espera aí… Madonna, é da geração New Wave… Disco Music, é um movimento musical, que evoluiu da Black Music americana, como assim, em Paris? Calma que eu explico: Aqui, estamos em 1979; era o início do fim do estilo Disco Music.
Essa canção que estamos ouvindo, é de um Francês chamado: “Patrick Hernandez” e foi seu único sucesso. Acontece, que, o sucesso foi tão grande, que lhe rendeu fama temporária e após o estouro, tentando manter a boa fase de shows, resolveu continuar sua carreira na frança, fugindo da grande concorrência americana.
Mas, Patrick e seus agentes, sabiam que o que atraíam fãs para seus shows na Europa, era a autenticidade do estilo americano, então, ele, levou toda sua equipe de músicos, principalmente, as bailarinas. Entre essas, bailarinas, havia uma que se destacava; a mais baixinha de todas. Ela, disputava espaço nos holofotes e era muito carismática. É claro que eu, estou falando de Madonna.
Ela, namorava um dos músicos da banda, e na necessidade de uma backing vocal, resolveram fazer um teste com ela, mesmo sabendo que a pequena, nunca havia cantado em um microfone. Pediram que ela cantasse “Jingle Bell.” Madonna cantou e no final, encerrou com um passo de dança e uma reverência em agradecimento. Cara, não tinha como não se encantar com aqueles enormes olhos verdes. Quando seu talento, não era suficiente, ela, dava um jeito de conquistar seu espaço, por outros meios e ela,, ganhou o posto de backing vocal.
Madonna, ficou um bom tempo na Europa, mas, ela, acreditava que o que ela procurava, estava nos E.U.A e logo, voltou disposta a assumir todos os riscos de um recomeço. Sua pequena experiência, como backing vocal, mostrou a ela, que a música, era mais viável que a dança. Então, já em Nova Iorque, ela, integrou uma banda chamada: “Breakfast Club,” mas, não como vocalista e sim, como baterista. Gravaram uma demo, onde Madonna, além de tocar a bateria, também cantou. Se liga só como era…
Apesar da personalidade e da boa vontade, essa demo, não empolgou; diziam que Madonna, cantava como a “Minie Mouse.” Então, ela, deixou o Breakfast Club, para montar outra banda de Post-Punk; vale lembrar, que em 1979, esse era o novo som; era o que ecoava pelos bares novaiorquinos. Você, pode pensar que Madonna pouco, ou nada, tinha a ver com o movimento Punk, mas, ela, tinha um objetivo muito claro; ela, queria ser uma estrela da música e o estilo,, na verdade, pouco importava.
Sua nova banda, era Punk, mas, numa pegada mais Pop e agora, ela, era apenas a vocalista. Eles, se chamavam: “Emmy and the Emmys” e tem demo também…..
Ok, ela, era esforçada, mas é evidente, que precisaria ser lapidada e produzida, algo, que para Madonna, não teria o menor problema, pois, como eu disse, ela, almejava a fama. Então, por um cachê um pouco melhor, ela, se tornou backing vocal de um cantor alemão, chamado: “Otto Von Wernherr. Madonna, gravou um disco com ele, fazendo backing vocals e no futuro, quando ela ficou famosa, o malandrão do Otto, remixou as músicas, colocando a voz de Madonna em evidência e relançando o projeto, com uma foto dela na capa.
Mas isso, foi bem depois de Madonna ficar famosa, aqui, ainda estamos falando da jovem insistente, que levava porta na cara diariamente. Foram tantas tentativas e nãos, que faria qualquer um desistir, menos Madonna; ela, não desistia nunca. Ela, fazia bicos como faxineira e garçonete, e tudo aquilo, faria parte de sua personalidade artística no futuro.
Musicalmente, seu cantor preferido, era “David Bowie,” mas um belo dia, como uma luz que aponta o caminho, ela, encontrou sua maior referência; um talentoso jovem negro, que vinha quebrando todos os tabus e limites da indústria da música; um cara que eu… ah, escuta aí, vai!
