O primeiro episódio da segunda temporada teria que ser especial, então falei de “Michael Jackson,” o mais incrível artista pop que já pisou nesse planeta.
De bônus, você ainda vai conferir curiosidades cabulosas sobre a sua canção de maior sucesso… “Billie Jean.”
Formato: MP3/ZIP
Tamanho: 50,3 MB
Se você gostou do Clube da Música Autoral, seja um sócio. Acesse: clubedamusicaautoral.com.br/assine e confira as vantagens que você recebe em troca do seu apoio.
Se você quiser, também pode nos ajudar fazendo um PIX. Utilize nosso email como chave: clubedamusicaautoral@gmail.com Qualquer valor é bem-vindo.
Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima e Caio Camasso>
Edição de áudio: Rogério Silva
Assine
Apple Podcasts
Google Podcasts
Spotify
Deezer
Amazon Music
Castbox
Podcast Addict
Pocket Casts
RSS
Ver Mais Opções
Fale Conosco
Facebook
Twitter
Instagram
WhatsApp
Telegram
Se preferir, escreva um comentário, ou envie um email para: clubedamusicaautoral@gmail.com
Playlists
Quer ouvir as músicas que tocaram neste episódio?
Confira a playlist no
Ou no Deezer
Na juventude, tentou voar sozinho, mas, saiu muito ferido. Então, numa bela noite, como num sonho, surgiu um mago, seu nome era “Quincy Jones” e através de sua magia, transformou aquele menino no rei do Pop e de quebra, produziu o disco mais vendido do mundo.
Quer ouvir essa história?
Caros ouvintes do Clube, a música de Michael Jackson, para quem nasceu na década de 70, como eu, é referência sonora. Eu sou técnico de som; adoro microfonar, timbrar e mixar bandas ao vivo. Fazer isso não tem muito segredo, sabe? É Basicamente, ajustar o volume; o que está mais alto, você deixa mais baixo, o que está mais baixo, você deixa mais alto. Mas, para você ter segurança no que está fazendo, é necessário que conheça o som, do local onde está trabalhando. Cada técnico, tem uma forma de fazer isso. Nós chamamos de “alinhamento.” Eu, particularmente, chego no local do evento, espeto meu celular na mesa e deixo tocar por alguns minutos, essa música aqui, ó…
Só a introdução de Billie Jean, já me mostra as frequências que estão faltando, ou sobrando. Cada momento dessa canção, está tatuado na minha mente. Com ela, texto, alinho o P.A. e estou pronto pra trabalhar.
Isso se chama, “memória auditiva.” Acontece, porque ouvi tanto Billie Jean, mas tanto… Que memorizei as suas frequências.
Eu queria, que o primeiro episódio da segunda temporada do Clube, fosse especial, então, resolvi falar do rei Michael. Cara, que história… Ele morreu em 2009. Todos, relembramos sua jornada, mas, nem por isso deixou de ser interessante. O que Michael Jackson, fez em Thriller, foi mais do que interessante, foi sensacional. Superou todos os limites impostos até então, era a música, mexendo com a nossa imaginação e criando novas tendências. Thriller, foi criado para ser um disco de terror e seu sucesso, foi tão grande, que nos assusta até hoje.
A temporada é nova, mas os lembretes, são os mesmos. Tudo o que é narrado aqui, nesse podcast, é complementado nas redes sociais, com imagens e vídeos. Por isso, se você não acompanha o Clube, está perdendo. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e agora também, no YouTube. É só procurar por, “Clube da Música Autoral,” que só de acompanhar, você já começa a fazer parte desse Clube.
O Clube tem uma missão, que é, espalhar música e histórias legais pela rede. Se você quiser, pode fazer a diferença e me ajudar nessa missão, sendo um sócio oficial do Clube. Acesse:
clubedamusicaautoral.com.br/assine
e seja um sócio.
