Nesse episódio, instauramos uma monarquia e o nosso rei foi coroado pelo Rock.
“Elvis Presley,” eternizou a música negra americana e protagonizou histórias incríveis, que jamais serão esquecidas.
Elvis não morreu!
Formato: MP3/ZIP
Tamanho: 51,7 MB
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Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima e Caio Camasso>
Edição de áudio: Rogério Silva
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Hoje, entrarei em contradição, pois Elvis Presley, jamais escreveu uma música, sendo assim, ele não é um autor, que por sua vez, explica o nome desse podcast: “Clube da Música Autoral.” Mas quer saber? Como numa legítima monarquia, eu decreto essa regra nula, por um episódio inteiro, pois Elvis, como Rei do Rock, pode mais.
O Clube da Música Autoral, Faz parte do “Overcast,” uma rede de podcasts que foge do padrão da podosfera tradicional. Quer conhecer mais? Acesse: overcast.com.br
Quero mandar um alô para os diretores do Clube, Dilson Correa Lima, Antônio Valmir Salgado Junior, Luiz Prandini, Emerson Silva Castro, Caio Camasso e Henrique Vieira de Lima; excelentíssimos diretores do Clube da Música Autoral. Olha, os diretores do Clube, ouvem os episódios antes do lançamento, participam do grupo de estrategistas, recebem uma camiseta exclusiva e tem seus nomes citados em todos os episódios. Quer ser sócio também e me ajudar nessa missão? Acesse: clubedamusicaautoral.com.br/assine
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Vocês sabiam, que cada episódio do clube tem uma playlist no Spotify, com as musicas que eu usei aqui, né? A novidade, é que agora, essas playlists estão também no “Deezer.” E é, graças ao ouvinte, “Will,” que me ensinou como migrar as playlists. Mas por falar em Spotify, eu tenho uma outra notícia maravilhosa, só que eu vou deixar o Cocão falar dessa vez; olha a mensagem que ele me mandou de manhã:
– “Gilsão, só pra constar, o Clube, agora tá no Spotify, mané! Glegleglegle!”!
Anotou o que o Cocão disse? O Clube, agora está no Spotify também. Valeu Cocão, parabéns pelo empenho!
Ok, recados dados e sem mais delongas. Já vou avisando, que hoje terei que fazer um resumão. Não consegui comentar todos os discos do Rei; seria impossível. Apesar de ter morrido jovem, com apenas 42 anos, Elvis Presley, deixou muitas histórias e muitas musicas gravadas. O “Rei do Rock,” como ficou mundialmente conhecido, apesar da monarquia, ele, foi coroado através da meritocracia. O Rei, nasceu pobre, mas vou te contar essa história, desde o comecinho. Bóra lá…
“Elvis Aaron Presley,” nasceu em uma casa de dois quartos, em Tupelo, Mississippi, no dia 8 de janeiro de 1935. Seu irmão gêmeo, “Jessie Garon,” morreu no parto, deixando Elvis, crescer como filho único.
Seus pais, se mudaram para Memphis, Tennessee, em 1948. As influências musicais do jovem Elvis, foram a música Country e música Gospel, que ele ouvia na igreja.
Um fato curioso sobre o Jovem Elvis, foi que aos 11 anos, ele desenvolveu uma tara por armas; ele queria ter um rifle, mas ao invés da arma, sua mãe, o presenteou com um violão. Foi a melhor decisão da vida dela, concorda?
Elvis, com 18 anos, já trabalhava como motorista de caminhão. Ele, foi até um estúdio em Memphis e pagou para gravar duas músicas em um compacto simples, do qual, ele entregaria de presente para sua mãe, que adorava o ouvir cantar. Elvis, pagou 4 dólares pelo trabalho e no disquinho, continha as canções, “That’s Where Your Heartaches Begin” e “My Happiness.”
De passagem pelo estúdio, o executivo e produtor musical da “Sun Records,” “Sam Philips,” ouviu o jovem Elvis cantando e o incentivou. Ele tinha talento.
