Para falar de “Titãs”, apenas um episódio foi pouco, por isso, chegou a vez de darmos continuidade a essa longeva história de sucessos. E dessa vez, vamos analisar “Epitáfio”, uma belíssima canção Reflexiva, lançada em 2001.

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Devia ter amado mais, chorado mais, arriscado mais e até errado mais…

Aliás, eu devia ter feito o que eu queria fazer…

Essa mensagem está na música “Epitáfio”, lançada pela banda Titãs em 2001, logo após a morte do guitarrista Marcelo Fromer. Estamos na temporada das continuações, no episódio 56 e vamos continuar a falar sobre Titãs.

No episódio 48 da quinta temporada, nós falamos sobre a formação dos “Titãs do Iê-Iê-Iê”, uma banda de rock que começou com incríveis, 9 integrantes, e foi diminuindo com o passar dos anos. Nesse mesmo episódio, a música tema foi “Bichos Escrotos”, um hino do rock paulista, que até hoje é cultuado nos becos e bares que insistem em ecoar o movimento rock dos anos 80, que foi uma fase brilhante para a musica nacional.

Esse episódio é especial também, porque contamos com a ajuda de um dos compositores de Bichos Escrotos; isso mesmo, Sérgio Britto, falou exclusivamente com o Clube e nos contou sobre o dia que compuseram Bichos Escrotos, bêbados e loucos, gritando pelas ruas de São Paulo. Vale a pena! Se você não ouviu esse episódio, ouça.

Sérgio Britto

Bichos Escrotos saiu no icônico “Cabeça Dinossauro”, o álbum considerado por muitos críticos como um dos melhores do rock brasileiro, e eu concordo, porque o Cabeça não é só inovador, ele é provocativo, instigante e anarquista… Hoje a banda é cautelosa ao falar sobre isso, mas o fato, é que o Cabeça é a reação direta dos Titãs à prisão de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto, fato que deu uma reviravolta nos projetos da banda, e foi quando soltaram um polêmico e libertador: “vai se foder”! E isso, meus amigos, aconteceu em tempos sombrios de censura.

Enfim, o Cabeça, é um dos divisores de águas na carreira dos 8 Titãs. Eles tiveram outros momentos epeciais, mas estamos falando aqui de uma banda que na época era formada por Paulo Miklos, Nando Reis, Sérgio Britto, Branco Mello, Charles Gavin, Marcelo Fromer, Tony Bellotto e Arnaldo Antunes. O disco que antecede o Cabeça, foi “Televisão”. O Cabeça Dinossauro, como sabemos, foi sucesso de críticas, vendendo muito bem e merece ser elogiado, pois faz a cabeça das novas gerações até hoje, um álbum dos anos 80 que envelheceu muito bem.

Mas para eu conseguir parar de falar do Cabeça e dar marcha nessa história, é preciso voltar essa fita para 1987, quando os Titãs preparavam o próximo disco, outro clássico do Brock: “Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas”.

Ainda em meio ao sucesso do Cabeça, o single: “Lugar Nenhum”, foi lançado nas rádios em outubro de 1987. Os Titãs já tinham as músicas prontas, porém, aguardavam a volta do produtor “Liminha”, que estava em Londres trabalhando com a banda “Sigue Sigue Sputnik”. Se você não sabe, a sonoridade característica dos Titãs, foi definida quando Liminha entrou no time, mas quem pensa que a relação deles era amistosa engana-se; rolou muita treta, mas a música sempre venceu.

Liminha

As gravações do quarto álbum dos Titãs aconteceu no estúdio “Nas Nuvens”, no Rio de janeiro, cujo os proprietários são Liminha e Gilberto Gil. Como os Titãs estavam em turnê, as sessões de gravação foram lentas em comparações com as dos discos anteriores. Mas no dia 24 de outubro, pouco mais de dois meses depois, Liminha já havia concluído a mixagem e a matriz foi enviada para ser masterizada em Londres.

Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas chegou as lojas no dia 23 de novembro de 1987, e abre com “Todo Mundo Quer Amor”, um prelúdio para um dos maiores clássicos dos Titãs… “Comida”, ambas protagonizadas por Arnaldo Antunes.

“A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte”!

aqueles tempos do “Colégio Equipe”, realmente moldaram os jovens que passaram por lá e quase todos os Titãs beberam dessa água; um lugar que ficou famoso pelo apoio à educação artística, que fomentou uma intensa atividade cultural na Pauliceia do final dos anos 70. Até hoje, não é incomum ouvir frases dessa canção, que tem o DNA de Arnaldo Antunes, em protestos, uma vez que a vida não é só trabalho. Temos direitos constitucionais que não são corretamente entregues, e daí, uma poesia, um livro, uma música, sempre cai bem.