A dupla: “Michael Jackson e Quincy Jones,” com o recém-lançado: “Off The Wall,” trituravam a concorrência, enquanto preparavam a próxima pedrada… “Thriller.” Madonna, não teve dúvidas, o caminho do sucesso era esse e o atalho, era Michael Jackson; claro que ela, não conseguiu chegar até ele, mas chegou até seus empresários e persuasiva como só ela, ser, conseguiu, ajuda nos bastidores. Com a ajuda de um produtor musical, Madonna, produziu uma demo tape, com algumas canções dançantes, escritas por ela, meio estilo Michael Jackson. Se liga como era essa demo…
Inegavelmente, essa demo, tinha potencial. Madonna, passou a ir em todas as festas e pedia a todos os DJs, que tocassem sua demo; um desses DJs, adorou e passou a tocar suas músicas, que logo chamou a atenção do dirigente da “Sire Records.” “Everybody,” foi lançada como single e vendeu 250 mil cópias.
A Sire Records, era um braço da poderosa, “Warner Bros.,” que ofereceu um contrato milionário, para Madonna gravar seu primeiro disco. Ele, foi lançado no dia 27 de julho de 1983 e além do sucesso “Everybody” e “Lucky Star,” ambos compostos por Madonna, também, trazia um dos maiores clássicos de toda sua carreira… “Holiday.”
Hoje, ouvimos essas canções e nos soam datadas; música antiga, mas em 1983, era o que tinha de mais novo e experimental; os sintetizadores moogs e as batidas eletrônicas, hipnotizaram toda uma geração.
Sem perder tempo, a Warner, começou a produzir clipes para a “Music Television” americana. “Holiday,” em pouco tempo, era o vídeo-clipe mais pedido da MTV. Madonna, tinha apenas 24 anos e após um longo período de sacrifícios, ela, finalmente, estava atingindo parte de seu objetivo. Madona, era uma estrela da musica Pop americana.
Mas, talvez, você, possa estar achando essa trajetória, simples e fácil demais, para eu estar a valorizando tanto assim, mas isso, é porque não falamos da infância de Madonna.
– Cocão, , vamos voltar um pouco essa fita.
Madonna, não nasceu, ela, estreou. Sua primeira estreia, foi dia 16 de agosto de 1958. Os fãs, apelidaram de: “o dia do nascimento da rainha do Pop.” Mas Madonna, foi batizada com o mesmo nome e sobrenome de sua mãe, “Madonna Louise Ciccone.” Para diferenciá-la, ainda bebê, ela, ganhou o apelido de: “Little Nonni.”
Seu pai, “Silvio Antonio Ciccone,” era filho de italianos, que migraram para os E.U.A, durante a recessão europeia. Madonna, era a terceira filha de seis irmãos; eles, foram criados nos subúrbios de Detroit, onde seu pai, trabalhou por muitos anos, nas grandes montadoras de carros. Diferente do que dizem, eles, não eram paupérrimos, mas também, não chegavam a ser uma família de classe média americana.
Em 1963, sua mãe, que vinha sofrendo com um tumor no seio, faleceu. Todos os filhos, ficaram inconsoláveis. O irmão mais novo de Madonna, “Christofer,” afirmou em entrevistas, que, se sua mãe, não tivesse morrido, quando Madonna tinha apenas 5 anos, o mundo, não conheceria a estrela Pop, que ela se tornaria no futuro.
Christofer, que inclusive, escreveu um livro sobre a irmã, conta, que a partir dessa perda, tudo o que Madonna fazia, inconscientemente, precisava ser motivo de orgulho para sua mãe, que não estava mais entre eles. Vale lembrar, que sua mãe, era uma devota cristã ferrenha e levava a fé, muito a sério. Já na adolescência, isso se inverteu e o fato de Madonna não ter uma mãe para regulá-la, lhe deu liberdade, para sua autenticidade.