Pouco tempo depois, em 1954, Elvis, começou sua carreira como cantor. Ele, foi convidado por Sam Philips, para gravar um R&B, chamado “Thats Allright” de “Big Boy Grudup,” mas dizem que no estúdio da Sun Records, em Memphis, Elvis deu uma travada, pois ele, não conseguia encaixar a voz no andamento que os músicos tocavam, que segundo ele, era muito lento. Quase a ponto de desistirem do cantor novato, Elvis, perguntou se ele poderia tocar o violão e sugerir outra levada. É nesse momento, que muitos dizem, que nasceu o Rock. Mas é cômico, pois para Elvis, ele precisava apenas acelerar o ritmo, para encaixar a voz. Ouçam “Thts AllRoght Mama,” um dos embriões do Rock n’ Roll.
Quando acabou a música, Elvis, devolveu o violão e perguntou se poderiam gravar naquele ritmo. Sam Philips, na hora, percebeu que tinha algo novo. Era o “Rockabilly” nascendo, ali, naquele momento e “Blue Moon of Kentucky,” também foi acelerada e gravada naquela mesma levada.
Vale lembrar, que nessa época,, gravadoras não lançavam discos completos, com 10 faixas, isso era algo atípico; o que predominava no mercado, eram os compactos, que traziam uma canção no lado A e outra no lado B.
Com participações ao vivo em rádios e alguns shows por estados vizinhos, Elvis, ia definindo seu estilo musical, mas, cá entre nós, ele era um cara bonitão, né? As minas, choravam de paixão. Você sabia que a cor natural do cabelo de Elvis, é loiro? Ele pintava, porque sua mãe, o achava mais charmoso de cabelo preto.
Mas enfim, Elvis, também desenvolveu, o que muitos atribuem como o principal motivo de seu sucesso no início da carreira, a dança. Ele, mexia os quadris de uma forma jamais vista e enlouquecia as garotas.
Em uma das primeiras aparições de Elvis em um programa de TV, os dirigentes do programa, orientaram os operadores de câmeras, que focassem Elvis, da cintura para cima e quando ele fizesse os movimentos de dança, era para virarem as câmeras para a plateia, pois, temiam a reação negativa das famílias conservadoras americanas da década de 50. Sabe, essa era uma fase de muita intolerância. O problema, é que quando Elvis dançava e as câmeras filmavam as garotas, elas, estavam enlouquecidas, gritando e clamando por Elvis. Os espectadores, não entenderam o motivo e aquela tentativa de não polemizar a dança sexy de Elvis, acabou por promovê-lo, pois todos comentavam, que Elvis, era o cara mais sexy da América. Então, Elvis, usou seu recém criado Rock e sua dança desengonçada, para lançar um conceito artístico, que logo, explodiu.
Elvis, trabalhava feito louco, gravava vários compactos, que chegavam às lojas e já se esgotavam. A primeira canção gravada por ele, a chegar ao topo da “Billboard Hot 100,” foi “I Forgot To Remember To Forget.”
No final de 1955, Elvis, teve seu contrato vendido para a “RCA Victor,” que passou a distribuir seus discos, também para a Europa, que logo, chegariam aos ouvidos de uns garotos de “Liverpool.” Em 1956, Elvis, já era uma sensação internacional.
Nessa época, conheceu “Tom Parker,” que acabou sendo o seu empresário, por toda sua carreira.
Ainda, em 1956, a RCA, lançou o primeiro álbum homônimo de Elvis Presley e nele, “Blue Suede Shoes,” era a canção mais incrível já ecoada no planeta Terra.
O sucesso de vendas foi instantâneo. Eram as primeiras pedaladas, de uma engrenagem que começava a girar. A indústria da musica americana, até então, morna, se aquecia.
No mesmo ano, a RCA, lançou o segundo disco, intitulado, “Elvis.”
Estava dando tudo muito certo. Apesar de alguns conservadores, não curtirem muito o estilo, ele, estava se tornando o queridinho da América. E ainda, em 1956, Ele é convidado para contracenar em um filme; um faroeste. Era pra ser uma ponta, mas logo, Elvis, assumiu o papel principal. O filme era ruim, Elvis, era um ator novato, mas a trilha sonora, fez muito sucesso, principalmente, com a canção “Love Me Tender.”