Na sonoridade, notamos percussões improvisadas com utensílios de cozinha e outros objetos não-musicais, que foram usados em quase todas faixas, mas quem protagoniza mesmo, é a batida eletrônica. Impossível não notar o clima dos anos 80.

As principais diferenças sonoras entre este álbum e o anterior, segundo Arnaldo Antunes, era que este tinha “o elemento eletrônico, no caso, a programação de bateria de Liminha, que acabou por deixar as músicas datadas.

Charles Gavin buscou adotar novas sonoridades em sua bateria para este disco, chegando a expandir seu set e a tentar viradas novas e mais elaboradas. Isso causou conflitos em estúdio, com direito a uma bronca histórica do produtor Liminha que foi filmada por Branco Mello e exibida no documentário sobre a banda… “Titãs: A Vida Até Parece Uma Festa”.

Existe uma máxima entre os artistas, que se você precisa gravar um disco, e não tem muitas ideias, chame o Liminha. Ele terá mil ideias, mas o disco vai ter a cara dele. E muito do que o Titãs eternizou em suas melodias, tem a mão do Liminha.

Mas, e esse nome aí? “Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas? Que viagem, né?

O termo que deu título ao disco, veio de uma expressão da amiga de Nando Reis, Vânia, que disse que o Brasil era “o país dos banguelas”, referindo-se à pobreza que assolava o país. Como vocês sabem, toda vida o Titãs foi uma banda politizada e os temas sociais sempre foram marcantes em suas letras.

Na capa e na contracapa, há oito colunas de um templo grego, quatro em cada lado do encarte, e elas representam cada um dos integrantes na época. Os espaços entre elas, por sua vez, são como espaços vazios numa “arcada dentária”, aludindo assim, ao título do disco. Mas ao mesmo tempo, o templo da capa dialoga também com o próprio nome da banda, que remete aos titãs da mitologia grega. As fotos das colunas, foram tiradas por um tio do vocalista Branco Mello, que havia viajado para a Grécia, e o conceito artístico, quem assina é Sérgio Britto.

O Jesus, acabou qualificado como um disco “difícil de entender”. Segundo “André Singer” da Folha de S. Paulo, esse não era um disco só para dançar, nem só para vender e nem só para protestar. Diferente do seu antecessor, este disco tratava de problemas ligados ao cotidiano, como o amor, a comida, a diversão, a desordem e a mentira. No entanto, o Jesus, não deixa de ser uma manifestação poética de reivindicações urgentes e muitos fãs consideram esse o melhor álbum da banda. Uma das minhas preferidas, é “Desordem”, que tem uma mensagem super atual… “quem quer manter a ordem e quem quer criar desordem”?

O show de lançamento dessa turnê, aconteceu em janeiro de 1988, na “Praça da Apoteose em São Paulo, e parte da imprensa considerou esse um “marco para o rock brasileiro”. Nessa época, a popularidade dos Titãs estava nas alturas. A imprensa chamou de “titãmania”.

Mas eu não poderia deixar de evidenciar aqui, “Nome Aos Bois”, uma canção interpretada por Nando Reis, cuja a letra causou polêmica na época do seu lançamento, por causa da citação de 34 nomes de personalidades, principalmente políticas, do Brasil e de outros países. Nando assume que o nome do jornalista e produtor musical, “Ronaldo Bôscoli”, foi parar na lista por conta de um artigo que ele escreveu detonando os Titãs, e que se arrependia disso.

Ok, os Titãs estavam voando, tanto que chegaram na Europa, onde participaram do aclamado “Festival de Montreux”. Dessa apresentação, surge o primeiro disco ao vivo da banda, “Go Back”. Mas a produção foi desastrosa; os Titãs tiveram pouco apoio técnico nessa apresentação; passaram o som em apenas 15 minutos e os técnicos esqueceram de gravar o canal de guitarra do Liminha, que foi convidado para ser o terceiro guitarrista. Muitas gambiarras foram necessárias na pós produção, mas o disco ao vivo, saiu.

Em 1989, os Titãs voltam ao estúdio para gravar seu quinto álbum, “Õ Blésq Blom”. E dessa vez a produção seria assinada por “Titãs e Liminha”. A banda começava a se interessar por produção e apesar de apreciarem o trabalho do Liminha, não queriam deixar somente nas mãos dele.

Mauro e Quitéria

Um fato curioso sobre esse disco, é o encontro na Praia de Boa Viagem com um casal de músicos repentistas, “Mauro e Quitéria”, que por conta do constante contato com estrangeiros, aprenderam palavras em vários idiomas e assim montavam seus repentes, misturando línguas e muitas vezes inventando palavras. Após ouvi-los na praia, os Titãs decidiram gravar o casal, lá mesmo, usando um gravador que sempre levavam consigo. Essa gravação é a introdução do disco, faixa que antecede “Miséria”, mais uma música necessária dos Titãs.