A morte precoce de sua mãe, foi realmente muito triste. Madonna, lembra que ao ver a mãe em um caixão, lhe disseram que ela estava dormindo; ela, sabia que algo estava errado, mas, somente alguns meses depois, foi entender que sua mãe estava enterrada e nunca mais voltaria.
Os irmãos Ciccone, foram criados pela avó e Madonna, se tornou uma ótima aluna; ela, tirava sempre as melhores notas. Já na adolescência, seu pai, resolveu casar-se novamente, com uma mulher, que tinha 3 filhos. Todos, mudaram-se para uma casa grande, mas Madonna, condenou a atitude do pai; eles, tiveram brigas épicas; ela, se afastou da família e foi nessa época, que ela, passou a fazer aulas de balé. Já no colégio, tornou-se líder de torcida; Ela, era uma das famosas “cheer leaders” e gostava de provocar os garotos com suas piruetas, que sempre deixavam sua calcinha à mostra. Ela, gostava de ser o centro das atenções; ela, era a MADONNA!
Logo, começou a ter aulas de dança, com um professor chamado: “Christopher Flynn.” Ele, acreditava no potencial daquela jovem, tanto, que a convenceu, a disputar uma bolsa na faculdade em que ele dava aula. Ela, conseguiu e passou a estudar, na conceituada “Universidade de Michigan.”
Essa época, era a fase áurea da Disco Music. Madonna, adorava frequentar bailes e ao dançar, queria ser a mais poderosa e sensual mulher do salão. Mesmo sendo baixinha e raquítica, para ela, não era mais questão de ser aceita, ela, se convenceu que poderia ser uma dançarina profissional, mas, não uma qualquer, ela, queria ser a melhor dançarina dos E.U.A. Após, pouco mais de um ano, Madonna, abandonou a faculdade, e mudou-se para o lugar onde tudo acontecia… Nova Iorque.
No final de 1977, Madonna, estreava em Nova Iorque. Ela, chegou com apenas 37 dólares no bolso, e pediu para que o Taxista, a levasse ao lugar mais movimentado da cidade; ele, a deixou em Manhattan; foi amor a primeira vista.
Para sobreviver e atingir seu objetivo, de se tornar uma dançarina famosa, Madonna, estava disposta a fazer o que fosse preciso e fez até fotos nua, essas fotos de Madonna totalmente despida, com apenas 19 anos, lhe renderam apenas 40 dólares, mas hoje, são fotos valiosíssimas.
Repito, Madonna, fazia o que fosse preciso; coisas legais e coisas nem tão legais. Ela, resolveu aceitar um pequeno papel em um filme B, chamado: “A Certain Sacrifice,” onde ela, inclusive, participava de uma cena de orgia. Acontece, que sobreviver como dançarina, não era nada fácil, por isso, ela, passou a acompanhar outros artistas, como dançarina de apoio e o ápice,, foi ser selecionada para o elenco de “”Patrick Hernandez” e mudar-se para a França, onde foi encorajada a cantar.
Naquele momento, Madonna, percebeu que ser dançarina era legal, mas ser cantora, era o atalho para o sucesso. Alguns podem considerar sorte, mas o fato, é que apenas 3 anos depois, de resolver cantar, o primeiro disco dessa jovem cantora, já era o sétimo disco mais vendido dos E.U.A.
Dizem, que o que define a longevidade do artista, não é o primeiro disco e sim, o segundo. Madonna, recebeu tanto críticas positivas, quanto negativas, por seu primeiro álbum, principalmente, por não ser uma cantora com voz negra, um padrão de qualidade para época. Mas, ao contrário das suas concorrentes cantoras,, ela, não era apenas cantora, ela, era dançarina e caricata. Sua capacidade de influenciar, se mostrava uma arma extra.
Madonna, lançou moda; o estilo despojado, com cabelos bagunçados, meia-calças rasgadas e batom vermelho, ditaram a moda dos anos 80, tanto, que, as garotas que imitavam Madonna, eram chamadas de: “wannabes.”
