Duas histórias sensacionais se entrelaçam no último episódio da segunda temporada do Clube; a história de amor de um pracinha e sua amada italiana e a participação do exército brasileiro na segunda guerra mundial.
Respire fundo, soldado… e venha conhecer essa incrível história verídica!
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Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima e Caio Camasso>
Edição de áudio: Rogério Silva
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Meus sinceros agradecimentos aos Diretores do Clube da Música Autoral, Caio Camasso, Luiz Prandini, Dilson Correia Lima Junior, Emerson Castro, Antonio Valmir Salgado Junior e Henrique Vieira de Lima. Eles são mais que sócios, são diretores do Clube da Música Autoral e sem eles, essa missão não teria se concretizado.
O Clube, faz parte do “Overcast,” uma rede de podcasts que foge do padrão da podosfera tradicional. Para conhecer, acesse: overcast.com.br
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Como esse, é o último episódio da segunda temporada, quero reforçar; se algum episódio da segunda temporada, foi importante para você, mande um comentário, me explicando o porquê, pois os melhores, serão lidos em um episódio extra que eu e o Cocão, estamos preparando, onde comentaremos as curiosidades, as caneladas, os perrengues e a satisfação que foi produzir a segunda temporada do Clube. Para interagir, pode ser no site ou nas redes sociais. O Clube, está no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Procure por: “Clube da Música Autoral” e só de seguir, você já começa a fazer parte desse clube.
Vocês sabiam que agora, o Clube está no Spotify, né? Legal, não? Para encontrar a gente por lá, você precisa pesquisar na categoria “podcast” e já deixo avisado também, que as músicas desse podcast, podem ser ouvidas em uma playlist que você encontra no Spotify, no Deezer e no site do Clube. Demorou?
Clubeiros e clubistas, o clima hoje, é de despedidas e saudades. Quero deixar um aviso aos apaixonados de coração sensível, como eu, que essa história, vai te comover, pois, é muito inspiradora; então, preste bastante atenção, pois hoje, farei algo diferente; contarei duas histórias simultâneas, a de Vicente Celestino, compositor de Mia Gioconda e a de “João Pedro Paz,” o Pracinha Brasileiro, que foi para a Itália defender nosso país e lá, conheceu “Gioconda”.
A partir de agora, estão todos convocados para essa missão. Avante patriotas, pela honra e a Glória do Brasil!
Não existe quem não fique intrigado, com a complexidade e a ganância do ser humano. É da nossa natureza, disputar territórios em sangrentas guerras, que marcaram a nossa evolução. Mas a última grande guerra, apesar de não ser tão diferente das demais, aconteceu em um período, onde fotos, filmes e livros, ainda nos refrescam a memória e trazem muitas reflexões. O nazismo, talvez seja a mais intrigante e impiedosa manifestação de ódio e intolerância, que temos a oportunidade de apurar em detalhes. Em 1939, , esses nazistas sádicos, comandados por um ditador maluco, resolveu defender a predominância da raça ariana e assim, exterminaram milhões de judeus, como se fossem baratas. Na Itália, “Mussolini,” um ditador facista, tão perverso quanto, juntou-se aos nazistas e com o apoio do Japão, fecharam a tríplice aliança, cujo objetivo, era aniquilar os comunistas. Mas os japoneses, eram muito mais loucos do que todos os outros loucos juntos e com ataques kamikase, invadiram o Hawai, onde aconteceu o famoso confronto de “Pearl Harbor,” território pertencente ao tio Sam. Ah, era tudo que eles queriam… “Então, já que vocês insistem, entrarei na guerra!” Disse o então, presidente “Roosevelt.”
No Brasil, Getúlio Vargas, então presidente, se declarou neutro… “Vai brigar pra lá.” Disse Getulião… “Aqui não!” Mas ele, calculou mal, a importância do Brasil na guerra, pois, tanto Hitler, como Roosevelt, queriam usar o Brasil como base naval.
