Parece que foi ontem… Amy, resgatou o Jazz e a Soul Music, dando uma sobrevida aos estilos cultuados por nossos avós, mas infelizmente, ela entrou para o clube dos 27, nos deixando em um eterno luto.
Formato: MP3/ZIP
Tamanho: 45 MB
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Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima e Caio Camasso>
Edição de áudio: Rogério Silva
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Antes de começar pra valer, gostaria de agradecer aos sócios-diretores do Clube… João Junior Vasconcelos Santos, Matheus Godoy, Antonio Valmir Salgado Junior, Luiz Prandini, Emerson Castro, Henrique Vieira Lima, Caio Camasso e Luiz Henrique Oliveira Machado.
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E também, quero lembrá-los da campanha no “Catarse,” onde a pré-venda do meu livro, continua. “Os Delírios Musicais,” é uma autobiografia, que conta a minha história de superação com a música. Acesse: catarse.me/osdeliriosmusicais e bote fé… é um projeto justo, que merece seu apoio.
Hoje, já com as lágrimas secas, lembro das vezes em que chorei, ao ouvir Amy Winehouse, após sua morte, afinal, ela, era uma exímia compositora; reativou a Soul Music e conseguiu se expressar como poucos, encaixando belas frases em suas musicas, que conseguia exalar no ápice da sua agonia.
Então, chega de saudades… João Gilberto se foi, Amy Winehouse também, mas o Clube, continua firme e forte, trazendo até você, as histórias da música, que jamais deverão ser esquecidas.
“Amy Jade Winehouse,” nasceu dia 14 de setembro de 1983, na mesma época em que chegava às paradas britânicas, essa canção do “The Police.” Os anos 80, foi essencial para a evolução da música eletrônica; foi quando os moogs, sintetizadores, rítmos eletrônicos, arranjadores e os computadores, passaram a ser adotados como padrão na produção fonográfica.
A indústria musical, nessa época, também viveu seu auge, com os fenômenos encabeçados por Michael Jackson, Madonna e AC/DC. O The Police, era uma banda, que assim como Amy, nasceu em Londres, e por lá, o sucesso na época era a “New Wave;” Tears for Fears, Duran Duran, Depeche Mode, New Order e por aí vai. Mas, saiba que esse tipo de som, não fez a cabeça da jovem Amy, de forma alguma, muito menos, os artistas que viriam pela frente, nos anos 90, como Oasis, Blur ou Radiohead, ela, não gostava de nada daquilo, Amy, admirava a Motown, a Soul Music, o R&B e principalmente, o Jazz. Na verdade, a jovem Amy, foi fisgada mesmo, por um tal “Frank Sinatra…”
Seu pai, “Mitchel Winehouse,” era taxista e gostava de ouvir Frank Sinatra. Sua mãe, “Janis Winehouse,” era farmacêutica e Amy, tinha um irmão mais velho, “Alex.” A família Winehouse, é descendente de judeus poloneses, aliás, Amy, foi educada em uma escola judaica dominical, um local que ela odiava e implorava ao seu pai, para que não a deixasse lá. Sempre que fazia algo errado na escola e precisava ir para a detenção, a pequena Amy, ia cantando essa música de Frank Sinatra… “Fly Me to the Moon.”
Quem também gostava de ouvir Frank Sinatra, eram seus parentes, por parte de pai; seus tios e sua avó, que também era cantora e casou com um saxofonista. A a beleza do instrumento, fascinava a jovem, a atraindo para o lado musical da força.
Aos 9 anos de idade, seus pais se separaram. Amy e o irmão, foram morar com a mãe. A separação dos pais, é algo que molda personalidades, sem dúvida. Amy, passou a desenvolver comportamentos erráticos e sua avó, teve a idéia de inscrevê-la na Escola de Teatro, “Susi Earnshaw” e foi ótimo para ela. Amy, aprendeu a sapatear e teve aulas de canto, mas quem pensa que ela foi logo pro Jazz, se engana, o primeiro grupo musical de Amy Winehouse, foi um grupo de RAP, formado entre alunos do curso de teatro, eles se chamavam: “Sweet ‘n’ Sour.”