Antes de começar a contar essa história incrível, do rei do pop, eu quero, como um bom fã xarope, que sou, pedir licença para imitá-lo, com o seu imortal… gritinho:
aAAAAAAuuuuuuu
Em 1970, um grupo de adolescentes dançarinos, lançavam a canção, “ABC.” Ela, desbancaria nada menos que “Let it Be,” dos Beatles, das paradas de sucesso. ABC, ficou em primeiro lugar no ranking da Bilbourd, por 4 semanas. Eles, eram Os “Jackson 5” e estavam dominando a América.
Aquele conjunto, formado por 5 irmãos alegres, impressionavam, pelas danças sincronizadas, mas entre eles, o menorzinho, se destacava, com improvisos vocais incríveis e uma simpatia inédita, para uma criança de apenas 8 anos. Seu nome, era “Michael” e quem o via feliz, nas telas de TV, sequer imaginava, o terror que os irmãos Jacksons, viviam nos bastidores.
“Joseph Jackson,” o pai dos garotos, casou-se em 1948, com “Katherine Scruse,” a matriarca, da família Jackson.
Joseph, era um ex pugilista fracassado, que tentou a carreira musical, como guitarrista de uma banda chamada “The Falcons.” Com o fracasso da banda, Joseph, passou a trabalhar como operador de guindaste, em Gary, Indiana, onde Joseph e Katherine, tiveram 9 filhos. Eles, viviam em uma casa de apenas dois cômodos. Era um ambiente de racionamento e segregação racial.
Pai rígido que era,, Joseph, trancava sua guitarra no armário e nenhum de seus filhos, podiam tocá-la, mas “Tito”, um dos 9 irmãos, sabia onde o pai guardava a chave e passou a pegar a guitarra. Logo, aprendeu a tocá-la, mas um dia, para seu azar, uma corda quebrou. Depois de castigar Tito, Joseph, entregou a guitarra a ele e pediu que mostrasse o que sabia fazer. Depois desse ocorrido, Joseph, passou a deixar que os filhos, tocassem a guitarra… com cuidado.
Ao lado de alguns amigos de bairro, Tito e seus irmãos mais velhos, Jackie e Jermaine, montaram um grupo, para participar do show de talentos do colégio local.
Os irmãos mais novos, eram proibidos de assistir os ensaios. Então, durante o show de talentos, Michael Jackson, de apenas 5 anos, cantou uma canção a capela e roubou a cena, encantando o público.
Seu pai, Joseph, imediatamente, teve a ideia de montar uma banda entre os irmãos, e a batizou de, “The Jackson 5.”
Joseph, levou a história muito a sério. Os garotos, saíam da escola e iam direto para o ensaio. A noite, viajavam para Chicago, onde faziam apresentações em locais fixos. Michael, chamava muito a atenção, pois, além de engraçadinho, também dançava imitando James Brown.
Na década de 60, o sonho de todo artista negro, era conseguir um contrato com a “Motown Records,” a gravadora que lançava artistas negros e tinha em seu casting, músicos do calibre de “Diane Ross,” “Marvin Gaye,” “Chuck Berry,” entre outros.
Joseph, não tolerava erros durante as apresentações dos Jackson 5 e costumava, castigá-los após as apresentações. Um dia, receberam um convite para uma audição em Detroit, onde o diretor da Motown, “Berry Gordin,” estaria presente. Ao ver o show dos irmãos Jackson, Berry, se levantou e disse, que não tinha interesse, pois, nunca mais trabalharia com crianças novamente. Ele, estava tendo problemas por ter contratado uma criança, recentemente. Essa criança se chamava, “Stevie Wonder.”
Os produtores musicais, funcionários de Berry Gordon, insistiram e após um acordo com Joseph, onde ele ficaria responsável e acompanharia seus filhos em todos os shows, a Motown, assinou com os Jacksons 5.
Seu primeiro single, “I Want You Back,” foi lançado em 1969 e de cara, chegou ao primeiro lugar nas paradas americanas.
Com o investimento da gravadora e apadrinhados pela cantora, “Diane Ross,” a Motown, lançou o primeiro álbum dos Jackson 5, naquele mesmo ano, com o título de: “Diana Ross apresenta, Os Jacksons 5.”
