O primeiro episódio do Clube da Música Autoral, delicadamente, lembrou do acidente que tirou a vida de “Conor”, filho de Eric Clapton, em 1991.
Conheça as sutilezas e curiosidades por trás dessa canção que mudou para sempre, a vida de Clapton.
Ouça!
Formato: MP3/ZIP
Tamanho: 24 MB
Se você gostou do Clube da Música Autoral, seja um sócio. Acesse: clubedamusicaautoral.com.br/assine e confira as vantagens que você recebe em troca do seu apoio.
Se você quiser, também pode nos ajudar fazendo um PIX. Utilize nosso email como chave: clubedamusicaautoral@gmail.com Qualquer valor é bem-vindo.
Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima
Edição de áudio: Rogério Silva
Assine
Apple Podcasts
Google Podcasts
Spotify
Deezer
Amazon Music
Castbox
Podcast Addict
Pocket Casts
RSS
Ver Mais Opções
Fale Conosco
Facebook
Twitter
Instagram
WhatsApp
Telegram
Se preferir, escreva um comentário, ou envie um email para: clubedamusicaautoral@gmail.com
Playlists
Quer ouvir as músicas que tocaram neste episódio?
Confira a playlist no Spotify ou no Deezer
Sempre estive muito envolvido com a música; sou contrabaixista e produtor musical. Tenho uma paixão platônica por música e adoro contar e escrever histórias.
O Clube da Música Autoral, é um podcast. Para quem não sabe, podcast, é um arquivo digital de áudio, que contém informações que geralmente você também encontraria na internet; a diferença, é que ao invés de ler, no podcast você ouve essas informações.
Quem me apresentou ao mundo dos podcasts, foi o “Rogério Silva,” meu amigo de longa data, que a muitos anos consome esse tipo de conteúdo, que inclusive, já é muito comum no mundo todo, inclusive no Brasil. Você encontra facilmente excelentes podcasts em português, com os mais variados assuntos.
O Clube da Música Autoral, terá 10 episódios, contendo histórias e curiosidades sobre as músicas clássicas que amamos. Pretendo falar um pouco sobre seus autores e tentar desvendar um pouco dos motivos que os levaram a escrever aquela letra em forma de canção e que hoje nos intriga.
Nesse, que é o episódio de número 1, vou contar um pouco da história dessa linda canção; triste para uns, e inspiradora para outros. Ela foi composta por “Eric Clapton” e “Will Jennings,” e se chama: “Tears in Heaven,” que traduzida para o português, é: “lágrimas no paraíso.”
A letra da música, aborda a dor da perda que Eric sentiu, após a trágica morte de seu filho “Conor,” de apenas 5 anos de idade. Ele caiu da janela do 53º andar, em 1991.
Mesmo sendo esse o primeiro episódio, quero deixar o convite para que acompanhem o Clube nas redes sociais; Facebook, Twitter e Instagram. Você pode encontrar facilmente apenas digitando na busca: “Clube da Música Autoral.” Sempre que eu lançar um novo episódio, eu aviso por lá e você, poderá escolher o melhor momento para relaxar e escutar as histórias sobre as músicas que amamos.
E se estiver à vontade, pode deixar um comentário, um elogio, ou até mesmo uma crítica, me lembrando de algum detalhe que eu possa ter esquecido.
Você está ouvindo “Sunshine of Your Love;”” canção do primeiro super grupo, formado por estrelas do rock! “Jack Bruce” no baixo e vocal, “Ginger Baker” na bateria e “Eric Clapton” na guitarra e voz. Mas essa, não foi a primeira banda de “Eric Patrick Clapton.”
Ele nasceu em um condado ao sul da Inglaterra, chamado: “Surrey,” no ano de 1945; ano em que terminou a segunda guerra mundial, com a vitória dos aliados.
Ganhou o primeiro violão da sua avó Rose. Apesar da dificuldade inicial com o instrumento e influenciado por canções antigas de Blues, Eric, usou um pequeno gravador para aprender a tocar como os negros. Isso o ajudou a desenvolver sua técnica e em pouco tempo, conseguiu dominar o instrumento.
Em 1962, Clapton, fez um ano introdutório na “Kingston School of Art,” mas não concluiu o curso. Em janeiro de 1963, ingressou na banda “The Roosters.” Sem recursos, os ensaios, eram no andar de cima de um bar e a guitarra, o teclado e o vocal, eram todos ligados no mesmo amplificador. Chegaram a fazer algumas apresentações, mas, sem muita expressão.