Aos 14 anos, Amy, foi supostamente expulsa do curso de teatro. Ela, já havia aprendido tocar o violão de seu irmão e preferia passar as tardes cantando e fumando maconha. Ela, perfurou o nariz e passou a conviver com outros jovens contestadores do sistema, que a influenciaram a escrever suas primeiras canções.
Em 2000, Amy, conseguiu uma vaga na tradicional “Orquestra Jovem de Jazz de Londres,” como uma das cantoras do time. Ela, estava com 17 anos e logo, também entrou para uma banda de R&B, o “Bolsha Band,” formada na maioria, por jovens como ela, que mandavam um som mais vintage. Nem preciso falar, que Amy, ficou fascinada, afinal, ela, adorava jazz. Essa que estamos ouvindo, é uma gravação caseira, de um desses shows, onde Amy já se destacava. Dá uma ligada…
As principais influências de Amy, no seu peculiar jeito de cantar, foram as cantoras americanas, “Sarah Vaughan” e “Dinah Washington,” exímias vocalistas negras de Jazz, lá dos anos 40 e 50. Amy, tornou-se uma consumidora compulsiva do estilo, e dizem que Sarah Vaughan e Amy Winehouse, tem muitas semelhanças. Ouça um trechinho de Sarah, para conferir…
Logo, apoiada pelos amigos, Amy, que já vinha fazendo shows solos em bares londrinos, gravou sua primeira demo tape, e quando ela mostrou ao seu amigo e também cantor de Soul Music, “Taylor James,” o mesmo, ficou de cara. Ele, já tinha um contrato com a “A&E,” um braço da “Island Records” e fez questão, de levar essa demo para “Simon Fuller.”
O ano, era 2002; Simon, amarrou Amy, mas não assinaram; juntos, fizeram mais algumas demos, mas, um belo dia, uma dessas gravações de Amy, vazou e chegou aos executivos da “EMI.” Eles, contrataram Amy, logo, a Island Records, entrou no negócio também e em parceria, lançaram o primeiro disco de Amy Winehouse… – “Frank,” de 2003.
Essa que estamos ouvindo, é a faixa que abre o disco, “Stronger Than Me.” E vale lembrar, que o disco, foi produzido por “Salaam Remi.” Ele, conseguiu unir as influências Jazz de Amy, com referências do Hip-Hop.
A recepção foi ótima; Winehouse, co-escreveu todas as músicas. O álbum, recebeu críticas positivas com elogios, principalmente, ao “olhar crítico e frio” das letras. Comparações de sua voz com a de Sarah Vaughan, também surgiram, e nascia aí, o novo nome da música Negra, mas dessa vez, na voz de uma judia.
A partir daí, Amy, entrou no circuito de festivais de jazz. Ela, fez apresentações históricas, como no “Glastonbury Festival Jazz World,” , no “Montreal International Jazz Festival” e no “New Pop Festival,” de 2004.
Ok, Amy, havia conquistado os conservadores críticos musicais do estilo Jazz. Seu disco de estreia, chamava-se “Frank,” em parte pelas influências de Frank Sinatra e isso, dava um ar de renovação, afinal, Amy, era uma jovem de 20 anos e cantava Jazz, com a mesma expressão de cantoras consagradas, com o triplo de sua idade.
Mas Amy, estava além disso tudo. Credenciada e considerada por muitos, a nova voz do Jazz, ela, surpreende ao tentar mudar o seu estilo.
O Jazz,, claro, era sua paixão, mas Amy, tinha uma queda pelas pop girls groups dos anos 50 e 60, como, The Supremes, The Marveletts e The Ronettes. Lembrem como era…
Nostalgia pura, fala aí! Mas, sabe do que Amy gostava nas girls groups, além da música? Do visual. Manja, o penteado coque enorme e os vestidos de bolinha? Pois é… Amy, resolveu resgatar esse conceito e misturou essa alegria, ao seu estilo jazzístico e mórbido, então,, nascia um novo conceito.