Os irmãos Jackson, viraram sensação. Na guitarra, Tito, no contra baixo, Jermenie, na percussão, Marlon e Jackie, e no vocal, Michael Jackson.
As suas apresentações nos programas de TV, eram constantes. Em 1970, lançaram três álbuns: ABC, Third Album e um disco exclusivo, com canções natalinas. Até desenho animado, foi feito com o tema Jackson 5.
Em 1971, lançaram mais 2 álbuns. O ritmo, era frenético e a Motown, no mesmo ano, resolveu lançar Michael em carreira solo, mesmo contra a vontade do grupo.
Seu disco de estreia, se chama, “Go To Be There” e apesar de não ficar no topo das paradas, foi muito bem sucedido.
Michael, era um menino tímido e retraído, mas, quando subia ao palco, se transformava. Com apenas 13 anos, já se dividia, entre sua carreira solo e os Jackson 5, isso, acarretou crises de ciúmes no relacionamento familiar.
Em 1972, a Motown, lançou o segundo disco solo de Michael. Nele, a canção título do Álbum, “Ben,” também foi trilha sonora, do filme de mesmo nome, que contava a história de um menino solitário, que lembrava muito Michael, nos bastidores dos Jacksons 5. Na história da música, um menino, conhece um ratinho e tornam-se melhores amigos. A trilha sonora, foi indicada ao Oscar e Michael, se tornou o novo queridinho da américa.
Michael e os Jackson 5, continuaram no ritmo alucinado, de gravações e apresentações ao vivo. Joseph, como empresário, perdeu a referência de pai para Michael, que passou a chama-lo apenas de Joseph.
Michael e os Jackson 5, exigiam o direito de compor suas próprias canções, mas, o contrato com a Motown, os impediam de fazer isso. Os lançamentos, estavam vendendo pouco e sem liberdade de criação, romperam com a Motown, em 1975, para assinar com a “Epic Records.” Como penalidade, perderam o direito de usar o nome The Jackson 5 e um dos 5 irmãos, não os acompanhou; Marlon, havia se casado com a filha do dono da Motown e saiu do grupo. Em seu lugar, Joseph, colocou o filho caçula,, Randy, que já vinha sendo preparado para isso. Em 1978, com o novo nome, “The Jacksons,” lançaram o disco, “Destiny,” cujo o maior sucesso, foi uma canção escrita por Michael, chamada: “Shake Your Body.”
Ainda, em 1978, Michael, foi convidado para atuar em um filme, chamado “The Wiz.” No Brasil, foi chamado de, “O Mágico Inesquecível;” uma adaptação de um musical da Broadway, com atores negros. A história, era baseada no clássico, “O Mágico de Oz.” Dyanne Ross, fez o papel de Doroth e Michael, o espantalho. O filme, foi indicado a 4 Oscars, mas não faturou nenhum. A grande polêmica, ficou por conta do depoimento de Diana Ross, acusando Michael, de ter a ofuscado no filme… veja só. E detalhe, Michael, nesse filme, faz o papel de um personagem, que não tira a máscara o filme todo. Quem já é tiozão, como eu, pode lembrar desse clássico da Sessão da Tarde.
Toda a trilha sonora do filme, foi produzida e assinada pelo produtor musical, “Quincy Jones,” que conheceu Michael nos bastidores e produziu o álbum, “Off the Wall.”
Mas antes, de falar desse clássico, precisamos conhecer melhor a história do mago, The Dude, Quincy Jones.
Nascido em Ilinois, Chicago, “Qincy Delight Jones Jr”, aprendeu tocar trompete quando tinha apenas 10 anos e ainda adolescente, conheceu o cantor e pianista, “Ray Charles;” juntos, passaram a tocar em casamentos. Em 1951, com 18 anos, Quincy Jones, ganhou uma bolsa para estudar na maior escola de música dos E.U.A, a “Berkle College of Music,” mas, trocou os estudos pela estrada, e foi tocar seu trompete, ao lado de bandas consagradas do Jazz.