Tá, mas e a música? Será, que a jovem promessa, tiraria da cartola, algo tão bom quanto Holiday? Essa, era a expectativa dos empresários e principalmente da mídia, que acabou, no dia 12 de novembro de 1984, quando chegou nas lojas, o disco: “Like a Virgin.”
Isso sim, era um senhor sucesso e fez de Madonna, uma mega estrela mundial. Nos E.U.A, Like a Virgin, ficou por 6 semanas consecutivas, em primeiro lugar nas paradas da Billboard. Na capa, uma jovem loira, super sensual, vestia um vestido de noiva, como uma virgem safada. Ela, queria que o título do álbum e a imagem da capa, fossem uma provocação com seu próprio nome religioso… “Madonna, a mãe de Deus.” Cara, esse era o conceito mais bem elaborado dos últimos tempos. Madonna, lembra, que ao ouvir a canção pela primeira vez, lembrou de uma frase que seu pai fazia questão de repetir: “se houvesse mais virgens, o mundo seria um lugar melhor.”
Esse disco, ainda trazia consigo, mais 5 super ritz, que bombaram nas paradas de sucesso, entre eles, “Material Girl,” onde Madonna, enfrentava conceitos machistas, afirmando que agora, era a vez da mulher na indústria musical, que era predominantemente masculina.
O estrondoso sucesso, do disco Like a Virgin, também, possibilitou a primeira turnê mundial de Madona. Enquanto isso, em 1985, Madonna, se envolvia com a indústria cinematográfica. Após uma pequena aparição no filme “Vision Quest,” ela, foi convidada para participar do elenco de “Procura-se Susan Desesperadamente.” Apesar de não ser a estrela principal, inevitavelmente, o filme acabou apelidado de: “o filme da Madonna,” já que ela, também gravou a trilha sonora e “Into the Groove,” alcançou o primeiro lugar, nas paradas do Reino Unido.
Ah, cara, isso é do meu tempo, bicho… fico até emocionado.
Madonna, era gigante, a maior artista da sua época, ao lado de Michael Jackson. Na MTV, seus clipes, passavam sem parar, seduzindo milhares de jovens. Madonna, resgatava o estilo “Marilyn Monroe,” mas, com umas pitadas a mais de sedução. Ela, estava conquistando os corações de milhares de jovens, inclusive, sem ao menos conhecê-la, um ator famoso de Hollywood, se apaixonou por Madonna; eles, iniciaram um romance, que deu certo e casaram-se, em 1985. Esse ator, vocês sabem, né? Era o tal do “Chan Pen.”
Em alta, todos os seus shows em teatros, estavam sendo transferidos para estádios, tamanha era a procura por ingressos.
O casamento famoso, também atraiu os tabloides sensacionalistas e pra piorar, a Penthouse e a Playboy, vazaram as fotos nuas, que Madonna havia feito com 19 anos. Chan Pen, não estava conseguindo lidar com toda aquela pressão, mas Madonna, nadava de braçada nas polêmicas. Ela, era muito inteligente e logo percebeu, que as polêmicas vendiam discos e aproveitando a atenção que a mídia lhe dava, lançou seu terceiro disco, onde o grande sucesso, foi “Papa Don’t Preach;” na letra, Madonna, levantava temas tabu, como: gravidez na adolescência e aborto.
“True Blue,” foi lançado em 1986 e imediatamente, foi ao topo de todas as paradas mundiais, sendo o disco mais vendido desse ano e também, o álbum feminino, mais vendido de toda a década de 80. Se você, tinha alguma dúvida sobre o sucesso de Madonna, saiba, que muitos críticos, também mudaram de ideia. Eles, demoraram para perceber, que Madonna, se alimentava das críticas. Ela, era a contracultura musical, o novo, o rebelde.
True Blue, é um dos melhores discos dela e além da faixa título, os outros sucessos, foram: “Live to Hell,” “Open your Heart” e “La Isla Bonita,” (uma canção que trazia um arranjo latino e abria as portas da América do Sul para a Madonna, aliás, uma canção, que havia sido rejeitada por Michael Jackson.