Õ Blésq Blom chegou nas lojas no dia 16 de Outubro de 1989, o show de lançamento aconteceu no “Museu da Imagem e do Som” em São Paulo. Como parte da campanha de divulgação, a banda contratou um grupo de grafiteiros para escrever o título do álbum em pontos estratégicos da capital paulista. Nesse disco, encontramos duas das mais bem-sucedidas canções dos Titãs, uma delas é “Flores” e a outra canção icônica desse álbum, é: “O Pulso”, uma obra-prima com o DNA de Arnaldo Antunes, mas também assinada por Marcelo Fromer e Tony Bellotto.

Os versos dessa canção, se resumem em uma enumeração exaustiva de doenças, ao mesmo tempo que reafirma a força da vida: “o pulso ainda pulsa”. É genial! E também tem referência direta com “Nome Aos Bois”. Essa seria a versão patológica.

Mas o que vc talvez não saiba, é que os Titãs estavam tão inspirados, que várias faixas precisaram ficar de fora, por exemplo: “Nem 5 Minutos Guardados” e “A Melhor Forma”, canções que futuramente estourariam nas rádios.

Mas chega aí… “Õ Blésq Blom”, que diabos os caras queriam dizer com isso?

“Õ Blésq Blom”, faz parte do idioma inventado pelo repentista Mauro e sua esposa Quitéria. E segundo ele, significa: “terra que foi habitada pelos primeiros homens”.

Já a capa, é uma colagem de Arnaldo Antunes, que produziu cinco capas para esse disco e a banda votou para decidir qual eles preferiam.

Agora estamos entrando nos anos 90, época que marca a insatisfação de Arnaldo Antunes, um dos mais brilhantes artistas da sua geração, um cara “estranhaço”, que magistralmente conseguia expelir essa estranheza, não só na música, mas também em suas pinturas e performances.

É bom lembrar aqui, que os Titãs, uma banda de 8 integrantes, precisaram desenvolver meios de decidir tudo em conjunto, então, eles votavam; como ônus, quase tudo virava uma imensa discussão e isso estava sufocando Arnaldo, mas ele não sairia da banda antes da gravação do sexto álbum, que seria chamado de: “Tudo Ao Mesmo Tempo Agora”.

Esse álbum marca mais uma mudança de estilo para a banda, que gradativamente deixava de lado os elementos eletrônicos e voltava a fazer um rock cru, com letras agressivas e até escatológicas, como ouvimos em “Saia de Mim”.

Outro ponto marcante, é que a partir de Tudo Ao Mesmo Tempo Agora, os produtores dos Titãs, passam a ser eles mesmos, ou seja, sem Liminha. E tem mais um ponto de interesse; a partir desse disco, as musicas passaram a ser assinadas por todos os integrantes, sendo assim, os direitos de execução também seriam divididos por igual, fato que deixou Arnaldo ainda mais desanimado.

“Ninguém sabe nada”! Sob esse conceito de desconstrução, a banda resolveu fazer tudo diferente, invés de um estúdio, levaram uma unidade móvel para a Rua da Invernada, na Granja Viana, zona oeste da Grande São Paulo, com o propósito de gravar “ao vivo” e de forma artesanal.

O baterista Charles Gavin, comparou a utilização de uma casa, ao invés de um estúdio profissional, com experiências similares do Deep Purple e do Led Zeppilin, que gravaram, respectivamente, em um castelo e em quartos de hotel nos anos 70. A referência é ótima, sem duvidas, mas o resultado não é comparável com tais referências.

Nando Reis, em seu canal do YouTube, assume que erraram muito no conceito desse álbum. Tudo Ao Mesmo Tempo Agora, chegou nas lojas no dia 23 de setembro de 1991, pouco antes de iniciar a turnê, sem promover coletivas para falar com jornalistas, isso porque perceberam que seriam massacrados, com críticas que julgaram superficiais. Mas Nando, acha que eles foram ingênuos, pois esse silêncio, abalou a relação com a imprensa, que interpretou aquilo como arrogância da parte deles.

O clipe de “Saia de Mim”, que seria exibido no programa “Fantástico” da TV Globo, acabou vetado por conta da letra, e após um ano de divulgação, Tudo Ao Mesmo Tempo Agora, havia vendido apenas 140 mil cópias; número muito aquém de todos os lançamentos anteriores.

Essa indústria da música é assim mesmo, amigos, tem que dar lucro aos investidores.