Quincy, se mudou para a França e lá, estudou composição e regência. Voltou para os E.U.A, e foi o primeiro negro, a dirigir uma gravadora, A “Mercury Records.”
Depois, passou a trabalhar como compositor de trilhas sonoras, para filmes de Hollywood e entre suas trilhas, além de O Mágico Inesquecível, Quincy, também compôs a trilha de um clássico, “A Cor Púrpura,” de 1985.
Nos anos 60, Quincy, apoiou Martin Luther King, na luta contra a segregação racial e fundou o “IBAM” (Instituto da Música Negra americana), cuja missão, é resgatar e preservar a cultura musical africana na América. Legal,, né? Como pesquisador da música mundial, ele deu uma entrevista, dizendo que a cantora brasileira, “Simone,” é uma das maiores cantoras do mundo e seu ritmo brasileiro preferido, é a bossa nova.
Quincy, também assinou os arranjos de discos clássicos, gravados por ícones da música americana, como Frank Sinatra, Miles Davis, Peggy Lee, entre outros. Ele, é conhecido como “The Dude;” o cara. E ele, leva o título a sério, pois, tem até um disco solo com esse nome.
Mas, o ápice da carreira de produtor musical de Quincy, se deu em 1978, quando Michael, durante as gravações da trilha sonora do filme The Wiz, perguntou para Quincy, se ele poderia indicar algum bom produtor, que conseguisse fazer algo totalmente diferente do que os Jacksons vinham fazendo. E Quincy Jones, na maior cara de pau, responde para Michael… eu! Daí… ouçam.
Estava formada a dupla mais bem-sucedida do ramo musical, do século XX. Off The Wall, foi um tremendo sucesso de vendas, tornando-se um dos mais aclamados discos do ano e uma referência da música negra.
Michael, encontrou em Quincy, o pai que nunca teve. O disco, Off The Wall, representa a mudança musical de Michael. Ele deixa para trás, as heranças dos Jackson 5, e funde referências do funk, do jazz e da disco, com a música eletrônica. Off The Wall, é um marco na história da música pop mundial. Ele, deu o primeiro grammy a Michael, além de estar, entre os melhores discos já produzidos. Também, é o trabalho que definitivamente, apresentou Michael Jackson para o mundo. A verdadeira essência de Michael Jackson, segundo seus fãs mais puritanos, só se encontra nesse disco.
Com um único álbum, Michael, vendeu mais do que a soma de todos os discos dos Jacksons, mas, a pedido da mãe, Michael, não abandonou o grupo e durante os ensaios, para o novo show com os irmãos, Michael, caiu e quebrou o nariz. Ele fez uma rinoplastia, que não foi bem executada e a partir disso, passou a ter problemas respiratórios, o que o levou, a outras inúmeras cirurgias de nariz e que vieram, a desfigurá-lo no futuro.
Michael Jackson, sempre foi conhecido por sua obsessão pela perfeição. E, ele planejou lançar um disco que venderia 100 milhões de cópias. Receoso, Quincy Jones, pediu que ele fosse mais realista, mas Michael, não o escutou. Ele fez uma reunião com os executivos da gravadora e pediu estrutura e investimento alto, para poder atingir esse objetivo. Perplexos com a proposta, os executivos, concordaram e ao lado de Quincy de Jones, Michael, entrou no “Westlake Studio,” em Hollywood, no ano de 1982, para gravar em apenas 6 semanas, o premeditado disco, mais vendido do mundo.
O Álbum “Thriller,” é um fenômeno, em todos os sentidos. Ele, ganhou 8 Grammys; um recorde até hoje. Ficou simultaneamente em primeiro lugar, nas paradas de sucesso de 7 países diferentes. Das 9 músicas que estão no disco, 7, ficaram na primeira posição da bilboard americana. Além de Thriller, salvar muitas gravadoras da falência, pois as pessoas, estavam indo as lojas para comprar Thriller e acabavam também, comprando outros discos. Só o reflexo do sucesso de Thriller, foi grande. Cara, esse disco… foi e ainda é incrível!