Em 1987, foi lançado mais um filme, dessa vez, com Madonna como protagonista. Acontece, que ela, não era uma boa atriz; foi massacrada pelos críticos e “Who’s That Girl,” aqui no Brasil, “Quem é Essa Garota?” Foi um fracasso de bilheteria, porém, a turnê musical de divulgação do filme, foi um baita sucesso e de certa forma, compensou o fracasso do filme.
O relacionamento de Madonna e Chan Pen, chegou ao fim de forma dramática. Ele, a agrediu e o divórcio milionário, passou a ser noticia diária nos tabloides. Madonna, passou a ser conhecida por se reinventar. A imagem de garota promíscua, já fazia parte do seu repertório, mas, tinha um vespeiro polêmico pela frente, que ninguém, repito, ninguém, até então, havia se habilitado a questioná-lo… a fé cristã.
Madonna, como seu nome diz, era “a mãe de Deus,” e como uma boa mãe, ela, resolveu puxar a orelha dos seguidores de seu filho. Segure as calças, caro ouvinte devoto, pois agora, falaremos sobre… “Like a Prayer.”
É claro que você, conhece essa música; até hoje, é o maior sucesso da Madonna, mas, as polêmicas que envolveram esse lançamento, deixaram as histórias por trás de Like a Prayer, ainda mais saborosas.
Era 1989, a Pepsi e a Coca-Cola, travavam a maior disputa publicitária da história, e se muitos consideram a Coca, o melhor refrigerante, definitivamente, na parte publicitária, a Pepsi, ganhava de lavada. Eles, compravam os direitos de imagem de vários artistas, através de contratos milionários; Bob Dylan, David Bowie, Whitney Houston, entre outros, estavam nessa lista, aliás, Michael Jackson, também foi um deles e sua dependência química, que veio a levá-lo a morte, começou depois de um grave acidente, durante as filmagens de um comercial da Pepsi; eu conto essa história, no episódio 11, “Billie Jean.”
Pois bem, dessa vez, os investimentos publicitários da Pepsi, voltaram-se para Madonna, a principal estrela Pop da época e juntos, elaboraram algo inédito; pela primeira vez, na história da indústria fonográfica, a música de um super-star, seria lançada durante uma campanha publicitária. Legal, né? Mas, acontece, que não era uma música qualquer, era a maior produção musical da carreira de Madonna. Após 3 anos de relação conturbada, seu casamento com Chan Pen, chegava ao fim. “Like a Prayer,” significa: “como uma oração.” Madonna, escreveu a letra, convicta do seu potencial, então, isolou-se no estúdio, com o produtor “Patrick Leonard” e mais de 10 versões diferentes, foram criadas para Like a Prayer. Enquanto isso, paparazzis e tabloides, vazaram a informação, que Madonna, preparava a sua virada com uma nova música; todos, apostavam em uma resposta a Chan Pen, mas Madonna, estava anos luz a frente disso.
Criou-se uma expectativa tão grande, sobre o lançamento dessa canção, que a Pepsi, resolveu lançar a propaganda da propaganda… Dá pra Sacar? O comercial original da Pepsi, teria dois minutos, mas um trailer de 30 segundos, foi divulgado durante o Grammy Awards de 1989, causando um tremendo frenesi. Não se falava de outra coisa, sem dúvidas, uma belíssima jogada de marketing.
No dia 2 de março, em horário nobre, com transmissão simultânea para dezenas de países, a campanha publicitária da Pepsi, apresentando a música Like a Prayer, finalmente foi ao ar.
O vídeo, apresentava uma Madonna diferente, mais madura e elegante, que contracenava com ela mesma, jovem. Ela, se recusou aparecer bebendo a Pepsi e com muita negociação, concordou em segurar a lata nas mãos; Madonna, foi esperta, pois isso, fez a parte publicitária, ficar sutil e eficiente, afinal, o roteiro era ótimo. Madonna, também se recusou a dançar durante o Comercial, mesmo com a Pepsi, tendo pago a ela, 5 milhões de dólares adiantados. Para convencê-la, contrataram “Vincent Paterson,” um respeitado coreógrafo, que havia trabalhado com Michael Jackson, que Madonna o idolatrava, daí, ela, topou dançar.