Os Titãs, aparentemente, estavam perdendo a mão e Arnaldo Antunes estava insatisfeito com os rumos musicais da banda, que gradativamente deixavam a brasilidade de lado, para investir em um som mais rock. Parecia uma tentativa de colar nos movimentos promovidos pela MTV, que vinha junto com a Ascensão do Heavy-Metal e foi até onde deu. Arnaldo deixou o então octeto, no dia 15 de dezembro de 1992 e passou a se dedicar a sua carreira solo, apesar que continuaria colaborando com as letras dos Titãs.

Ainda em 1992, Arnaldo foi agraciado com o Prémio de Melhor Música do ano, para o tema “Grávida”, gravado em parceria com “Marina Lima”. Ou seja, lateralmente, Arnaldo também foi impulsionado para fora dos Titãs. Ele falava muito sobre seu projeto doidão de música e movimento, que não caberia nos Titãs. E esse projeto foi lançado em 1993, com o título “Nome”, apresentando um conceito que unia música, poesia e produção gráfica. Arnaldo passaria a excursionar fora do Brasil e a partir daí, começam as parcerias com outros músicos e artistas. Se você não conhece, vale a pena dar uma ouvida nos discos solo do Arnaldo.

Mas aqui, a veia artéria é o Titãs e apesar de minimizar a saída do integrante mais excêntrico, eles sentiram, pois Arnaldo, simbolizava uma liderança. Agora com 7 integrantes, o Titãs volta ao estúdio para produzir um disco, que apesar de ter ficado datado, foi muito importante para o rock nacional… “Titanomaquia”.

Ficou meio que óbvio, né? Era Arnaldo que segurava a brasilidade do grupo, porque com sua saída, os caras viraram grunges, literalmente, pois foi em 1993, que tivemos por aqui o estouro de “Smells Like Teen Spirit”, puxado pela MTV. E o Titãs, não só surfou na onda, como também investiu na autenticidade do estilo, contratando “Jack Endino”, o produtor dos primeiros trabalhos do Nirvana, que também trabalhou com outros nomes do grunge.

Sem dúvidas, o disco mais desgraceira dos Titãs, mas eu curto!

Titanomaquia é importante pra mim, porque, eu, meninão do interior, com pouco acesso aos caros discos de vinil, não conhecia até então uma banda brasileira que fosse porrada na orelha assim. Eu logo dei um jeito de comprar o Titanomaquia e ouvi até furar. Por acaso, isso foi na mesma época que eu montava minha primeira banda, então, é por isso que esse disco é importante pra mim. Porém, alguns integrantes dos Titãs, futuramente, se arrependeriam desse conteúdo, digamos assim, sujo demais. Um deles, foi Nando Reis, que define aqui o ponto inicial do seu desinteresse pela banda. Ele cantou somente uma faixa. E no baixo, ele ficou limitado apenas a dobrar os riffs de guitarra.

Jack Endino

Titanomaquia foi lançado no dia 10 de julho de 1993, período atípico para lançamentos, pois as gravadoras preferiam sempre o fim de ano. Provavelmente, havia uma pressa de se posicionar no mercado e surfar na onda Grunge.

Sabe o que você provavelmente não sabe sobre esse disco? O título era pra ser: “A Volta dos Mortos-Vivos”, mas a banda não conseguiu pagar pelos direitos já utilizado em um filme de 1985. Esse título era sugestivo, pois a imprensa afirmava que o Rock Brasileiro (aquele dos anos 80) havia morrido e os Titãs iriam contrariar isso.

A arte da capa foi feita por “Zarif”, que também sugeriu o termo “titanomaquia”, que significa: a guerra entre os titãs e os deuses da mitologia grega.

A imprensa ficou dividida, alguns elogiaram a entrega da banda ao rock visceral, mas muitos criticaram, o que chamaram de “pegar carona” no movimento Grunge. Mas o que importava mesmo, naquele momento histórico para a música brasileira, era ter um clipe rolando na MTV, aliás, a música poderia até ficar em segundo plano, caso o clipe fosse bom. E os Titãs tiveram dois clipes desse álbum na programação da emissora: “Será Que É Isso Que Eu Necessito?” e “Nem Sempre Se Pode Ser Deus”, que já era uma resposta aos críticos, ao dizer: “não é que eu vou fazer igual, eu vou fazer pior”!