Durante a produção desse álbum, Quincy, pediu a Michael, que fizesse uma canção rock e ele, compôs, “Beat it.” Ela, se tornou um hino das gangues americanas.
O Van Hallen, estava em alta, então Quincy, sugeriu, que o guitarrista “Eddie Van Halen,” gravasse o solo de guitarra de beat it. Na sessão de gravação, durante a execução do solo, o amplificador de guitarra explodiu… Quincy, disse que em 40 anos de carreira, nunca havia visto isso acontecer e a partir daquele momento, começou a acreditar no impacto, que aquele novo disco do Michael Jackson, teria.
Ouça o solo de Eddie, que é considerado por muitos críticos, como o melhor solo de guitarra já feito. Afinal, o que é Thriller? Uma canção? Uma coreografia? Um filme? Ou o disco mais vendido do mundo? Olha, ele, é tudo isso e mais um pouco. A canção que dá título ao álbum, foi escrita por um compositor chamado “Rod Temperton,” que já havia composto, “Rock With You” e “Off the Wall,” do álbum anterior de Michael. Quincy, queria repetir a receita e encomendou, várias músicas com Temperton. Mas, entraram no disco, apenas: “Baby be Mine,” “The Lady in my Life” e “Thriller;” encomendada para ser uma canção de terror. Quincy, chamou o ator, “Vincent Price,” famoso por contracenar em filmes de terror. É dele, a voz macabra do fim da canção.
A gravadora, já tinha gastado uma fortuna em dois vídeo clipes promocionais desse disco, mas Michael, queria mais. Então, ele mesmo, bancou a produção do clipe de Thriller e para produzi-lo, convidou o cineasta, “John Landy,” que havia lançado no ano anterior, o filme, “Um Lobisomem Americano em Londres.” Michael, explicou ao diretor, que queria virar um monstro. Então, surgiu a ideia de transformar o clipe em um curta metragem, de 16 minutos.
Quando o vídeo de Thriller foi lançado, a MTV americana, precisava repeti-lo a cada duas horas; tamanha era a quantidade de ligações dos fãs, pedindo a reprise. Dá para entender a importância de Thriller?
Entre todos os 7 super-sucessos desse disco, um deles, até hoje, é referenciado como a melhor composição de “Michael Jackson” e leva o nome de uma garota, que também, é a estrela do episódio 11, do Clube da Música Autoral. Preparem-se, pois agora, vou começar a falar de “Billie Jean.”
Com o bem sucedido lançamento de Thriller, em 1982, Michael Jackson, tornou-se rapidamente, a maior celebridade da música mundial e naquele mesmo ano, a Motown Records, antiga gravadora de Michael Jackson e dos Jacksons 5, estava organizando um mega evento, para celebrar seus 25 anos. O evento seria transmitido ao vivo pela TV, e contou com a presença dos maiores artistas da música negra americana da época. Entre eles, estavam, Stevie Wonder, Marvim Gaye, Jackson 5 e Diana Ross, entre outros menos conhecidos aqui no Brasil. Mas esse show ficou mundialmente conhecido, por outro motivo.
Após a apresentação dos Jackson 5, Michael, ficou no palco sozinho, parado por alguns minutos de cabeça baixa, com um chapéu encobrindo seu rosto. Pela primeira vez, ele usaria a roupa que o eternizou; uma jaqueta com brilhos, calças curtas, que deixavam suas meias brancas a mostra e uma luva com lantejoulas na mão esquerda.
Billie Jean, inicialmente, havia sido rejeitada por Quincy Jones. Purista do estilo jazz, ele, não acreditava naquela canção. Dizia que a introdução era muito longa e a linha de baixo repetitiva. Michael, insistiu e Quincy, concordou, mas, tentou trocar o nome, pois Billie Jean, era o nome de uma famosa tenista da época, que poderia processá-los, mas Michael, não abriu mão de nada. Billie Jean, foi gravada exatamente como ele a compôs em sua casa, usando uma bateria eletrônica. A canção, chegou a ter incríveis, 91 versões de mixagens diferentes, mas no final, a versão que foi ao disco, é apenas a segunda.
