A letra da canção “Cidadão” é analisada no último episódio da 4ª temporada, onde também lembramos o início da carreira do roqueiro da roça… Zé Geraldo.
Formato: MP3/ZIP
Tamanho: 43 MB
“Você pode ser tema do Clube da Música Autoral”
Escreva uma história, lembrando de algum fato curioso ou importante de sua vida, onde a música seja o tema principal e envie para nós.
As quatro melhores histórias ganharão um quadro das musas da 3ª temporada, pintados pelo artista plástico “Caio Camasso.”
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Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima
Edição de áudio: Rogério Silva
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Zé e José eram amigos de fé. Se ajudavam nos momentos difíceis e sorriam juntos na felicidade. Ser feliz incomoda os que são amargos. Alguns pais carrancudos lhes chamavam de vagabundos. Sejam como nós, diziam eles.
Aprisionados, Zé e José foram aos compromissos. Apenas os domingos para serem livres, livres para pensar na segunda-feira, quando estariam de novo atrás dos balcões. Cabeças treinadas para competir, semente de muita ambição.
Sejam como nós, diziam eles. E José… José progrediu. Calculista e frio. Sorriso plástico. Enganava o povo. Não tinha amigos e se perdeu na ganância.
O homem nasce livre como os bichos, como os pássaros. E, livre, escolhe os seus caminhos. Cada um é feliz à sua maneira e, hoje, no Clube da Música Autoral vamos contar a história de Zé Geraldo, o Zé, amigo inseparável de José, que se perdeu na escuridão… Mas, e o Zé?
Zé fugiu, para cantar e contar histórias das estradas. Conta você, Zé:
O Gilsão aqui também voltou a ser feliz quando, em 2017, me reencontrei com a música e descobri que ela, a música, sempre me salvou. E, assim como Zé, voltei a ser feliz. Ah, é assim mesmo, ela salva os nossos dias.
Como eu disse, esse é o último episódio da quarta temporada do Clube e, além da história apaixonante de Zé Geraldo, também vamos contar a história de outros tantos zés, que estão representados na canção “Cidadão”.
Junto com o fim dessa temporada, encerra-se também a campanha sua história. Nós vamos escolher 4 histórias que nos foram enviadas. Elas serão narradas em um episódio extra do Clube e também ganharão um quadro das musas da quarta temporada. Se quiser participar, ainda dá tempo. Fala aí, Patrick:
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O clima é de despedida, não? Pois é. Guardamos essa história do “Cidadão” com carinho para encerrar a temporada. Mas, antes, vamos contar também a história do Zé, que emocionou multidões, aplaudiu, foi aplaudido… o autêntico roqueiro da roça, por quem tenho imensa admiração. É uma grande satisfação poder contar essa história, sempre com respeito e sem ser vago. Vamos nessa, Cocão!
Para entendermos a música de Zé Geraldo, precisamos citar dois grandes músicos. E um deles é o Tião Carreiro.
José Geraldo Juste. Ele nasceu no dia 09 de dezembro de 1944 em Rodeiro, uma pequena cidade de oito mil habitantes que fica no interior de Minas Gerais. Ele é o terceiro dos sete filhos de Antônio Juste Sobrinho e Dinah Moreira Juste. Quando o pequeno Zé tinha seis anos, a família mudou-se para Governador Valadares no Vale do Rio Doce. Lá ele viveu uma infância muito simples. Aliás, Minas Gerais é também terra de Tião Carreiro, um mestre da viola caipira. Ao ouvi-lo, Zé Geraldo começou a se interessar pela música, mas nada comparado à sua grande paixão: o futebol.