A estimativa dos executivos da Pepsi, é que 20 milhões de pessoas, assistiram aquele vídeo publicitário, que ao fim, encerrava com estrela Madonna, olhando para ela mesma, jovem, e dizendo:
– “vá em frente… faça um pedido.”
Ah cara, aquilo foi sensacional! E no dia seguinte, em sincronismo com as maiores emissoras de rádio do mundo todo, estreava a versão oficial de Like a Prayer, inclusive, com um vídeo-clip exclusivo na MTV. Foi pra matar os fãs do coração mesmo…
A campanha publicitária, realmente foi sensacional, mas nada disso, teria funcionado, sem o conceito inovador, que Madonna, criou em Like a Prayer. A canção, é Pop, sim, ela, nos faz querer dançar, mas, tem um arranjo sensacional e na virada final, entra um coro gospel, que é de arrepiar. O Cocão, encontrou esse coro isolado do resto da banda… se liga só!
Tudo lindo e perfeito, mas se não tivesse polêmica, não era a Madonna e a letra, trazia uma mensagem de duplo sentido, que estava fazendo muitos fundamentalistas religiosos, cair da cadeira.
Na letra de Like a Prayer, o recado é muito claro, para quem quer entender:
“A vida é um mistério e todos devemos encará-lo sozinhos
Ouço você chamar e quando você chama meu nome
É como uma pequena oração, eu estou de joelhos, quero levá-lo lá,
para poder sentir seu poder, É igual a uma oração e você sabe que o levarei lá.”
O produtor Patrick Leonard, ao ouvir a parte da letra, em que Madonna afirma estar de joelhos, numa clara referência a um blow job, afirma, que pediu para ela, trocar essa parte da letra, mas Madonna, ria e apesar do pedido de outros executivos da gravadora, nenhuma virgula foi alterada.
Mas, existiam outros fatores dramáticos, que deixam essa letra ainda mais enigmática. Madonna, chegara aos 30 anos, a mesma idade que sua mãe morreu; os conflitos eram inevitáveis e muitos desses conflitos, vinham da sua base religiosa cristã. Madonna, de forma genial, erotisou a história de uma garota, que cresceu adorando um único Deus, tanto, que ele, tornou-se sua única referência masculina, dando a entender, que a jovem, não só o adorava, mas também, desejava aquele Deus, de forma erótica.
Cara, se liga no conceito artístico! Era algo totalmente inédito na indústria Pop; antes de Like a Prayer, somente bandas de heavy metal satanistas, se arriscavam com esses tabus.
A repercussão, imediatamente, chegou ao Vaticano, motivando o “Papa João Paulo II,” a anunciar boicote dos fiéis.
Para piorar, no clipe, que estreava simultaneamente na MTV, Madonna, ao invés de dar sequência a história inocente da campanha da Pepsi, não! Sua versão do clipe, era a mais provocativa possível. Ela, retratou Deus, personificado em um Negro, misturando desejos eróticos com racismo e referências com a Klu Klux Klan; suas mãos, estavam com as chagas de Jesus, enquanto ela se retorcia de prazer dentro de uma igreja. Cara, essa Madonna era muito doida!
Like a Prayer, estava se tornando um fenômeno em todos os sentidos.
Já a Pepsi,, por outro lado, não segurou a onda. Seus dirigentes, passaram a ser ameaçados por líderes religiosos, que cobravam esclarecimentos sobre aquela publicidade profana.
Enquanto isso, na Itália, onde o vaticano, tinha um enorme poder de influência, o governo, cogitou boicotar as redes da Pepsi co. Desesperados para romper o contrato, deixaram que Madonna, ficasse com os 5 milhões de dólares, que ela havia recebido antecipadamente e era equivalente, a mais dois vídeos publicitários.