Depois de tanta pauleira, aparentemente, os Titãs estavam cansados, então, em 1994, decidem tirar férias, mas invés de descansar, eles investiram em projetos solo. Paulo Miklos e Nando Reis gravaram e lançaram seus primeiros trabalhos solo, (respectivamente, chamado “Paulo Miklos” e “12 de Janeiro“. Já Branco Mello e Sérgio Britto formaram uma banda punk chamada: “Richard Kleiderman”, mas que por causa de questões de direitos autorais, acabou ficando só “Kleiderman”, e também lançaram disco em 94. E por fim, Tony Bellotto lançou seu primeiro livro: “Bellini e a Esfinge”, que foi um grande sucesso de vendas. Pelo visto, somente Charles Gavin e Marcelo Fromer, realmente descansaram nas férias titânicas.

Logo no ano seguinte, retomam o trabalho em grupo, e o álbum da vez, se chamaria: “Domingo”.

Os trabalhos solo, deixaram evidente o quanto os Titãs eram musicalmente diferentes, mas esses discos solo não venderam muito bem não, Tony Bellotto declarou em uma entrevista que, se algum deles tivesse estourado, dificilmente o membro iria querer voltar ao grupo. Havia um clima de insatisfação no ar, mas mesmo assim, os sete integrantes se reuniram para criar o oitavo disco, que acabou sendo “um disco mais variado, com uma diversidade maior de texturas musicais, bem mais alegre e relaxado”

Mas imagina a pauleira… ter uma banda de 4 integrantes já é treta, ainda mais quando envolve grana, agora em 7, então… Para organizar as bagunças tudo lá, novamente, Jack Endino foi convidado e produziu o que segundo ele, é o melhor disco dos Titãs.

“Quando começamos a discutir sobre a gravação de Domingo, eu disse a eles: “há sempre boas músicas de pop e rock em seus álbuns. Vocês não são uma banda de heavy-metal, e sim uma banda de rock com boas músicas. Vamos fazer um disco de rock sólido que todos possam curtir. Vamos tentar algo diferente, mas tendo a certeza de que será bom”.

O produtor americano, disse exatamente o que os integrantes também estavam pensando. Titanomaquia foi um erro então? Não, foi ótimo, mas foi um experimento e agora a banda estava de volta ao pop rock de onde surgiu.

Domingo também é famoso por ser um disco com muitas participações. Andreas Kisser gravou a terceira guitarra em “Brasileiro”; Herbert Vianna fez o solo em “O Caroço da Cabeça”; Igor Cavalera fez a segunda bateria em “Brasileiro”; João Barone fez a segunda bateria em “Eu Não Vou Dizer Nada”; Liminha, que até então estava de mal com a galera, participou fazendo programação de bateria eletrônica, baixo, bandolim e violão na faixa “Pela Paz”, que foi posteriormente incluída em Domingo. Mas essa é uma música encomendada pela “Rádio 89” para a campanha “Pela Paz”, na cidade de São Paulo.

Eis que então, temos um hiato de lançamentos inéditos, mas engana-se quem pensa que os Titãs sumiram da mídia, pelo contrário; a turnê de Domingo durou mais de dois anos e o que aconteceu em seguida, foi o “Acústico MTV – Titãs”.

Muita gente conheceu os Titãs aqui, nesse projeto atípico da banda. Esse também, é o segundo álbum ao vivo do grupo e fazia parte das comemorações dos 15 anos de Titãs. Cara, foi um fenômeno de vendas, vocês lembram, né? Um milhão e oitocentas mil cópias vendidas; disco de platina, dois de diamante e dois de ouro. Nem dá pra acreditar que os caras fizeram pouco caso para aceitar participar do Acústico MTV, um projeto que reinventou a banda.

 

O Acústico MTV Titãs, foi lançado em 23 de maio de 1997, nos formatos CD e DVD. O mega show foi gravado no “Teatro João Caetano”, no Rio de Janeiro, mostrando um lado desconhecido do grupo até então. Os sete integrantes rockeiros, estavam lá, tocando instrumentos desplugados.

Entre os vários músicos convidados, temos o produtor Liminha e o percussionista Marcos Suzano, além de um quarteto de cordas, uma harpa e um naipe de metais e sopros. Como convidados para cantar, estava lá, o cantor argentino “Fito Paez” e o jamaicano “Jimmy Cliff”, além das cantoras “Marisa Monte”, “Marina Lima”, “Rita Lee” com seu marido “Roberto de Carvalho”. E a mais impactante participação do acústico, na minha opinião, foi a do ex-titã Arnaldo Antunes, em “O Pulso”.

O Acústico MTV, entre aspas, ressuscitou a banda, pois os últimos lançamentos os havia afastado da grande mídia; eles estavam meio undergrounds na época, e o acústico pegou os titãs com as mãos e os levaram ao mainstream, num nível de popularidade que eles ainda não haviam atingido. Para os fãs puritanos, lá da época do Cabeça Dinossauro, os Titãs, nunca mais foram os mesmos após esse trabalho.