A RCA Records, recebeu mais de 1 milhão de pré-encomendas para essa música. Love Me Tender, se tornou o primeiro single disco de ouro, antes mesmo de ser lançado.
A vida de Elvis, se tornou uma loucura, ele só trabalhava. Nos próximos meses, gravou mais três filmes, “Loving You,” “Jailhouse Rock” e “King Creole.” Apesar das duras críticas, já que Elvis, não era um ator muito bom, os roteiros dos filmes também eram péssimos e repetitivos, sempre tentando explorar a imagem de menino rebelde, que conhece uma garota e se apaixona… Mas Elvis, tinha a estrela e seus filmes, lotavam todas as sessões.
Antes de ser Rei do Rock, Elvis, foi denominado, “Rei da Guitarra,” pois se apresentava, sempre com seu violão à tira colo. Na América, violão, se chama “guitarra.” Vocês sabem, né?
Em OUTUBRO de 1956, Elvis, foi protagonista do primeiro show de Rock de arena. Aconteceu no estádio “Cotton Bowl,” em Dallas e estavam presentes, 27 mil pessoas, que mal ouviam o que Elvis cantava, pois, os sistemas de som, não geravam potência sonora o suficiente.
Em janeiro de 57, Elvis, fez uma de suas famosas apresentações, no programa de “Ed Sullivan” e ele, havia prometido para sua mãe, que cantaria uma música Gospel em sua homenagem, Mas Ed Sullivan, o proibiu de tocar música gospel em seu programa… É claro que Elvis, tocou mesmo assim e isso, gerou uma enorme polêmica entre os conservadores católicos americanos. Consequência… em apenas dois meses, chegava as lojas, o primeiro disco Gospel da carreira de Elvis; “Peace in the Valley.”
Então, a RCA Victor, teve uma grande sacada; eles notaram, que as trilhas sonoras dos filmes que Elvis atuava, poderiam ser vendidos em Long Plays e foi o que fizeram. A trilha sonora de “Jailhouse Rock,” se transformou no disco mais vendido da década de 50.
Ainda no final de 1957, a gravadora, lançou o primeiro disco de Elvis, interpretando músicas natalinas… e nem preciso falar que foi um estouro de vendas, né?
Elvis, trabalhava muito e é claro, seus empresários, ficavam com a maior fatia do bolo, mas seus discos e filmes, deixaram todos milionários, inclusive Elvis, que em 1958, comprou sua mansão, “Graceland” e lá, morou por toda sua vida. Hoje, o local, é considerado um Santuário do Rock.
Então, aconteceu algo inesperado, Elvis, foi convocado para o Exército. A gravadora, tinha como dispensá-lo, mas Elvis, era patriota e queria ir. Então, seu empresário, “Tom Parker,” teve a intuição, que aquilo fortaleceria ainda mais a imagem do cantor e o incentivou. Elvis, ficou no exército por dois anos, até 1960 e em boa parte desse período, esteve na Alemanha.
Quem é roqueiro como eu, sabe, o Rock, já esteve à beira da morte, muitas vezes.
– “Ah, o Rock Morreu!” Quem nunca ouviu essa frase?
Pois bem, só de curiosidade, saibam, que a primeira vez que o Rock Morreu, foi por volta de 1958, pois Chuck Berry, pouco tempo após ter lançado “Johnny B. Goode, foi preso; Little Richard, com o seu recém-lançado, “Good Golly Miss Molly,” era tirado de cena, simplesmente, por ser homossexual; Jerry Lee Lewis, que estava estourado nas paradas, com a canção, “Great Balls Of Fire,” foi preso, pois casou-se, com sua prima de apenas 13 anos e Elvis, foi convocado e estava servindo seu país na Alemanha.