Era para o Zé Geraldo ter sido um jogador profissional, sabia? Aos dezoito anos ele deixou a família e se mudou para São Paulo a fim de estudar e trabalhar, mas também sonhando em ser jogador. O que o atrapalhou na verdade foi a vida boêmia. Em São Paulo, Zé Geraldo trabalhou em uma grande construtora, que construiu por exemplo a rodovia Castelo Branco. Mas Zé, como eu já disse, queria ser jogador de futebol e, incentivado por amigos, aos 23 anos tomou uma decisão arriscada: saiu da construtora para seguir carreira no Corinthians. Ele havia feito o teste e estava tudo certo mas, antes da mudança, tirou uns dias de folga em Valadares ao lado da família. Na volta, aconteceu um terrível acidente. O ônibus onde ele estava capotou, várias pessoas morreram e Zé ficou gravemente ferido. Aquilo acabou com a carreira promissora de Zé no futebol, que passou mais de um ano em tratamento.
Não sei se é justo dizer que a música foi o que sobrou mas, indiscutivelmente, ser o José da canção e trabalhar atrás de um balcão, não era uma opção. Ele já escrevia poemas e letras de música, mas o fator que embalou na carreira artística foi a visita de um amigo músico, que lhe deixou um violão e desenhou no papel alguns acordes. É aí que entra na nossa história a segunda referência musical para se entender a música de Zé Geraldo: Bob Dylan.
Bob Dylan e a música folk, com suas poucas notas e um estilo de cantar pouco refinado, fizeram Zé pensar que aquilo não era tão difícil quanto parecia. Então, sob essa referência sonora, começou a tocar e compor. Mas as coisas não aconteceram assim tão rapidamente. Zé saiu do hospital e se mudou para Santos, onde faria fisioterapia. Lá ele teve contato a banda de baile “The Black Cats”, se tornou amigo dos integrantes e aquele convívio foi muito importante para motivá-lo a investir na sua carreira musical. Assim nasceu ZeGê. Com esse nome artístico, Zé, acompanhado pela banda “The Silver Jets”, conseguiu gravar 3 singles e um LP pela gravadora Rozemblitt em 1970. Se liga como era o som.
Com essa pegada romântica meio jovem guarda, ZeGê não teve muito destaque, mas sem dúvidas foi um bom começo de carreira. De volta a São Paulo, num perrengue danado, Zé foi morar numa república com outros músicos. Entre eles, Tim Maia, que passava todo tempo ouvindo e tocando canções black da Montown e outras referências do rock americano que Tim havia trazido dos EUA, onde viveu por muitos anos. Isso de certa forma fez Zé Geraldo colocar em xeque a qualidade de suas composições, refletindo se deveria ser mais profundo em suas letras. Ele deixou de lado a pegada romântica e investiu no folk, como faria e como diria Dylan…
Eis que surge o Zé Geraldo como o conhecemos: um caipira do interior de Minas que não abandona suas origens. Pelo contrário, ele conseguiu juntar Tião Carreiro e Bob Dylan com mensagens profundas que tinham tudo a ver com aqueles anos 70, repletos de repressão e censura. Zé se formou em administração enquanto tocava na banda de baile Thoró. Os oito anos de bailes lhe deram a segurança necessária para se aventurar nos festivais da música popular.
Caso você não saiba, durante os anos 60, os festivais de música, que eram transmitidos pela TV Tupi, Record e posteriormente Globo, foram responsáveis por lançar os maiores nomes da música brasileira, como Elis Regina, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Vellozo, Mutantes, enfim… Foi uma grande revolução musical e comportamental, pois aconteceu durante a ditadura, período em que os poetas precisavam rebolar para transmitir seus recados de uma forma que os militares não conseguissem compreender. Do contrário, seriam censurados.
Zé Geraldo, mesmo sendo da próxima geração, tinha a manha de escrever canções emblemáticas e passou a se aventurar nos festivais. Ele era um pouco incrédulo sobre sua arte, mas isso mudou após participar do MPB Shell e ser elogiado publicamente por ninguém menos que Luiz Gonzaga, que em uma entrevista disse que a melhor música era a do novato, Zé Geraldo, chamada “Rio Doce”
Em 1976, Zé, já casado e pai de uma menina, novamente abandonou o terno, deixando para trás seu cargo de executivo no extinto banco Sulbrasileiro e partiu para a estrada. Sua esperança era de que, em um desses festivais, as oportunidades surgissem. E isso aconteceu em 1978, quando Zé venceu o festival promovido pela Ericsson, em São Paulo, e foi visto pelo produtor Romeu Giosa, que lhe ofereceu um contrato para gravar pela CBS. Seu primeiro disco desta nova fase, chamado Terceiro Mundo, foi lançado em 1979.