“The Yarbirds,”” foi a banda que deu visibilidade para Eric Clapton. Essa canção se chama: “For You Love;”” a primeira música deles a entrar nas paradas de sucesso em 1964 e dizem que isso se deve, a influência de Clapton, que insistiu para que os Yarbirds investissem no som autoral.
Eric, ainda teria uma curta passagem pela banda de Blues “John Mayall & the Bluesbreakers,” antes de formar o “Cream,” que significa “Creme” e foi sugerido por Eric. Eles se tornaram um dos primeiros “power trios” do Rock. O sucesso do Cream, transformou Eric Clapton em um dos mais aclamados músicos da década de 60.
Em 68, com o fim do Cream, Eric e “George Harrison,” dos Beatles, firmaram uma das maiores e melhores parcerias da história do Rock britânico.
Harrison, convidou Clapton para gravar o solo de “While My Guitar Gently Weeps,” que ouvimos ao fundo. Ela foi lançada no álbum branco dos Beatles. Eric, foi o primeiro músico fora do grupo, convidado para gravar com os garotos de Liverpool. John Lennon e Paul MacCartney, concordaram, pois também, não davam muita bola para essa canção, afinal, ela, havia sido composta por Harrison, mas pouco tempo depois, teve seu reconhecimento e hoje, é considerada por muitos críticos, como uma das melhores canções de todos os tempos.
Ao acompanhar de perto o sofrimento da esposa de Harrison, “Pattie Boyd,” que vivia abandonada por ele em razão do interesse do marido pela cultura hindu, Eric, acabou se apaixonando por ela e o sofrimento por amar a mulher de seu melhor amigo, o inspiraria a compor uma das suas canções mais conhecidas, “Layla.”
Usando a banda de apoio “Bramletts” e um elenco estelar de músicos de estúdio, Clapton, lançou seu primeiro disco solo em 1970, que trazia uma de suas melhores composições, “Let It Rain.”
Apesar de seu sucesso, a vida pessoal de Clapton encontrava-se em estado deplorável. Além de sua paixão não correspondida por Pattie Harrison, ele também parou de tocar e se apresentar, acabando se viciando em heroína.
O que o tirou dessa profunda depressão e degradação, foi o convite de George Harrison para que se apresentasse no “Concerto para Bangladesh” e, depois o “Rainbow Concert,” organizado por “Pete Townshend” do “The Who;” um festival para ajudar Clapton a largar as drogas.
Deu certo… e Clapton lançou “Ocean Boulevard” em 1974, com sua versão icônica de “I Shot The Sheriff,”” que foi um grande sucesso e apresentou o Reggae e a música de “Bob Marley” para o público europeu.
Entre erros e acertos, a carreira de Clapton seguiu. Ele fez outras inúmeras parcerias de sucesso, até o fatídico dia do acidente, que mudou a sua vida.
Em 1985, a modelo italiana “Lory del Santo,” conheceu Eric, sem saber que ele era um famoso músico, que estava visitando Milão em uma turnê. Eles se apaixonaram e começaram um relacionamento. Alguns meses depois, Lory, descobriu que estava grávida. Ela contou a notícia para Clapton, mas a reação foi bem diferente do que ela esperava. Clapton, constantemente, tinha recaídas com álcool e drogas, e apesar de algumas internações em clínicas de reabilitação, o casal, acabou se separando em 1986; ano em que Conor nasceu.
Ele cresceu com a família da sua mãe na Itália. Clapton, o visitava as vezes, mas era um pai ausente.
Em 1991, Lory foi passar um mês em Nova Iorque, no apartamento de uma amiga. Eric, estava na cidade e havia pedido para que Conor passasse a Páscoa com ele.
Eric e Conor firmavam seus laços afetivos. Pela primeira vez, foram juntos ao circo, só os dois; correram pelo parque e se divertiram muito, como nunca antes haviam feito. Clapton havia prometido a Conor, estar mais presente e queria ajudar Lory na criação do filho. Eles já tinham até feito planos, de irem juntos ao zoológico no dia seguinte. Conor estava tão ansioso, que nem conseguiu dormir direito. Ele estava muito animado por conta dos momentos que passara junto ao pai.