Nando Reis, que vinha sendo boicotado por não se enquadrar naquela vib rock cru e jocoso, ganhou um valioso espaço no acústico e finalmente, “Marvin”, que havia sido injustiçada no passado por causa de conflitos pessoais, finalmente emplacou. Sem falar de “Cegos do Castelo”, que se tornou a queridinha da MTV.

Não sei se vocês entenderam a importância do Acústico, mas não é exagero, existe dois Titãs, um antes do Acústico e outro depois.
A turnê do Acústico também foi avassaladora e aproveitando dessa vertente de sucesso, em 1998, os Titãs lançam o que pode ser considerado uma continuação do Acústico, que eles chamaram de: “Volume Dois”.

É isso mesmo, de selvageria PUNK e palavrões para cover de Roberto Carlos. Apesar de produzido em estúdio por Liminha, o Volume Dois, mira no formato acústico e superou 1 milhão de cópias vendidas, ou seja, sucesso novamente. Mas os caras não foram tão oportunistas assim, eu que estou pegando pesado. Nesse disco tem 6 faixas inéditas, “Sua Impossível Chance”, “Senhora e Senhor”, “Caras Como Eu”, “Era Uma Vez”, “Eu e Ela” e “Amanhã Não Se Sabe”.

Os Titãs, tal qual conhecemos havia acabado? Então é isso? Tony Bellotto dizia que não, mesmo tendo escrito uma letra que fala exatamente sobre o envelhecimento da banda e anunciava um possível fim. Se liga na letra…

“Caras como eu
Estão ficando velhos
Calçando seus chinelos
Concluindo que não há mais tempo”

É claro que a turnê do Acústico se misturou com a turnê de Volume Dois e assim, os Titãs passaram 4 anos na estrada colhendo os frutos de um projeto que eles mesmo não acreditavam no começo, Porém, verdade seja dita, gradativamente, os shows foram voltando ao formato elétrico, até que em 1999, eles voltam ao estúdio para produzir “As Dez Mais, o primeiro trabalho inteiramente não autoral, contendo dez regravações de cantores e bandas famosas, inclusive, até Mamonas Assassinas”.

Os roqueiros raiz não tinham mais por onde ficarem putos com os Titãs, mas cara, presta atenção na frase que eu sempre repito aqui no Clube: “não basta talento, é preciso sorte, estar no lugar certo, na hora certa e… dar lucro”. Titãs havia se tornado uma aposta altamente lucrativa e isso é passageiro, por isso que os empresários queriam explorar, lançando tudo o que podiam enquanto eles estavam em alta.

Nesse disco de covers, As Dez Mais, tem até uma boa variedade. “Inocentes”, mano! “Rotina”, que foi interpretada por Branco Mello. Tem também “Xutos e Pontapés”, uma banda de rock portuguesa, bem da hora. E os chavões, né? Tim Maia, Lulu Santos, Legião. Mas trouxeram Raulzito de volta às paradas com “Aluga-Se”, uma letra sempre atual.

Mas enfim… virada do milênio. “Em dois mil chegarás, de dois mil não passarás”.

Sob essa ameaça, chegamos aos anos 2000 e os Titãs, desde Domingo, ou seja, há cinco anos não lançavam um álbum de inéditas. Vale lembrar, que houve também a troca de gravadora; eles saíram da Warner e assinaram com a Abril Music e assim, nesse clima de mudança, temos o início dos trabalhos do disco que foi chamado de: “Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana”.

Muito sagaz esse título, mas logo a descontração acabaria, pois os Titãs não imaginavam o que estava por vir. Esse é o primeiro disco sem Marcelo Fromer e o último com Nando Reis. Os Titãs, nunca mais seriam os mesmos.

Em julho de 2001, os Titãs começam a gravação do décimo primeiro álbum de estúdio, que seria batizado como: “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana”. O produtor convidado, novamente foi Jack Endino, porque após tantas versões acústicas, eles queriam soar rockers novamente, mas apenas 3 dias após o início do processo de gravação, Marcelo Fromer sofre um grave acidente, que deixaria todos perplexos. O guitarrista foi atropelado por um motociclista que fugiu do local do acidente, na região dos Jardins, em São Paulo. Fromer foi levado ao hospital em estado grave, mas não resistiu e faleceu no dia 13 de junho de 2001. Ele tinha 39 anos e deixou 4 filhos e uma promissora carreira com os Titãs. Houve comoção nacional.

É… o acaso, dessa vez, não protegeu Marcelo Fromer, mas nem é sobre isso que fala a música. Claro que a interpretação é livre e se você for religioso, troque a palavra “acaso” por “Deus”.