Getúlio, era simpatizante e adepto, da linha facista italiana, mas, os E.U.A, vinham financiando indústrias e ideologias capitalistas no Brasil. Com o ataque dos japoneses, os americanos, botaram pressão e Getulião, acabou liberando as Ilhas de Fernando de Noronha, para que os americanos, montassem uma base.
Hitler, se sentiu traído e como grande estrategista de guerra que era, ordenou que seus submarinos, afundassem os navios brasileiros, que segundo ele, poderiam ser utilizados para levar mantimentos para os aliados. No ataque nazista, 19 navios brasileiros naufragaram e estima-se, quinhentas mortes.
Era tudo que o governo americano queria, para convencer Getulião a apoiá-los. Além disso, um apelo popular dos brasileiros, exigia vingança, aos brasileiros assassinados. Não teve jeito, Getúlio, acatou o manifesto popular e a pressão dos americanos, e assim, o Brasil, entrou na segunda guerra mundial, contra Hitler e Mussolini, mas, ao contrário do que muitos dizem, a importância do Brasil, foi sim, relevante na vitória dos aliados, viu?
Histórias de guerras, são fascinantes, não? Peço desculpa por me estender. Eu nem manjo muito do assunto, mas achei necessário fazer essa introdução. Nossa história, começa realmente, um pouco antes disso…
Entre 1860 a 1890, fugindo da grande receção europeia, milhares de italianos, migraram para o Brasil. Segundo dados da Itália, mais de vinte e duas mil pessoas, embarcaram legalmente e segundo dados brasileiros, mais de 40 mil italianos, desembarcaram em busca de oportunidades, em terras Brasileiras. Eu, sou filho de filhos de italianos, que quando chegaram ao Brasil, adentraram o interior de São Paulo e fizeram grandes colônias, não só italianas, mas espanholas, portuguesas e até japonesas. A diversidade cultural no Brasil, é riquíssima.
Em 1894, na cidade do Rio de Janeiro, nasceu “Antônio Vicente Filipe Celestino,” filho de um casal de italianos, que acabara de chegar no Brasil. Como filho mais velho de 11 irmãos, Vicente, precisou trabalhar desde muito cedo. Ele, foi embalador de peixe, engraxate, entregador de jornais e sapateiro. Ainda adolescente, seu pai falece, e o jovem Vicente, se transformou precocemente no homem da família, pois era a tradição; na falta do pai, assume o filho homem mais velho.
Trabalhando em uma fábrica de sapatos, ele, tentava sustentar seus 11 irmãos. A vida dos imigrantes italianos recém-chegados no Brasil, ao contrário do que muitos pensam, não foi nada fácil.
O Jovem Vicente, era muito fã do cantor erudito, “Enrico Caruso,” um dos maiores intérpretes da música clássica italiana.
Enquanto pregava pregos nos sapatos, Vicente, imitava Enrico Caruso. “Ele tinha talento.” Diziam seus amigos. Então, passou a ser convidado para cantar em serenatas e chopps cantantes, que nada mais é, que um encontro particular, onde os italianos cantavam e se divertiam.
Certo dia, em 1914, ao sair com os amigos, Vicente, animado pela bebida, começou a cantar em um bar e lá, por acaso, estava um empresário que o contratou para suas primeiras apresentações remuneradas. Primeiro, no “Teatro São José,” em São Paulo; depois, na “Companhia Paschoal Segreto,” no Rio de Janeiro.
Logo, seu talento, chamou a atenção de “Frederico Figner,” dono da “Casa Edson,” a primeira gravadora do país; foram eles, que gravaram “Xisto Bahia,” Isto é, Bom, a primeira canção registrada em terras brasileiras e também, “Pelo Telefone,” interpretado por “Donga,” que é considerado, o primeiro samba. Falo sobre isso, no episódio extra, “A História da Música.”
Mas, gravar uma música em 1915, não tinha nada a ver com o que é feito hoje em dia; um microfone, era posicionado perto do cantor e um aparelho chamado: “fonógrafo,” uma espécie de gramofone com um cilindro acoplado ao lado, registrava as ondas sonoras em uma fuligem, que depois, eram imprimidas em discos compactos.