Reciclagem, que estamos ouvindo, abre o disco. Ela é sensacional, sem dúvidas. Mas, esse disco de estreia do Zé foi protagonizado por outra canção que, talvez, se não estivesse no disco, hoje não estaríamos aqui contando essa história. Uma canção que não foi escrita por Zé e, sim, por um concorrente dos festivais. Estou falando do tema do episódio 40 do Clube, a canção Cidadão, composta por Lúcio Barbosa e interpretada por Zé Geraldo. Roda a vinheta, Cocão…
Cidadão é uma canção que já foi regravada por muitos cantores. Mas essa aqui que estamos ouvindo, com essa levada de bateria progressiva, é a primeira versão lançada por Zé Geraldo no seu primeiro disco, Terceiro Mundo, de 1979. Um disco exclusivamente montado com músicas escritas por ele, exceto Cidadão.
Em 1978, após ter vencido um grande festival em São Paulo e ter assinado contrato com a CBS, o confiante Zé Geraldo partiu para mais uma disputa. No caso, era o festival de Ilha Solteira, o qual ele também ganhou em primeiro lugar tocando Promessas de Um Idiota às seis da manhã. Em segundo lugar ficou o compositor baiano Lúcio Barbosa. Satisfeitos com o resultado, viraram a noite comemorando e tocando, mostrando as músicas de um para o outro. Foi nesse momento, em uma praça de Ilha Solteira, que Lúcio tocou “Cidadão” e Zé Geraldo não se conteve. Emocionado e debulhado em lágrimas, explicou a Lúcio que estava prestes a lançar um disco, por uma grande gravadora, e pediu que ele o deixasse gravar Cidadão. E foi o que aconteceu. Isso mudou o rumo do disco de estreia de Zé Geraldo, afinal, ela é mais que uma música, é um exercício de reflexão e merece ser analisada.
Lúcio Barbosa foi simples e direto: disse que Cidadão foi composta em homenagem ao seu tio Ulisses, narrando a saga de um pedreiro que, em razão da sua condição humilde, não podia frequentar nenhuma das obras que ele ajudou a construir. A inspiração veio do fato de o tio de Ulisses ser pedreiro, ter construído inúmeras obras na cidade grande, mas não possuir a sua casa própria.
Seguindo sob a influência do livro “Canções que falam por nós”, notamos que o eu lírico da canção é o construtor anônimo das metrópoles, que não recebe o reconhecimento da contribuição oferecida nas grandes obras civis. As diferenças sociais não permitem um tratamento de respeito e valorização do trabalhador braçal. Os poderosos, os mais abastados, ficam indiferentes à sua sorte. Seria efeito da exploração de uma sociedade capitalista e injusta, onde poucos se importam com as dificuldades por que passam os operários, por exemplo, para chegar ao local de trabalho e exercer seu ofício?
Na cidade de São Paulo, quem mora nas regiões periféricas passa um perrengue danado num processo desgastante e penoso que é o uso do transporte público: lotado e com idas e vindas que muitas vezes totalizam 4 conduções ou mais. No caso da canção, são duas para ir e duas para voltar.
Concluída a obra, o operário contempla maravilhado o edifício que ajudou a erguer. Ele sente uma ponta de orgulho do seu trabalho, sabe que participou de algo importante e que isso vai gerar progresso. Mas, eis que se surpreende com a interpelação de um cidadão, questionando porque ele estava ali, parado, observando o prédio recém-inaugurado. Como sua imagem e vestimentas refletem a sua condição social de inferioridade, o cidadão pergunta… tá querendo roubar?