No dia seguinte, ainda de pijama, Conor brincava de esconde-esconde com a babá, e o zelador, estava no apartamento, limpando as janelas, que só eram abertas em dias de faxina.
Anos depois do ocorrido, a mãe de Conor deu uma entrevista onde relatou detalhes do acidente:
“Eu ouvi a babá; ela estava correndo atrás dele brincando, mas, Connor correu para a sala, onde o zelador estava limpando. Eu ouvi um grito terrível, mas não era Conor, era a babá. Eu corri gritando:
– “Onde está Conor!? Onde está Conor!?”
Então, eu vi a janela aberta e eu entendi imediatamente. Senti toda a minha força me deixar e caí no chão.
Eric chegou cinco minutos depois. Ele entrou no quarto e eu disse chorando:
– “Ele está morto.”
Seus olhos escureceram e ele disse:
– “Morto!? Isso é impossível!”
Desde então, nós não dissemos nada um ao outro.
Chamaram a ambulância, mas obviamente não havia esperança. Eric foi vê-lo no necrotério, mas eu, simplesmente não tive a mesma coragem.”
O funeral de Conor, foi realizado na Igreja de “Santa Maria Madalena,” no condado de Ripley, onde Eric nasceu. Amigos famosos estiveram presentes, incluindo Phil Collins, George Harrison e até mesmo Patti Boyd.
Para Lory, Eric, até hoje nunca falou uma palavra sobre o que aconteceu.
Esta é uma das canções de maior sucesso de Clapton e atingiu a segunda posição, entre as 100 mais da Billboard nos E.U.A. Executada com um violão clássico como instrumento principal. A canção também ficou três semanas nas principais paradas de sucesso em 1992.
Will Jennings, coautor da música, relutou no início para ajudá-lo a compor uma canção tão pessoal.
A composição foi inicialmente lançada na trilha sonora do filme “Rush” e logo depois no seu álbum acústico: “Unplugged 1992.”
Tears in Heaven, ganhou três Grammys, sendo: gravação do Ano, Canção do Ano e Melhor Performance Vocal Masculina. No Grammy Awards do ano seguinte, também ganhou como Melhor Videoclipe.
Clapton parou de tocá-la em 2004, afirmando que não sentia mais a sensação de perda.
“Acho que esses sentimentos se foram e eu não quero que eles voltem novamente. Minha vida, mudou desde então.
Canções assim precisam de uma pausa e talvez eu volte a apresentá-la um dia.”
Em 2004, Tears in Heaven entrou na lista da Revista Rolling Stone entre as “500 melhores canções de todos os tempos”.
Esse foi o episódio 1 do Clube da Música Autoral. Mas antes de me despedir, queria saber sua opinião.
E aí? O que você achou?
Você pode interagir comigo deixando a sua opinião nas redes sociais; o Clube está no Facebook, Twitter e no Instagram. É só buscar por: “Clube da Música Autoral,” que você já começa a fazer parte desse clube.
Mas se achar que vale a pena me ajudar com essa missão, de contar as histórias das músicas que amamos, você também pode ser um padrinho do Clube. Acesse: apoia.se/clubedamusicaautoral e escolha qualquer valor para apoiar o Clube. Eu faço questão de agradecer a todos nos próximos episódios.
Meu nome é Gilson de Lazari., Foi um prazer falar de música com vocês.
Valeu… e até a próxima!
Que episódio, cara quando você começa a apresentar o relato da mãe do filho do Eric Clapton sobre o acidente, bate aquele arrepio e vem toda aquela sensação de como é difícil perder alguém, sensacional. Grande trabalho.
É cara… meio pesado né? Meu filho tem a mesma idade e eu tenho medo de altura… imagina?
Que sentimentos! Você tem talento Gilson de Lazari. Obrigado por este belo trabalho.
Conheci seu trabalho através do Café Brasil. Excelente trabalho.
Gilson, gostei, muito bem feito, além que a musica e o contexto sao de arrepiar qualquer um.
Só acho que vc podería ter traduzido a letra na Transcricao do episodio, nem todo mundo entende perfeitamente o ingles. Que vc acha?
Boa ideia Rodrigo, valeu pela dica.
Escutei no Cafe Brasil e vim conferir, vamos marotanar ? kkkkk
borá lá né.
bóra… rs