Olha, foi por pouco. Mas, se alguma dessas vezes, o Rock, realmente quase morreu, foi em 1958.,
Com Elvis no exército, sua mãe, muito protetora, adoeceu, em virtude da preocupação com o filho e veio a falecer. Elvis, era muito ligado com ela e essa perda, viria a deformar sua personalidade e criar uma carência maternal e ele, começou a namorar com “Priscila,” que na época, tinha apenas 14 anos.
Tom Parker, estava certo; quando Elvis saiu do exército, todos os programas de rádio e de TV, queriam entrevistá-lo e Elvis, fazia questão de aparecer uniformizado. Assim, sua imagem, até então, tida como a de um roqueiro rebelde, era anestesiada, por a de um garoto patriota e os conservadores americanos, adoraram. Sua primeira aparição, foi no programa no “The Frank Sinatra show,” apresentado pelo próprio. Nessa edição, Frank e seu conjunto vocal, começa cantando, então, abrem-se as cortinas e Elvis, trajado como militar, entra e começa cantar, enquanto todos batem continência pra ele. Ouçam… foi genial!
Elvis, que já tinha um conceito artístico incrível e era idolatrado pelos jovens, agora, era também o queridinho das famílias. A RCA, lançou imediatamente o álbum, “Elvis is Back” e nem preciso falar, que vendeu mais que água no deserto, né? Ele, já era o Rei do Rock!
Elvis, se casou com Priscilla em Las Vegas e ficaram juntos, até 1973. Eles, tiveram uma filha, “Lisa,” que num futuro bem distante, se casaria com “Michael Jackson,” outro Rei, mas do Pop… vejam vocês.
Em 1960, entrou na jogada, a “Paramount Pictures” e foi um grande negócio. Elvis, assinou um contrato milionário, onde, se comprometia a gravar 3 filmes por ano e a sua gravadora, era responsável pelas trilhas sonoras, e podia comercializar os discos e explorar a imagem de Elvis. Três filmes por ano! Imagina? Isso, foi de 1960 até 1965. No início, todos os roteiros, eram sobre o jovem que volta da guerra, mas, conforme ficava repetitivo, foram testando outros temas, como, o Elvis sultão; Elvis no Hawai… a única coisa em comum, eram os roteiros terríveis, com raras exceções, claro.
Como Elvis trabalhava muito e sem sua mãe por perto, ele, passou a consumir muito álcool e logo, se tornou dependente de drogas. Em 65, o formato combo, filme, mais álbum com a trilha sonora, perdeu força. O Rei do Rock, precisava ser reformulado, mas, não era a toa, que Tom Parker, era o maior empresário da indústria musical; ele notou, a crescente procura turística pelos cassinos de Las Vegas e decidiu investir no nicho, e claro, acertou no alvo.
No dia 27 de agosto de 1965, Elvis, se encontrou com eles… os Beatles, que estavam em turnê pela América. Eles, haviam gravado alguns covers, que se transformariam em sucesso na voz do Rei, mas, aquele encontro foi frio e estranho. John Lennon, que era muitas vezes sarcástico, cumprimentou Elvis e disse:
– “Ora ora, o que houve com aquele velho roqueiro de anos atrás, que hoje em dia, só faz filmes românticos?” Ambos riram, mas Elvis, ficou puto com aquela brincadeira. Dizem, que ainda pegaram os violões e tocaram juntos algumas canções, mas logo, Tom Parker, entrou na sala, trazendo um presente do Rei do Rock para cada Beatle e assim, encerrou a visita.
Em 68, Elvis, gravou um especial de TV, que Muitos fãs consideram, como a melhor performance ao vivo de Elvis e ficou conhecido, como “68 Comeback Special Elvis.”
Um fato inusitado sobre essa apresentação, é que apenas alguns dias antes de ir ao ar, pelo canal “NBC,” “Marthin Luther King,” o maior líder do movimento civil pelos direitos dos negros americanos, foi assassinado. Era o auge do racismo nos E.U.A e Elvis, nesse show, aparecia em horário nobre, cantando ao lado do grupo vocal, “The Blossoms,” composto por três mulheres negras. Elvis, foi muito criticado, pois ele, havia se tornado o cantor queridinho dos conservadores americanos. Essa ocorrência, acabou por afastar Elvis do contato com o público. Mas vale lembrar, que Elvis, se tornou Rei, cantando músicas de negros. Como assim!? Agora, ele estava sendo criticado por se apresentar ao lado de Negros!?