Essa postura, muito recorrente no nosso cotidiano, revela bem a forma como os pobres, principalmente os nordestinos de baixa renda, são tratados na capital; muitas vezes menosprezados e humilhados.
Decepcionado, ele sente que, naquele fim de semana, o seu tempo de folga “está perdido”. E procura então uma de suas poucas formas de lazer, beber. Aí já entra a constatação do alcoolismo como fuga de uma situação de sofrimento e preocupações com a própria sobrevivência e de amparo da família. Afinal, é difícil entender como ele não pode sequer admirar o prédio que ajudou a construir, quanto mais imaginar um dia poder entrar e usufruir dele como qualquer cidadão.
O compositor registra aqui novas denúncias da mesma regra: ele participou da construção de uma escola em condições de trabalho das mais precárias: “lá eu quase me arrebento”. Mas, como autônomo, se machucar e perder dias de trabalho está fora de cogitação.
O sonho dele e da filha, de vê-la ali frequentando a escola que ele deveria se orgulhar em ter construído, se despedaça. O tal “cidadão” lhe adverte lembrando que “criança de pé no chão, ali não pode estudar”. Imaginamos logo que aquele estabelecimento de ensino foi construído para os filhos dos ricos. E é interessante que o personagem, por si mesmo, já se exclui da condição de cidadania. “Cidadão” não é ele, é aquele que tem poderes para taxá-lo por sua condição social. “Cidadão” é quem determina sua vida e a oferta do que lhe é de direito: moradia digna, educação e saúde.
E eu, como pai, afirmo seguramente: ver um filho ser impedido por uma condição imposta injustamente não é nada fácil. E é isso que o faz não se enxergar como “cidadão”.
Dolorosamente ele chega à conclusão de que não foi uma boa ideia vir para o sul tentar uma melhoria de vida. Aliás, 90% dos nordestinos, um dia, mesmo que momentaneamente, também chegarão a essa conclusão. As esperanças de que poderiam ter um melhor padrão de vida para si e a família, nesses momentos, caem por terra.
Ainda que lamentando a penúria que vivia em épocas de seca, ele lembrava que, ao menos, o “pouco que plantava” ele podia comer, sem precisar se submeter a tanta humilhação.
A igreja como refúgio derradeiro do seu padecimento. Um local onde o seu trabalho na construção fez valer verdadeiramente o seu esforço, pois ali não há proibição da sua entrada. Ali ele se integra aos acontecimentos religiosos e festivos: novenas e quermesse. Ali ele coloca nas mãos de Deus suas esperanças de que o sofrimento seja amenizado.
Ele apoia-se no exemplo de Cristo, filho de Deus, construtor de tudo o que há na terra, oferecendo ao homem todas as condições de bem viver dela, de forma igualitária, sem diferenças, sem privilégios para uns e privações para outros.
Ele finalmente vê que o “Cidadão” deu as costas até a quem ele deve a sua própria existência. Em boa parte das casas falta solidariedade. Esse é o espírito de fraternidade que deve prevalecer entre os homens, mas que inexiste entre os “cidadãos”
A música Cidadão é uma reflexão para que possamos ver por um olhar artístico a desigualdade social, o egoísmo, a exclusão do trabalhador braçal e a falta de Deus em nossas vidas. O autor não aborda isso, mas até nas igrejas, que sugere ser a sua salvação, existe o cidadão: aquele que abusa da fé e impõe condições nada cristãs.
Um belo dia, durante um momento em família, eu cantei essa música no violão e, enquanto eu explicava a letra para os meus filhos, fui surpreendido pela narrativa da Cris, minha esposa, dizendo que seu pai, pedreiro, não podia ouvir essa música que ele chorava.