“Que Deus lhe proteja”, dizem as mães, quando os filhos saem de casa pra fazer algo novo ou arriscado, e a maioria dos filhos voltam ilesos, mas alguns, jamais voltaram. Esse é o acaso, o imprevisível, ou se te confortar… o destino.

Pode parecer uma ode à negligência e ao descompromisso, mas na verdade, essa música soa mais como uma resposta ao espírito capitalista que rege nossa sociedade e as consequências das relações de trocas de valores. “A corrida pelo dinheiro”… isso está tão impregnado no senso comum, que muitas vezes não nos deixam ver a beleza da vida, a importância da natureza, ou melhor… as coisas simples do nosso cotidiano, afinal, estamos tão ocupados acumulando riquezas, administrando heranças, ou mesmo trabalhando para comprar comida, que deixamos passar grandes oportunidades de viver a vida de forma simples.

Eu concordo com a música… a vida é um acaso. Se sairmos da nossa bolha que nos coloca no centro do universo e contemplarmos a imensidão que nos cerca, será mais fácil você também concordar com isso, afinal, a consequência de estar vivo, é a morte e existem milhares de formas de morrer.

Raul Seixas, em “Canto Para Minha Morte”, se perguntava como iria morrer:

“O coração que se recusa abater no próximo minuto?

A anestesia mal aplicada?

A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida.

O câncer já espalhado e ainda escondido.

Ou até, quem sabe, Um escorregão idiota num dia de sol e o impacto da cabeça no meio-fio.”

No caso do guitarrista Marcelo Fromer, um acaso; aquilo jamais teria como ser premeditado. Ele saiu para correr, como fazia quase todos os dias e em um cruzamento, foi atropelado. O trauma se transformou em um edema; os médicos tentaram salvar sua vida, mas não conseguiram. Ele morreu, provavelmente, sem entender que isso estava acontecendo.

Marcelo morreu sem deixar um epitáfio.

“Epitáfio”, significa “sobre o túmulo“. Vem do grego “epitáfios”. Este termo se refere às frases que são escritas, geralmente em placas de mármore ou de metal, também chamadas de lápides, que são colocadas sobre os túmulos, ou mausoléus nos cemitérios, a fim de homenagear os mortos sepultados naquele local.

Muitas pessoas, principalmente, escritores famosos e celebridades diversas, deixam frases que gostariam que fossem escritas em suas lápides, porém, nem sempre a família cumpre o desejo do falecido, por não considerarem as palavras apropriadas.

Quer exemplos?

O epitáfio de Frank Sinatra diz assim: “O melhor ainda está por vir”.

No de Jimi Hendrix: “Nos veremos na próxima, baby. Não demore”.

E na lápide de Dee Dee Ramone está escrito: “Ok… Tenho que ir agora”.

Alguns também deixam epitáfios longos, mas enfim, só o ato de pensar o que você escreveria em seu túmulo, já o leva a filosofar sobre a vida, e sendo assim, inevitavelmente, você vai se perguntar se teve uma vida coerente com seus valores pessoais, certo?

Eu, por exemplo, já faz tempo que não falo sobre isso, mas quem é ouvinte do Clube das antigas, vai lembrar que o Clube começou como uma espécie de epitáfio, numa época em que eu fiz um tratamento contra um câncer e fiquei meio paranoico, achando que iria morrer e pensando: qual legado eu deixaria aos meus filhos?

Com o passar do tempo, o Clube fez parte da cura da minha ansiedade. Quem leu meu livro, “Os Delírios Musicais”, talvez se lembre que eu credito a minha cura física à medicina e minha cura mental à música. Ela sempre esteve presente nos melhores e piores momentos da minha vida, e sendo assim, meu epitáfio, provavelmente será: “A música me salvou”.

Mas por que Epitáfio nos emociona tanto?

Porque todos nós perdemos alguém ou algo, e em algum momento da nossa jornada, nos pegamos pensando nas frases da música… eu devia ter trabalhado menos, pois se tivesse visitado meu pai um dia antes, eu conseguiria ve-lo vivo pela última vez, porém, devia ter me preocupado menos com isso. Lembro que fiquei profundamente magoado comigo mesmo.

Eu devia ter visitado mais meus amigos que faleceram de COVID; eles me convidaram, mas eu estava muito ocupado, resolvendo problemas pequenos.

E quantas brigas ideológicas idiotas eu me meti com pessoas que eu admiro? Devia ter aceitado as pessoas como elas são, afinal, ninguém sabe das tristezas e alegrias de cada um.

Belo discurso, Gilsão… mas e na prática? Realmente, na prática é tudo tão diferente. A gente sabe o que fazer, mas nem sempre conseguimos fazer. E assim, o tempo passa, nós vamos morrer e alguém vai pensar sobre isso lembrando de nós. E também, é sobre isso que a letra de Epitáfio fala, porque foi escrita na primeira pessoa, então se trata dos pensamentos de quem já não está mais vivo e não pode mais mudar as coisas. A lição é: você, ainda está vivo e ainda pode mudar tudo o que quiser.