Eu, como baixista que arrisco ser, faço questão de creditar, essa incrível linha de baixo, ao mestre do Funk e R&B, “Louis Johnson,” da banda, “The Brothers Johnson.” Foi ele quem a gravou, em um baixo Yamaha, mas, quem a compôs, foi Michael Jackson. Segundo a Revista Q, Michael, trabalhou por 3 semanas, somente na linha de baixo de Billie Jean, que é, com certeza, o principal elemento harmônico dessa canção.
Aquela apresentação da Motown 25, é talvez, a mais incrível apresentação de Michael e você, vai entender porquê:
“Jaco,” como era conhecido pelos amigos mais íntimos, estava no auge da sua carreira. Aos 24 anos, ele, já tinha 20 de experiência nos palcos. Meticuloso e perfeccionista, Michael, sabia que a cobertura televisiva da NBC naquele evento, daria visibilidade para sua criação.
A plateia que lotava o teatro, se entregou a ele, logo nos primeiros passos de dança. Quando Michael começa cantar, é perfeito. Parece o disco, mas ele, está cantando ao vivo, em cima do playback.
Quincy, disse que o take de voz, que usou em Billie Jean, é o primeiro que Michael fez. Ele, era impecável, tanto em estúdio, quanto ao vivo.
A plateia, já estava nas alturas com a sua performance, mas então, Michael, caminha até o meio palco e em concentração absoluta, começa a andar para trás. Como assim!? Esse cara não é humano! Empresários e artistas que estavam lá, ficaram de queixo caído. O público foi à loucura!Michael, estava lançando uma nova tendência; ali, naquele momento, ao vivo. A caminhada pra trás, foi tão incrível, que hoje, esse show, é conhecido, como o dia do lançamento do “Moonwalk.”
Imediatamente, a revista Rolling Stones, publicou uma matéria, enaltecendo aquilo que Michael Jackson, havia feito na Motown 25 e afirmando, que seu Moowalk, se tornaria tão importante como expressão artística, que podia ser comparado, ao andar do vagabundo, de Chapplin e a dança da chuva, de Gene Kely. Cara, eu duvido que você, nunca tentou fazer o moowalk um dia na vida.
O Moonwalk, chamou tanto a atenção da mídia, que se transformou em campanha publicitária, do refrigerante Pepsi e foi durante a gravação de um desses comerciais para a TV, que a vida de Michael, mudaria para sempre.
Era mais um dia comum em estúdio; todas as imagens, já haviam sido captadas. Michael, era cirúrgico; ensaiava uma vez e na segunda, ele gravava com perfeição. Mas o diretor, ficou em dúvida sobre um detalhe e resolveu pedir a Michael, que fizesse um último take, só por garantia. Amável e sempre disposto, Michael concordou. No script, Michael, surgia dançando e descendo uma escada, após uma explosão. Mas, algo deu errado e uma fagulha da explosão, atingiu sua cabeça. Para piorar, seu cabelo estava repleto de laquê, que é inflamável e imediatamente, entrou em chamas. Michael, demorou para notar; ele continua dançando. Então, membros da equipe, derrubam Michael, tentando apagar as chamas de sua cabeça, mas era tarde. O acidente, causou queimaduras de segundo grau no couro cabeludo de Michael.
Ele foi internado e precisou se submeter, a uma série de cirurgias, para a reconstrução, não apenas do couro cabeludo, mas da remoção da pele morta, onde, não nasceria mais cabelo. Esse procedimento, é extremamente doloroso, pois, corresponde a cortar a pele e esticá-la, para que gradativamente, substitua a pele morta, ou seja, as feridas não cicatrizavam. Com constantes dores, Michael, passou a tomar drogas controladas e isso, foi o motivo que, acabou por criar a sua dependência química, que ocasionou a sua morte, em 2009.
A letra de Billie Jean, também é um caso a parte, que envolve uma história incrível, que Michael, sempre negou, mas, já foi confirmada por Quincy Jones e por seu amigo pessoal e biógrafo, “J Randy.”