O seu Adair, vulgo Fuminho, também construiu a minha casa aqui no interior de São Paulo. Durante a obra, em certo momento, acabou o nosso dinheiro. Estávamos pagando aluguel e num perrengue danado. Então ele sugeriu dispensar os ajudantes. Cris e eu seríamos os seus serventes. Topamos. Foram longos meses de trabalho pesado. Literalmente fiz a massa, pus cimento e enchi minha mão de calo… Parecia que aquilo nunca iria acabar, mas conseguimos.
Meu sogro, quando vem nos visitar, prefere ficar na varanda. Ele sempre será bem-vindo, claro. Mas, prefere não entrar: ele tem a síndrome do cidadão. E por incontáveis vezes voltou pra casa entristecido, com essa tal vontade de beber que foi pivô de outros vários problemas, não só dele, mas de muitos, e que causa um buraco na nossa sociedade.
Ter trabalhado na obra também me deu outra perspectiva sobre a construção civil e a importância dos trabalhadores braçais. Hoje sei como é. Olho para a casa pronta e me sinto orgulhoso. Ela é pequena, mas acomoda nossa família e, se for preciso, a gente aumenta depois. A nossa casa é nossa. Aqui nenhum cidadão me impede de entrar. Mas, é triste imaginar que, como narra Lúcio Barbosa, aquele seu tio pedreiro, que construía mansões, não tinha uma casa para chamar de sua.
Bom, é isso… Estamos chegando ao fim desse episódio e, também, da nossa quarta temporada. Mas, antes de encerrar, não posso deixar de reconhecer e evidenciar o apoio dos nossos sócios diretores que tornam tudo isso possível. São eles: Henrique Vieira de Lima, Caio Camasso, Emerson Silva Castro, Antônio Valmir Salgado Junior, Dilson Correa Lima, Mateus Godoy, João Jr Vasconcelos Santos, Luiz Machado, Lucas Valente, Camilla Spinola, Tiemi Yamashita, Marcelo Leonardo e Diego Vinicius. Mais que sócios, diretores do Clube da Música Autoral. Se você reconhecer valor nesse trabalho que fazemos, também pode ser sócio. Acesse clubedamusicaautoral.com.br/assine, conheça as formas de associação e o que você recebe em troca do seu apoio.
Estamos chegando ao fim da temporada, mas ainda tem o episódio extra. Se você não mandou um comentário, mande! Os melhores serão lidos e debatidos entre Cocão e eu. Procure o Clube no Instagram, Facebook, Twitter e YouTube que, só de seguir, você já começa a fazer parte desse Clube.
Mas, e o Zé, Gilsão?
Zé?
Zé não se deu bem no trabalho. Ele se apaixonou por um violão que ganhou de um velho doido que lhe disse “Cante ao mundo o que vier do fundo do seu coração”. E, assim, a luz se fez… Hoje, Zé Geraldo está entre os maiores artistas da música brasileira, com mais de 20 discos gravados e inúmeros prêmios. Como já disse, sou particularmente fã e quero um dia voltar para acabar de contar a história do Zé. Só adianto que dois anos depois de lançar Cidadão, Zé tirou da cartola uma outra canção genial que apresentou pela primeira vez em um festival na rede Globo e que o tornou conhecido no Brasil todo. Estou falando de “Milho aos Pombos”.
Mas aí já é história para um próximo episódio…
Obrigado a todos que nos ouvem, indicam e incentivam. Logo, logo o Clube estará de volta. Se Deus quiser. A gente vai indo nessa, mas, para finalizar, saiba que muitas pessoas acreditam piamente que “Cidadão” é uma música composta por Zé Ramalho, isso porque ele também a regravou no seu disco Frevoador e, como essa música é eterna, ela renasceu nas rádios 13 anos após seu lançamento original na voz de Zé Ramalho. E é com ele que nos despedimos da quarta temporada, lembrando sempre que a edição do Clube da Música Autoral é do Rogério “Cocão” Silva e a edição é minha, Gilson de Lazari.
Foi um prazer falar de música com vocês e até a próxima!