A primeira gravação de Vicente Celestino, foi uma Valsa de “Alfredo Gama” e “Armando Oliveira,” chamada: “Os Que Sofrem.” Ouça a sofrida gravação original…
Sua música de estreia, vendeu mais de mil cópias, o que na época, já o tornava uma revelação da música nacional. Daí por diante, Vicente, passou a gravar várias canções e todos seus discos, faziam muito sucesso, até que em 1917, ele, foi convidado para emprestar sua voz para a primeira versão da recém-escrita, letra do hino nacional brasileiro. Ouçam…
Até 1957, na fase de gravação mecânica, Vicente, gravou 52 músicas, em 28 discos.
Ele, também fundou a “Companhia Teatral de Operetas,” que fez muito sucesso. Vicente, passou a contratar cantores e a sua companhia teatral, saia em turnês pelo país. Ganhou muito dinheiro nessa época e conheceu sua esposa, “Gilda Abreu,” Uma celebridade da música nacional. Vicente Celestino, nunca deixou de cantar e gravar.
Com a chegada da gravação elétrica, com máquinas mais modernas e refinadas, surgiu também, a possibilidade de ser acompanhado por orquestras e na década de 30, Vicente, assinou contrato com a “Odeon Recods.” Foi aí, que ele gravou seus maiores sucessos; entre eles, “O ébrio,” de1936.
Notícias da Guerra, chegavam o tempo todo; não se falava outra coisa. Em 1942, o Brasil entrou na guerra e o presidente Roosevelt, veio negociar com Getúlio Vargas, a convocação de milhares de jovens brasileiros, para serem treinados por militares americanos, então, nasceu a “FEB” (Força Expedicionária Brasileira).
O treinamento dos pracinhas brasileiros, aconteceu no Nordeste, onde, bases provisórias de treinamento, foram montadas. O tempo, era curto; os brasileiros precisavam aprender rápido, as táticas e estratégias de guerra, mas a imprensa brasileira, desacreditava do sucesso daquela expedição. Então, nasceu o jargão: “é mais fácil uma cobra fumar, do que os brasileiros irem pra guerra.” Aquilo, virou um desafio e curiosamente, acabou sendo o símbolo da FEB… uma cobra fumando cachimbo.
“Pracinha,” é um apelido, que surgiu do termo: “sentar praça,” que significa, se alistar nas forças armadas. O apelido, era dado aos soldados rasos, detentores da mais baixa patente. Vou contar uma história curiosa agora… eu tenho dois primos distantes, que foram pracinhas e estiveram na guerra; detalhe, irmãos. A regra do exército brasileiro, era clara, irmãos não poderiam ir pra guerra, mas, houve um erro no registro do nome dos irmãos; um se chamava “Manuel de Lazari” e o outro, “Primo Severino de Lazaro.” Além disso, eles queriam estar nas forças expedicionárias. Na verdade, a maioria dos brasileiros, se alistaram voluntariamente e esse, também é o caso do outro protagonista dessa história… “João Pedro Paz,” um jovem desiludido, que se alistou, pra morrer na guerra.
Pois bem, ao contrário do que a opinião pública dizia, no dia 31 de julho de 1944, zarpou o primeiro pelotão da FEB, seguidos por mais de 25 mil pracinhas brasileiros. Repito, 25 mil soldados brasileiros, lutaram na Itália, contra Mussolini e Hitler. Vocês conseguem imaginar a adrenalina desses jovens, desembarcando no porto de Napoli, onde tudo ao seu redor, estava destruído? Copos boiavam, no mar vermelho de sangue. O cheiro de morte, é narrado em vários depoimentos de ex-combatentes da FEB, que sobreviveram na Itália.