Michael, diz que Billie Jean, é apenas um nome aleatório, para representar as groupies, do tempo dos Jackson 5; fãs insanas, que faziam qualquer coisa para estar ao lado dos seus irmãos. Como Michael era o mais jovem, diz ter ficado bastante impressionado, com o que aquelas garotas eram capazes e por isso, escreveu Billie Jean.
Mas na letra, Michael, diz algo muito intrigante e particular…
“Billie Jean, não é minha amante, ela é só mais uma garota, que diz que eu sou o tal, mas essa criança, não é meu filho.”
Muito específico, para ser tratado de uma forma figurada e aleatória, como Michael dizia nas entrevistas. Você concorda?
E realmente, a história de Billie Jean, é verdadeira e virou até caso de polícia.
Michael, recebia muitas cartas de fãs; ele, gostava de lê-las nas horas livres. Entre essas fãs que mandavam cartas, uma se destacou; seu nome, nunca foi revelado, mas, ela escrevia todos os dias. Michael, chegou a responder algumas, mas isso, só aumentou a obsessão da garota, que passou a dizer que tinha um filho e Michael, era o pai. Inicialmente, ela escrevia que o amava e juntos, criariam aquele bebê com muito carinho, mas logo, passou a ameaçar e extorquir Michael, por cartas.
Quincy, disse uma vez, que a história era sádica e cômica, pois a garota, dizia ter gêmeos e que Michael, era pai de apenas um deles.
O fato, é que um belo dia, a garota, invadiu a Mansão de Michael e nua, entrou na piscina e passou a gritar por Michael. Ele, ficou apavorado e os seguranças a expulsaram. Mas essa história, só pioraria. Segundo J Randy, Michael, passou a receber fotos de bebês mortos. A garota dizia, que ia matar seu filho e depois, se matar também. E era para Michael, fazer o mesmo. Um belo dia, Michael, recebeu uma embalagem; quando abriu, era um revólver; Ao lado, instruções que Michael deveria seguir, para também se suicidar.
Michael, fez queixa da garota e chegou até a elaborar, um retrato falado. Anos depois, a polícia encontrou a garota e segundo seu pai, Joseph, ela foi internada em um manicômio.
Michael, ficou extremamente perturbado com tudo aquilo, na época. Apesar de adulto, ele, reagia a determinados situações como uma criança. Prova disso, foi a entrevista, que o cineasta John Landy, deu anos depois, falando sobre curiosidades do curta metragem Thriller. John, disse que Michael, queria ser um monstro, parecido com o lobisomem do seu filme, cujo as cenas da transformação, são arrepiantes. John, perguntou se Michael havia assistido o filme e ele disse que não, pois, tinha medo e se assistisse, não conseguiria dormir à noite. Ele, era realmente um adulto que esqueceu de crescer.
Michael, disse ter composto Billie Jean, dentro do seu Rolls Royce, em direção ao estúdio e segundo o mesmo, naquele mesmo dia, o Rolls-Royce, pegou fogo.
É muita história, para uma só canção.
No ano seguinte, 1983, a cantora “Lydia Murdock,” compôs uma canção que seria uma resposta a Michael Jackson. Essa canção, se chama “Superstar” e na letra, Lydia, conta a versão de Billie Jean, rebatendo os fatos narrados por Michael. Chegou a ficar em 14º lugar nas paradas, mas Michael, se absteve; ele, nunca comentou a respeito disso e a canção, acabou esquecida.
Anos depois do lançamento de Billie Jean, os advogados de Michael, processaram Quincy Jones, exigindo os royalts de coprodutor da canção, pois, a versão que entrou no disco, não se difere muito da versão demo produzida por Michael, em seu estúdio caseiro.
Ouça essa rara versão de Billie Jean, como foi concebida por Michael, em 1981.
Quando Michael morreu, em 2009, Billie Jean, repetiu seu sucesso e ficou novamente em primeiro lugar, nas paradas de vários países.