Epitáfio é um recado para que aproveitemos a vida agora, porque, quase todos nós, estamos fazendo isso errado, mas há tempo de mudar.

Agora falando um pouco sobre os aspectos técnicos da canção…

Epitáfio foi escrita por Sérgio Britto, que também é o intérprete, e lançada em outubro de 2002, sendo essa, a sexta faixa do disco A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana.

Como eu já disse, os Titãs iniciaram a gravação desse disco e poucos dias depois precisaram interromper, por causa do falecimento de Marcelo Fromer. E sabe o que talvez você não saiba? Epitáfio não era uma unanimidade. Os Titãs decidiam tudo no voto e após analisarem 40 canções para esse álbum, apenas 16 foram selecionadas para a lista de faixas final. Sérgio Britto conta que entre as que entraram, Epitáfio foi uma das menos votadas, porém, ela teve um voraz defensor dentro da banda… Marcelo Fromer. Ele adorava Epitáfio e lutou para que ela entrasse no disco.

Então, descobrimos aqui, que a pesar dos pesares, Epitáfio não foi escrita para Marcelo, a música já existia e era a preferida dele para o novo disco.

Após o período de luto, os Titãs chacoalharam a poeira e seguiram o novo cronograma. A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana foi gravado em São Paulo no Estúdio “Vinil Junkie” e durante o processo, nem mesmo os produtores sacaram muito a força que Epitáfio tinha. Hoje, ela simplesmente é a música mais ouvida dos Titãs nas plataformas de streaming; no Spotify, por exemplo, está prestes a atingir 100 milhões de views.

Foto de Lançamento do disco 1991

Segundo Britto, quem viu diferencial em Epitáfio, foi “João Augusto”, um dos produtores da Abril Music na época, e resolveu apostar nela, lançando como single, ao lado de “O Mundo É Bão, Sebastião”, escrita por Nando Reis, e “Isso”, escrita por Tony Bellotto. Veja bem, três músicas escritas individualmente, algo bem raro; normalmente, os Titãs dividiam as ideias. E por fim, Epitáfio atropelou as outras canções; tornou-se uma das mais pedidas nas rádios; virou tema da novela “Desejos de Mulher” em 2002. E até hoje, é esse sucesso que todos conhecemos e também, o ápice das apresentações ao vivo dos Titãs.

Pesquisando aqui na internet, encontrei algumas acusações de que Sérgio Britto teria plagiado um poema escrito por “Nadine Stair” e atribuído erroneamente ao “Jorge Luís Borges”, chamado: “Instantes”.

Eu li e achei ótimo, mas assim… realmente, ambos falam sobre o mesmo tema, porém, não pode ser considerado plágio, isso na minha opinião, claro. Analise:

“Se eu pudesse viver novamente minha vida, Na próxima,

trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão

perfeito, relaxaria mais, Seria mais tolo ainda do que

tenho sido, Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico, correria mais riscos, viajaria mais,

contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas,

nadaria mais rios. Iria a lugares onde nunca fui, tomaria

mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e

menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e

produtivamente cada minuto da vida: claro que tive momentos

de alegria. Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter

somente bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feita

avida, só de momentos; não perca o agora. Eu era um desses

que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de

água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas; se voltasse

a viver viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no

começo da primavera e continuaria assim até o fim do

outono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais

amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra

vida pela frente. Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que

estou morrendo.”

 

Todos os dias pessoas partem, pessoas chegam. E assim, o ciclo da vida segue e infelizmente continuamos errando ao dar mais valor ao dinheiro, do que as coisas simples da vida. Enfim… talvez, logo logo, sinônimo de pessoa bem-sucedida seja aquela que conseguiu não adoecer nessa corrida insana pelo dinheiro.

Não podemos esquecer que outro grande sucesso, foi o videoclipe de Epitáfio, que rendeu aos Titãs alguns prêmios na MTV, como: Melhor Videoclipe do Ano, Melhor Escolha da Audiência e Melhor Videoclipe de Rock.

O vídeo mostra os integrantes fazendo coisas simples do cotidiano e é bem legal, vale a pena conferir.

Esse podcast, é um oferecimento dos sócios do Clube da Música Autoral.

Foi um prazer falar de música com você e até a próxima!

Gilson de Lazari

 

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Roteiro e locução: Gilson de Lazari

Revisão: Gus Ferroni

Arte da vitrine: Patrick Lima

Edição de áudio: Rogério Silva

 

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