A FEB, se uniu às tropas do “V Exército Norte Americano.” Era o “Grupo X dos Exércitos Aliados.” Nesse momento, o objetivo das tropas aliadas, era impedir o deslocamento alemão, para a França, onde, era preparada a ofensiva final aliada. Era necessário, manter o exército alemão, sob constante pressão. As primeiras vitórias brasileiras, ocorreram em setembro de 1944, com a tomada das localidades de Massarosa, Camaiore e Monte Prano. Eram combates francos; tiros e facadas. Muitos brasileiros morreram, pois o exército nazista, era infinitamente mais bem preparado e para piorar, a farda brasileira, era adaptada para o calor do Nordeste brasileiro e na Itália, as temperaturas, chegavam a menos 20 graus nessa época. Os efeitos do frio, eram físicos e psicológicos, mas os brasileiros, ganharam roupas dos americanos e muitas vezes, eram acolhidos por famílias civis italianas, que tiveram grande importância no auxílio dos pracinhas brasileiros. Inclusive, todo ano, na Itália, se comemora o dia da liberdade ao fascismo e são feitas homenagens aos pracinhas brasileiros, que inclusive, ganharam monumentos em reconhecimento a honra e a bravura, daqueles soldados que lutaram e muitos, até morreram na Itália.
Os brasileiros, até estavam indo bem na guerra, mas, no início do ano seguinte, a “Lapa Azul,” nome como era conhecido o batalhão da FEB, foi deslocado para “Monte Castelo;” lá, era território nazista. A Batalha, durou insanos 4 meses e fazia parte da última grande ofensiva nazista. Eram dias e noites, de ataques por terra e pelo ar. O Combate em Monte Castelo, custou a baixa de mais de 2 mil pracinhas brasileiros. Mas, o objetivo foi atingido; os brasileiros, conseguiram conter o avanço das tropas nazista e assim, os aliados, avançaram para a ofensiva final.
Em 30 de abril, de 1945, o parlamento da Alemanha nazista, o “Reichstag,” foi capturado, simbolizando assim a derrota militar do “Terceiro Reich.”
Os pracinhas brasileiros sobreviventes, ainda ficaram um bom tempo na Itália, sob ataques isolados, até que conseguiram embarcar de volta para o Brasil. Dos 25 mil pracinhas, mais de dois mil, não voltaram e desses, 12 mil, voltaram mutilados. A guerra, é implacável.
Após 15 longos dias de viagem, os pracinhas, começam a desembarcar no Brasil. E agora, eles, não eram mais pracinhas, eram heróis de guerra e no Rio de Janeiro, no “Cassino da Urca,” uma grande festa, foi promovida para recepcioná-los. Nessa festa, nosso saudoso cantor, Vicente Celestino, estava presente. Ele, fora honrar os pracinhas e ouvir as sensacionais histórias da guerra. Vicente, claro, também cantou para os soldados.
Vicente Celestino, notou um pracinha de cabeça baixa, muito triste e foi até ele para conversar. Seu nome era “João Pedro Paz,” o tal pracinha que se alistou para morrer na guerra, lembram? Olha, só um adendo… muitos ex-combatentes, voltaram arrasados da guerra, com problemas psicológicos sérios. Os relatos são arrepiantes; muitos enlouqueceram. A guerra, deixa sequelas, muitas vezes, irreparáveis. Os irmãos “de Lazari,” voltaram são e salvos, mas Manoel de Lazari, morreu jovem. Ele, tinha pesadelos constantes, tornou-se alcoólatra e morreu de cirrose.
Pois bem, Vicente Celestino, se aproximou do soldado João Pedro e tentou animá-lo…
– “Vamos companheiro, venha comemorar! Tu és um herói!”
Mas João, estava arrasado e contou a Vicente Celestino, que havia deixado seu grande amor na Itália; seu único grande amor. Aquela incrível história, mexeu tanto com Vicente, que acabou por o inspirar, a escrever a música, que dá tema ao episódio 20, do Clube da Música Autoral… “Mia Gioconda.”
João Pedro Paz, um atirador de elite, que na época, estava com 23 anos de idade, contou a Vicente, sua história.