Amy Winehouse, contratou a mesma banda da cantora nova-iorquina, “Sharon Jones,” os “Dap-Kings. Eles, iriam apoiá-la no estúdio e na turnê. Era fascinante, ver o progresso musical de Amy, assim como seu perfeccionismo, tanto ao vivo, como no estúdio. Em maio de 2006, a primeira demonstração dessa mudança, estreou na “East Village Radio,” de Nova Iorque… era a demo da canção, “You Know, I’m No Good.”
Cara, aquilo sim, era novo. Aliás, velho… não, péra… um velho com roupa nova… Ninguém sabia definir direito e nas manchetes, revistas, sites e jornais, mostravam uma cantora boêmia, muito louca, com um visual anos 60. Cara, que belo conceito! Então, ela lançou outra demo, que foi novamente divulgada pela East Village Radio, e daí, mermão… fudeu! Se liga, ó…
“Tentaram me mandar para a reabilitação, mais eu já disse… não, não e não!
Sim, eu tenho estado mal, mas quando eu melhorar, ah… você vai ver!”
Era 2006, e veja como o discurso feminista, continuava impactando. Assim como “Aretha Franklin,” que pediu respeito em 1964, Amy, assumia seu alcoolismo, uma doença tabu para mulheres, e hasteava como Aretha, a bandeira da representação feminina. Claro, que não temos do que nos orgulhar, quando se trata de alcoolismo, mas, o tabu que eu digo, é como a sociedade encara de forma compreensível, um homem bêbado, mas ainda se assusta, com uma mulher nas mesmas condições. Amy, dizia o óbvio, alcoolismo, não é uma exclusividade de homens. E ainda por cima, em sua letra, se recusava a tratar o seu problema.
“Winehouse,” o sobrenome de Amy, não sei se você sabe, mas na tradução literal, significa: “adega,” lugar onde guardam-se bebidas alcoólicas. Sabe?
Os produtores e agentes, assim como amigos próximos de Amy, estavam preocupados com a sequencia de porres que ela estava tomando, então, chamaram seu pai e pediram ajuda; ele apareceu, trocou uma ideia com a filha e simplesmente disse, não precisa mandar ela para a reabilitação não, tá de boa… Inclusive, essa frase, está na letra da música.
Mas, péra lá… Amy, era uma maconheira assumida; acho que todos sabemos, que a erva não é destrutiva a esse ponto, já o Álcool, esse sim, destrói, não apenas pessoas em si, mas famílias, talentos e suas histórias, que em comum, os finais, não são felizes.
Como foi que Amy, entrou nessa, a ponto de sua imagem ser assimilada, com a de uma viciada em estado terminal?
Cocão, bora voltar essa fita…
Quando os pais de Amy se separaram, ela, foi morar com a mãe e a mãe, não era do tipo que regrava a filha. Acredito que por dó, devido a dor da separação, ela, deixava Amy a vontade, para fazer algumas merdas, tipo, sair por aí, fumando maconha com os adolescentes do bairro.
Quando atingiu a maioridade, Amy, conseguiu um emprego como jornalista, onde ajudava a escrever a coluna social de um jornal e foi morar com uma amiga. Daí, além da maconha, começou a rolar álcool e eram autos porres.
Mesmo assim, Amy, sempre conseguiu conciliar sua agenda de estudos, empregos, shows e relacionamentos. A treta, começou em 2005, quando ela conheceu em um bar, um cara chamado “Blake Fielder-Civil.” Embora ele estivesse em um relacionamento na época, um mês depois, Amy, tatuou “Blake” em seu pescoço.
Ele, era um assistente de produtor de videos, viciado e com problemas na infância, parecidos com os que Amy passara. Eles, eram apaixonados? Não duvido disso, mas, era um romance destrutivo.
Blake, é o responsável por introduzir às drogas pesadas, na vida de Amy. Ele mesmo, confirmou isso para o “News of the World,” em 2008…
“Eu cometi o maior erro da minha vida, tomando heroína na frente dela.” Disse ele.