Muitas versões de Billie Jean, podem ser ouvidas na internet; milhares até. Com sua morte, todas suas músicas renasceram e Billie Jean, é com certeza, uma das suas composições mais especiais. Analisar sua letra e não notar a dramaticidade dessa história, seria vago. Porém, a versão instrumental de Michael, é alegre e pra cima. Ela, da um clima de leveza, que Billie Jean, na verdade, não tem.
Dentre tantas versões regravadas de Billie Jean, existe uma inusitada, que foi gravada por “Chris Cornell,” em 2007, ao qual, o mesmo, disse ter feito uma versão, influenciado pela letra de Billie Jean e o circo de horrores, que a mídia transformou a sua vida.
Ao meu ver, Chris Cornell, conseguiu combinar cirurgicamente, a dramaticidade da letra de Michael, a um arranjo musical denso e sombrio.
Eu queria estar alegre, mas a despedida de Michael, foi triste e é com essa versão, carregada de sentimentos, que eu encerro o episódio 11 do Clube da Música Autoral.
E aí, estava com saudades do Clube?
A segunda temporada, apenas está começando e já com essa pedrada.
Foi uma delícia, mas também, uma baita responsabilidade, falar do meu ídolo, Michael Jackson.
O que você achou desse episódio? Percebeu que ainda dá para falar muito sobre Michael Jackson? Que tem uma continuação aí, que nos aguarda?
Só depende de você. No site do Clube, tem uma página desenvolvida pelo Cocão, onde você, pode votar nos próximos episódios e para votar, você precisa ser sócio do Clube e isso, vai te custar apenas 10 reais. Acesse: clubedamusicaautoral.com.br/assine e entenda a proposta. Lá, tem um vídeo meu, explicando certinho como funciona.
Se você preferir, posso te enviar os próximos programas por WhatsApp também. Na descrição desse episódio, tem um link para a lista de transmissão. É só confirmar a mensagem.
Olha, depois de ouvir esse episódio, pode te dar uma saudade de ouvir Michael Jackson. Se isso acontecer, não esquenta, foi pensando em você, que eu criei uma Playlist exclusiva, no Spotify, só com as canções que rolaram nesse episódio. Você pode procurar no Spotify, por “Clube da Música Autoral,” mas, entra lá no site do Clube… clubedamusicaautoral.com.br
Você já sabe, que eu completo as informações de todos os episódios nas redes sociais, né? O Clube, está no Facebook, no Twitter, no Instagram e agora também, no YouTube. É só procurar por, “Clube da Música Autoral,” que só de seguir, você já começa a fazer parte desse Clube.
E como eu sempre digo, o Clube tem uma missão, que é, contar histórias e espalhar músicas boas pela rede. Para que o Clube continue com essa missão, eu preciso da sua ajuda. Seja um sócio e embarque comigo nessa missão… Afinal, é a música, né cara… ela me salva todos os dias e eu, espero que hoje, tenha salvado seu dia também.
Meu nome, é Gilson de Lazari e foi um prazer, falar de música com vocês.
Obrigado, Michael. Obrigado, Cris Cornell. E viva a música!
Acabei de ouvir ao episódio…
Nunca fui dos maiores fãs deste mito que é o Michael, mas durante esse episódio trouxe arrepios, risos e lágrimas tudo misturado! Realmente incrível! Muito obrigado por essa obra de arte quê ficou esse episódio!
Obrigado Sergio to dando um moonwalk aqui pra te agradecer… ahahah
Cara, que maravilha esse episódio!!! me emocionei muito. Boas lembranças dessa época de ouro. E a história da relação do Michael com a Madonna?
bom dia boa tarde boa noite, De lazari cara não é a primeira vez q ouço este ep,e não sera a ultima, cara parabéns infinito por esse excelente trampo sou seu fã e cada dia te admiro mais obrigado cara, estou tentando espalhar essa sua vibe por ai mas confesso q estamos carentes de pessoas q saibam valorizar o q é realmente bom mas como no ep do Bob Marley não vou desistir abração.
Valeu Rafa, obrigadão, desiste não, eheheh