Um belo dia na Itália, durante sua folga, saiu com dois amigos de farda, em busca de diversão. Eles, estavam acampados na cidade de Garibaldi, na Pescia. Os pracinhas, adentraram um salão, onde acontecia um baile e logo de cara, trocou olhares com uma linda jovem. Quando a banda começou a tocar “Moonlight Serenade,” essa canção que ouvimos ao fundo, João, foi até a dama e a tirou para dançar; seu nome, era “Gioconda,” uma italiana de apenas 17 anos. Foi o início de um romance fulminante. Passaram a se encontrar quase que diariamente. João, foi até a casa dos pais de Gioconda e formalizou o namoro. Logo, ficaram noivos, vejam vocês. A guerra, já havia acabado e João, era um herói; não só no Brasil, mas também, na Itália, especificamente para os civis italianos, pois, ao lado do exército brasileiro, protegera todas aquelas famílias aflítas.
João e Gioconda, decidiram,, mesmo contra a vontade da família, que voltariam juntos ao Brasil, onde, se casariam, teriam filhos e seriam felizes para sempre.
“Italiana,
a minha vida hoje és tu,
eu te quero tanto bem,
partiremos todos juntos,
deixar-te não posso mais.”
Estava tudo certo e finalmente, a FEB, confirmou o embarque dos pracinhas, de volta ao Brasil, para o dia seguinte. Então, veio a triste notícia; Gioconda, não poderia embarcar com ele. João, teve que deixá-la para trás.
Vicente Celestino, ficou tão emocionado, que chegando em sua casa, escreveu o que muitos consideram a sua melhor canção… Mia Gioconda.
(…)
Na letra de Vicente Celestino, cantada em italiano, Gioconda, dizia a João:
“Brasileiro,
a minha vida hoje és tu,
eu te quero tão bem
que peço a Deus que tu voltes,
pois te esquecer, não posso mais.
Sou ainda a tua bionda,
meu esposo, deixaste este coração abandonado,
que se chama Gioconda.”
Não João! Você, não podia ter deixado Gioconda na Itália! Como assim, cara!? Que história triste.
Sim, caro ouvinte do Clube, a história é triste, mas felizmente, ela não acabou aqui.
Está preparado para um final feliz incrível? Então vamos lá…
João Pedro Paz, em 2014, com incríveis 94, ao lado de Gioconda, com 89 anos, lembrou em uma entrevista para o jornal Zero Hora, qual foi o desfecho dessa história.
João, conta que poucos meses após chegar ao Brasil, recebeu uma carta de Gioconda, onde, ela anunciava estar grávida. Então, João… ele, se viu cego. Sua vontade era de atravessar o Atlântico a nado. Ele, correu por todas as embaixadas europeias, mas, ninguém podia ajudá-lo, a trazer Gioconda. Não existia mais relações diplomáticas entre Brasil e Itália; eram países rivais, que haviam entrado em confronto. Imagina?
O desespero de João, chamou a atenção da mídia brasileira, que começou a ecoar a história do casal. Então, através de um acordo inédito, entre países rivais, João e Gioconda, conseguiram se casar através de uma procuração enviada por navio, em nome da Mãe de Gioconda na Itália. Cara, vocês conseguem imaginar o drama? A comoção foi tanta, que voluntariamente, empresários e amigos, fizeram uma vaquinha para financiar a viagem de Gioconda e deu certo. Ela, conseguiu embarcar em uma viagem que duraria um mês para chegar no Brasil. E junto com ela, além de suas malas, no colo, vinha o filho recém-nascido de João. Mas, como se já não fosse drama o suficiente, o navio chegou no Brasil, um dia antes do previsto e Gioconda, se viu sozinha em um país dito como inimigo, onde, ninguém falava sua língua. Ela narra, que desmoronou a chorar… será que João havia mudado de ideia, será que ele apareceria? Porque ele não estava lá?
Então, alguém que conhecia a história, se ofereceu para ajudar e conseguiram encontrá-lo.
– “João, Gioconda chegou! João, ela está aqui, no Brasil!”
João conta, que correu sem parar, por mais de 20 quarteirões e quando finalmente encontrou Gioconda, se abraçaram por longos minutos interruptos e finalmente, João, pôde pegar seu filho no colo, pela primeira vez. Essa história, não podia ter acabado de outra forma!