Bom, para explicar essa história, terei que voltar um pouco essa fita…
A América, é manchada por intolerância e conflitos raciais, que por muitas décadas, dividiram brancos, na sua maioria ricos e negros, todos miseráveis, que viviam em guetos sujos e sombrios, obrigados a respeitar leis, criadas para oprimi-los.
A música e a religião, eram os únicos meios que estas pessoas tinham de expressar os seu sentimentos e faziam isto, melhor do que ninguém! Principalmente, com o Blues.
O som que conhecemos através de Elvis e ficou famoso como o “Rock n’ Roll,” já existia, muitos anos antes dos primeiros rockers brancos, surgirem nas paradas de sucesso. O Blues e o Rhythm & Blues, já eram manias entre a juventude negra, desde o final da década de 30 e começo de 40, porém, era segregado e boicotado pelos brancos. “Música de Negro não presta,” diziam os racistas.
Consequentemente, ela, só era tocada em encontros de negros.
A Sun Records, que foi a primeira gravadora de Elvis, percebeu ao ouvi-lo cantando, que apesar de branco, ele cantava como os negros e de forma audaciosa, o lançou no mercado, Mas diferente do que muitos pensam, Elvis, não foi aceito assim de cara não.
Ele dividiu tudo e todos, pois para os negros, era injusto um branco ganhar dinheiro com as músicas negras e para os conservadores racistas, era um absurdo, um branco cantando musica de negro. Elvis, ficou na linha de tiro, Mas, ele era jovem e como sabemos, se saiu bem.
A autenticidade de Elvis ao cantar música negra, se deve a sua origem pobre, pois, nasceu e cresceu, entre a miséria e a fome e aos finais de semana, seus pais, frequentavam igrejas de negros.
Existem boatos, de que Elvis, certa vez, teria falado que negros serviam apenas para engraxar suas botas e comprar seus discos. Isso foi comprovado anos depois, que não foi dito por Elvis. Ele, tinha vários defeitos, mas nunca foi racista.
Ele, era o branco com alma de negro e assim, através de muitas críticas, levou a música daquele povo oprimido, aos lares de pessoas, que jamais ouviriam um negro cantando.
“James Brown,” disse uma vez, que “Ele, (Elvis), ensinou a América branca, a se ajoelhar perante a música negra.” Ou nas palavras do próprio Elvis:
“Minhas canções, exprimem doses de inconformismo. Na verdade, é a apenas a minha natureza se expressando. Quem tanto se preocupa com o balançar de minhas pernas, deveria parar, olhar e fazer alguma coisa pelos pobres, que quando balançam os seus corpos, é, muitas vezes, para se aquecer e conseguir enganar o frio…”
Tom Parker, ao enviar Elvis para o exército, reverteu essa imagem negativa que os racistas tinham dele, mas em 1968, logo após a morte de Luther King e aparecendo na TV, em horário nobre, cantando “Let Youself Go,” ao lado de três moças negras, Elvis, se viu novamente em 1950, tento que provar suas origens.
Após esse lamentável ocorrido, Tom Parker, concordou em dar um tempo pra Elvis. Ele, se afastou do público, da mídia e não fez shows por um longo período. Recluso e isolado em sua mansão, Elvis, trabalhou em novas canções no seu estúdio particular e voltou aos holofotes, em 1969, mais maduro, com performances elegantes e uma voz, trabalhada nas frequências graves. Elvis, também mudou seu conceito; agora, ele se apresentava, com roupas extravagantes e estilizadas; suas enormes costeletas, chamavam muito a atenção e seria sua marca registrada dessa fase.