“Eu a apresentei a heroína, crack e a auto-agressão. Eu me sinto mais do que culpado.”
Foi quando tentaram internar Amy, e ela disse… “no, no, no.”
Mas, não era só isso, Blake, era um viciado tão autodestrutivo, que chegou a trocar fotos de Amy nua, por heroína.
Após algumas separações e voltas, eles, se casaram em um cartório, onde tinha apenas um funcionário, para oficializar o enlace. Acontece que ambas as famílias, eram contra aquele casamento. Os amigos de Amy, tentaram ajudar, mas, ela estava cega. Um belo dia, apareceram de mãos dadas, ambos sangrando, e foram fotografados por paparazzis.
Daí por diante, Amy, passou a ser perseguida. Ela, estava magra, muito magra mesmo, e em seus shows, muitas vezes, não conseguia se quer cantar.
Nessa época, Amy, desenvolveu distúrbios de automutilação, depressão e bulimia. O auge, foi uma overdose; Blake, ligou para seus pais e amigos, Amy, foi socorrida e então, concordou em fazer o tratamento.
Mas, em 2006, quando o casal se separou pela primeira vez, Amy, escreveu todas as músicas do seu icônico disco, “Back to Black,” sob um terrível véu de tristeza, por ter perdido o seu grande amor, que havia retomado o relacionamento com sua ex.
E agora, que já apresentamos o tal Blake Fielder, ficou mais fácil falar sobre o tema do episódio de hoje… “Back to Black,” que é também, o segundo e ultimo disco, de Amy Winehouse.
No episódio 5, falei sobre “Back in Black,” um luto, do qual, a banda australiana, “AC/DC,” voltava, após a morte do seu primeiro vocalista, “Bon Scott.” Mas, em Back to Black, Amy Winehouse, a cantora inglesa que cantava como as grandes intérpretes do Jazz e da Soul Music, escreveu sua mais enigmática canção. Assim como o AC/DC, ela, também estava em luto e cantava à morte, mas, não era a morte física ou material, Amy, celebra a morte espiritual, de um relacionamento doentio. Ela, fala de sua separação com Blake, que a deixou para voltar com sua ex, de uma forma absurdamente sentimental e honesta, coisa, que apenas gênios, conseguem expelir, no auge do auge de sua agonia. Não é atoa, que Back to Black, tornou se o hino do luto; a maior referência de uma ressaca, pós-relacionamento. Vamos analisar a letra dessa música…
“Ele, não deixou tempo de se arrepender
Não segurou o seu órgão na calça
Com a mesma velha aposta de sempre
Eu, com minha cabeça erguida
E com minhas lágrimas que já secaram
Temos que seguir em frente sem meu cara
Você, voltou para aquilo que já conhecia
E já se esqueceu de tudo que vivemos juntos
Eu, sigo um caminho perigoso
Tudo vai contra mim
Eu, vou voltar..”
Após os vazamentos propositais, das demos de “Rehab” e “You Know, I’m No Good,” e o sucesso nas rádios, que se misturavam na mídia, com os rumores por trás da vida pessoal de Amy, a Island Records, dessa vez, sem a parceria com a EMI, preparava o disco, que eternizaria Amy, como a grande cantora e compositora, que ela era. Mas, faltavam músicas; Amy, precisava entrar em estúdio e gravar. Sem a presença de Blake, ela, havia parado com as drogas, mas em sua cabeça, ela não pensava em outra coisa.
O produtor do disco, “Mark Ronson,” afirma que a cantora, demorou apenas duas ou três horas, para escrever a letra e compor a melodia de Back to Black. Podemos concluir, que se trata de um desabafo da artista, que tinha na música, uma forma de se expressar e criar a beleza, a partir do seu sofrimento.
Back to Black, é um hino para corações partidos, e isso, fica notório, desde o verso inicial. A primeira palavra da música, é: “ele;” o amante, que foi embora e não deixou tempo de se arrepender. É claro que Amy, fala sobre Blake Fielder-Civil, com quem viveu uma paixão avassaladora.