Hoje, a história de amor de Gioconda e João, eternizada na música de Vicente Celestino, já dura 7 décadas, e é com essa história incrível, que eu encerro a segunda temporada, do Clube da Música Autoral.
Muito obrigado a todos os sócios do Clube da Música Autoral, que ajudam eu e o Cocão, nessa missão. Aos estrategistas, aos diretores e principalmente, aos colaboradores, Gustavo Ferroni, Patrick Lima, Cristian Fernandes, Drão Dias, ao Nix do Overcast e claro, a minha família, Cris, Isabela e Samuel; vocês, que me apoiam nessa empreitada, que tanto rouba meu tempo com vocês, né? Obrigado pela paciência e motivação, que vocês me dão.
Hoje, encerro mais um ciclo de contação de histórias. O Clube, é mais um podcast independente, como tantos outros, que disputa um lugar ao Sol, com muita dedicação e paixão pelo que faz. Isso tudo, é muito satisfatório, mas olha, cansa, viu? Mas novamente, está pago. A segunda temporada do Clube está concluída e esse, não é o fim, é apenas o começo de uma longa história, que está’ por vir.
Pretendemos fazer alguns episódios extras. Preciso também, acabar meu projeto dos “Delírios Musicais,” ele, está engavetado desde a primeira temporada, só aguardando essa pausa no Clube, para ser finalizado.
Se você gostou desse episódio e quiser mandar uma mensagem, Cocão e eu, em breve, faremos um episódio extra, para ler e comentar as melhores mensagens que chegaram nessa temporada.
Aviso também, que as playlists no Deezer e no Spotify, com as músicas que rolaram nesse episódio, já estão disponíveis. é só acessar o site: clubedamusicaautoral.com.br e matar a saudade.
Meu nome, é Gilson de Lazari e sempre será um prazer falar de música com vocês, meus amigos!!
Muito obrigado e até a próxima!
Meu nome é Lucas, tenho 29 anos e sou comissário de bordo. Moro em Vespasiano, ali do lado de Belo Horizonte e estou almoçando aqui em Belém. Daqui a pouco, vou pro aeroporto e tô com um nó na garganta.
Conheço a música desde que era criança, quando foi parte da trilha sonora de uma dessas novelas italobrasileiras da Globo. Não imaginava que era uma história real. Nem que é tão antiga. Sempre pensei que a versão original era aquela do Agnaldo Rayol com Christian e Ralf (eram eles mesmo?)
Ouvi o programa pensando na minha namorada lá em Minas. Amo minha profissão, amo essa vida de viajante, mas doi demais ir embora, mesmo sabendo que vou voltar logo. Imagina o que eles sentiram, sem saber se haveria um reencontro. Na verdade, praticamente com a certeza que não se veriam de novo.
Que bom que o final foi feliz!
Excelente programa! Já tem um tempo que te escuto e ontem te recomendei para outra comissária. Ela ficou bem animada pra ouvir o podcast!
Ah, gostaria de sugerir uma música, que é uma verdadeira trilha sonora para nós, tripulantes: Leaving on a Jet Plane, do John Denver.
Grande abraço!
Obrigado pela indicação e pelos elogios Lucas. Abraço
Que delícia de episódio…
Ainda mais tendo um final feliz no final do episódio e/ou da história! 😉
Meus parabéns pelos excelentes episódios que tem produzido! 👏 👏 👏
Sobre o trecho que fala dos pracinhas, quero aqui também deixar registrado que o episódio 38 do podcast LetraCast do meu amigo Flavio Amancio, fala a respeito da música “Smoking Snakes” da banda sueca Sabaton, e que tem mais informações muito boas sobre os pracinhas! 😉
Aí abaixo deixo o link para o referido episódio:
http://letracast.com.br/letracast-38-sabaton-smoking-snakes/
Legaaaal, letraCast é muito bom!
gostei muito do site. voce atualiza toda semana?
site muito top 🙂
Emocionante