1969, também seria marcado por sessões de gravação muito produtivas e pela escolha de um repertório incrível, além, de uma nova equipe, e músicos, e produtores, que modernizaram a música do velho Elvis. A resposta foi imediata e o álbum, “From Elvis in Memphis,” é considerado antológico e muitos críticos, o apontam, como o melhor álbum do Rei do Rock.
Por razões contratuais, Elvis, concluiu seus últimos filmes, já com menor repercussão. A década de 70, é marcada pelas longas temporadas em Las Vegas e de lá, saíram grandes discos ao vivo. No mesmo ano, Elvis, passou a se dedicar ao karatê, sim, a luta. E ele, foi além, levou os movimentos do karatê, para suas performances ao vivo. Legal, né? Os quimonos de karatê, também foi a influência que ele usou, para criar suas roupas brancas tradicionais, dessa época da costeleta.
Uma sensacional curiosidade, é que em 1970, um dos discos que o Rei gravou, se chamava “Almost in Love” e a canção que também dava nome ao disco, foi composta por um brasileiro, “Luiz Bonfá.” Se liga…
“Excêntrico,” talvez seja a palavra certa, para definir Elvis. Ele, era muito rico, isso é obvio, e havia comprado dezenas de Mercedes e muitas armas de fogo, simplesmente, para presentear seus amigos, mas muitas vezes ele as entregava para pessoas, aleatoriamente, que encontrava pelo caminho. Após algumas reflexões, sobre a situação dos E.U.A e a guerra fria, Elvis, decidiu se tornar, um agente do “FBI.” Ele, encanou e achava que tinha que ajudar o seu país. Então, pegou o primeiro voo comercial, detalhe, vestido como Elvis de Las Vegas, cheio de brilhos e foi até a Casa Branca em Washington, assim, na loucura, sem horário marcado, nem nada e exigiu falar com o presidente Nixon. Elvis, apresentou um plano esdrúxulo, de caça aos comunistas e como pagamento, exigiu uma medalha. É uma história incrível; se ficou curioso, indico assistir o filme, “Elvis e Nixon.” É sensacional!
Os anos 70, acabou marcado por muitos altos e baixos na vida pessoal do Rei. Seu divórcio com Priscilla Presley, o deixou muito abatido. Nessa época, ele começa a ficar acima do peso. Elvis e Tom Parker, também se desentendem; foi uma briga feia e ao fim, ele, o demite. Deprimido e persuadido pela família, Elvis, acaba reatando com Parker, mas após tantos conflitos, a relação nunca mais foi a mesma. Porém, Elvis, deu a volta por cima de novo. Em 1973, o seu espetáculo, “Aloha From Hawai,” foi o primeiro show transmitido para o mundo, via satélite. Ao todo, 40 países, assistiram Elvis no Hawai, ao vivo. Estima-se, 1 bilhão de expectadores.
Em 1974, Elvis, começa a demonstrar os primeiros problemas de saúde e sua trajetória, começa a chegar ao fim. Mas antes de falar do fatídico dia da despedida, vou falar sobre a canção tema do episódio 19, do Clube da Música Autoral… “Can’t Help Falling in Love.”
Esta canção, foi apresentada pela primeira vez, no filme de 1961, “Elvis Blue Hawaii” e foi escrita pelo compositor, “George Weiss,” que lembrou em entrevista, que nem os produtores do filme, nem os produtores musicais de Elvis, gostaram da música, mas Elvis, ficou fascinado, insistiu e a gravou. Hoje, é a música romântica mais executada do mundo e um clássico das cerimônias matrimoniais.
A preferência de Elvis por essa canção, não se refere a um relacionamento amoroso, que sua letra traduz; Quando Elvis a ouviu pela primeira vez, ele, se lembrou da sua avó e quis gravá-la pra demostrar seu amor pela avó. Elvis, mandou fazer uma caixa de música e presenteou sua avó. Quando ela abriu, começou a tocar a música e Elvis, cantou junto para ela. Que lindo, né?