Mas e Madonna? Ela, adorava aquilo tudo, pois conseguia se alimentar das polêmicas. No fim de 1989, o clipe de Like a Prayer, ganhou vários prêmios e ao subir ao palco do VMA, Madonna, em seu discurso, disse: “não posso deixar de agradecer a Pepsi.”
Essa Madonna, era demais!
E é assim, de queixo caído e impressionado com a influência que a música pode ter na sociedade, que vamos chegando ao fim, de mais um episódio do Clube da Música Autoral.
A nossa indicação autoral desse episódio, precisava ser polêmica, tal qual, Madonna. Essa que estamos ouvindo, é “Priscila Alcantara,” uma cantora cristã, sim, cristã. E assim como Madonna, que em Like a Prayer, flertou seu Pop dançante, com a música cristã, Priscila, flerta sua musica cristã, com o Pop dançante profano.
Mas, talvez, você se lembre dela de outro lugar, ela, foi a Priscila, apresentadora do “Bom Dia & Companhia.” Lembra? Pois é, hoje, ela é uma cantora cristã, em carreira solo. Essa indicação, está em uma playlist junto com todas as músicas que você ouviu nesse episódio, disponíveis no Deezer e no Spotify.
Antes de me despedir, quero reforçar os recados: O Clube da Música Autoral, chega até você, graças ao apoio que recebemos dos sócios, que entenderam a causa e nos ajudam a manter esse projeto vivo. Seja também, um sócio do Clube.
Está rolando no Catarse, o financiamento coletivo do meu livro: “Os Delírios Musicais,” um projeto digno, que merece seu apoio.
Nas redes, completamos todas as informações, que foram narradas aqui. Procure por: “Clube da Música Autoral,” que só de seguir, você, já começa a fazer parte desse clube.
Por fim, acesse nosso site: clubedamusicaautoral.com.br que lá, você, encontra todos os links, que foram citados nesse episódio.
O episódio se encerra aqui, mas a carreira da Madonna, ainda teve pela frente, muitos momentos inesquecíveis. Ela, sem dúvida é incrível e um dia, essa história, vai continuar aqui no Clube; vocês podem ter certeza disso.
Permitam-me, uma ultima curiosidade, antes de me despedir. Em 1990, Madonna, começou uma de suas mais bem sucedidas turnês mundiais, que se chamava: “Blond Ambition” e um dos países que receberia esse show, era a Itália; um país inflamado pelo vaticano, devido as polêmicas ressentes, de Like a Prayer. O Papa João Paulo II, reclamava, pois, Madonna, simulava masturbação durante “Like a Virgin;” dançava em uma espécie de altar cristão e era “exorcizada” durante a música “Like a Prayer.” A Igreja Católica, anunciou que o show era um “circo do diabo.” O Vaticano, exigia que as cenas obscenas, fossem cortadas do show, caso contrário, o mesmo, seria censurado.
Madonna, tinha tudo em mente e ao descer no aeroporto, na Itália, como esperado, toda a imprensa mundial ja a esperava, mas não só eles, também, uma legião de fanáticos religiosos, tentavam atrapalhar a coletiva. Madonna, pôs a mão na testa e esperou, até que a ordem fosse reestabelecida. Então, pegou um papel e calmamente, perguntou:
– “Todos estão prontos?” E começou a ler…
O show de Madonna na Itália, obteve recorde de público e nada, absolutamente nada, foi alterado durante o espetáculo.
Obrigado por isso, Madonna!
A temporada das minas, segue firme e forte, apresentando histórias incríveis, de mulheres corajosas, que jamais serão esquecidas.
A produção do Clube da Música Autoral, é minha, Gilson de Lazari e a edição, é do Rogério “Cocão” Silva.
Foi um prazer falar de música com você… e até a próxima!
Curiosamente, essa musica da Priscila Alcantara nao aparece na playlist do Deezer nao…