Mesmo com a saúde debilitada, Elvis, ainda quebrou recordes de shows, com o maior número de espectadores, por 3 vezes seguidas, sendo o último, em 1975, quando se apresentou para 65 mil pessoas, em Boston. Em 1976, Elvis, faria ainda mais 100 shows em uma mega turnê americana, considerada a maior de todos os tempos. No dia 26 de junho de 1977, Elvis, fez seu último show em Indianápolis e como era de praxe, ele encerrava todos os seus shows, com Can’t Help Falling in Love e esse show, não foi uma exceção. Essa foi a última canção apresentada ao vivo, pelo Rei do Rock, aos seus súditos.
Elvis, tinha dependência química com drogas e ele, comia mais calorias do que devia; estava obeso, mas parece que pouco se importava. No dia 15 de agosto de 1977, Ele, resolve ir ao dentista, por volta das 11 horas da noite, algo muito comum para ele, que mantinha uma vida de hábitos noturnos. De madrugada, ele volta para sua mansão Graceland, joga um pouco de tênis e toca algumas canções ao piano; foi dormir, por volta das 4 ou 5 da madrugada, do dia 16 de agosto. Por volta das 10 horas, Elvis, teria se levantado para ir ao banheiro e disse sua última frase: “Estou indo ler no banheiro.” O que aconteceu desse ponto até por volta das duas horas da tarde, é um mistério. Elvis, foi encontrado morto por sua namorada, na época, “Ginger Alden.”
Logo após, o seu corpo, foi levado ao hospital e sua morte, foi confirmada. O motivo? colapso fulminante, associado a disfunção cardíaca. Elvis, tinha apenas 42 anos de idade.
A Morte de Elvis, chocou o mundo. As linhas telefônicas de Memphis, ficaram congestionadas e as operadoras, pediam para que a população, usasse o telefone apenas em caso de urgência.
Mas será que Elvis, realmente morreu?
Teorias bizarras, surgiram logo após sua morte, entre elas, relatos de vizinhos, que viram um helicóptero descer em Graceland, no dia da sua morte. Estranho, não?
Para reforçar, “Ellen Foster,” amiga íntima de Elvis, afirma ter recebido uma ligação do Rei, algumas semanas antes, pedindo para que ela não acredite no que aconteceria nos próximos dias. Sinistro, hein?
Para melhorar essa teoria, dizem que o cadáver de Elvis, na verdade, era um boneco de cera, pois, consta em dados da funerária, que o peso do caixão, era de apenas 70 quilos, sendo que Elvis, antes da sua morte, estava obeso e provavelmente, tinha mais de 120 quilos.
E para fechar as teorias, sobre a falsa morte de Elvis, desde 1977, muitas pessoas, de várias partes do mundo, afirmam de pés juntos, terem visto o cantor por aí. As primeiras aparições, foram na própria Graceland; uma fã, registrou a foto de um suposto Elvis, atrás de uma porta. De lá pra cá, ele, teria sido visto na Argentina, nos E.U.A, na posse de Barack Obama e até numa figuração, no filme, “Esqueceram de Mim,” de 1990.
Contudo, independente de teorias, uma coisa eu posso te garantir, caro ouvinte do Clube… Elvis, não morreu.
A cada vez que lembramos dele, ouvimos sua música, ou suas histórias, Elvis, renasce no íntimo, de cada um de nós.
E assim, encerro o episódio 19, mas te deixo o convite, para acessar o site do Clube e ouvir as playlists, com as músicas que rolaram nesse episódio. Agora, além do Spotify, também do Deezer, tá? www.clubedamusicaautoral.com.br
Aproveita e acesse a página de associados e entenda, como é simples ser um assinante solidários do Clube e quais os prêmios que você recebe em troca.
Se gostou desse episódio, deixe um comentário. Pode ser no site, ou nas redes sociais. Os melhores, serão lidos em um episódio extra, ao final dessa temporada.
Elvis, já deixou o recinto e eu, também Vou nessa, mas antes, deixarei essa versão Rock, de Can’t Help Falling in Love, aqui executada, por “Franky Perez And The Forest Rangers.”
Meu nome, é Gilson de Lazari e foi um prazer falar de música com você.
Até a próxima!
Amei o post 🙂