Amy, demonstra a sua revolta e a sensação de ter sido traída, afirmando que ele, não se controlou e apenas pensou no sexo; do nada, voltou para a mesma velha aposta de sempre; uma mulher com quem já tinha se envolvido no passado.
A despedida entre os dois, foi feita apenas através de palavras, sem nenhuma mudança nos sentimentos dela, que continuava apaixonada.
Segundo “Amy,” o documentário biográfico de 2015, Blake, terminou sua relação amorosa com a artista, através de uma mensagem no celular.
“Nós, apenas dissemos adeus com palavras
Eu, morri umas cem vezes
Você, volta para ela
E eu, volto para nós
Te amo tanto
Mas isso, não é suficiente
Você, gosta de drogas pesadas, eu, gosto das mais leves
E a vida é como um cano
Eu, sou uma moeda insignificante rolando sem rumo lá dentro
Nós, apenas dissemos adeus com palavras
Eu, morri umas cem vezes
Você, volta para ela
E eu, volto para a escuridão”
Quando surge no final da música, o refrão, é ligeiramente alterado; invés de “eu, volto para nós,”, repete “eu, volto para a escuridão.” Deste modo, ela, parece conhecer o seu destino e não ter forças para lutar contra ele; estando conformada, ou pelo menos, consciente de seus comportamentos auto-destrutivos.
Assim, a “escuridão,” representa toda a negatividade, que estava consumindo Amy. A sua depressão, perante o final de um relacionamento, que é simbolizada também, no videoclipe, como um velório, de quem não consegue ver nenhuma saída, para a sua tristeza; não enxerga a luz no fim do túnel.
Algumas interpretações, apontam também, que “voltar para a escuridão,” possa ser um sinônimo de desmaiar; “apagar” de tanto beber; algo que a cantora, fazia com grande frequência.
Outras, vão mais longe, e apontam que “black,” pode ser uma referência a “Black Tar Heroin,” um tipo de heroína; substância altamente aditiva e destrutiva.
A música, acaba de forma dramática, com Amy, repetindo… a palavra “Black.” Cara… é muito triste.
No ano seguinte, o disco, foi o mais vendido do mundo e a cantora, recebeu diversos prêmios de renome. A sua carreira, no entanto, continuava marcada pelo escândalo. Ela, estava em guerra com os repórteres e paparazzis, que a perseguiam. Fazia aparições públicas, onde surgia notoriamente alcoolizada, ou sob o efeito de substâncias estranhas.
Ao longo de sua curta vida, Winehouse, manteve o hábito de doar parte do dinheiro que ganhava com a música, para muitas instituições de caridade; particularmente, aquelas preocupadas com crianças. Embora esse lado de sua personalidade, nunca tenha sido justamente divulgado, ela, era conhecida por sua generosidade.
Em 2008, Amy, apareceu nua em uma edição da “Easy Living Magazine,” pela conscientização sobre o câncer de mama. Em 2009, ela, gravou um CD, ao lado de músicos cubanos, com a intenção de aumentar a conscientização sobre a mudança climática. Em março de 2011, Amy Winehouse, doou mais de 20 mil libras em roupas, para uma loja de caridades.
Em 2012, foi revelado, que Amy, pagou pelo tratamento de um homem, que custou uma fortuna. Ele, não a conhecia e quando tentou agradecê-la, ela, recusou, pedindo que ele, apenas lhe desse um abraço.
Em 2009, Amy,, exausta, tirou algumas semanas de férias no Caribe, mas isso, se estendeu por seis meses. Blake, foi preso por acusações diversas; agressões, trafico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele, tentou incriminar Amy, mas, seus advogados, conseguiram livrá-la da acusação. Quando os paparazzis, flagraram Amy com um novo parceiro no Caribe, Blake, entrou com um pedido de divórcio, de dentro da cadeia. Na separação, ele, não recebeu nada.
Para Amy Winehouse, a música, era uma forma de sobreviver, de criar e se expressar, apesar de todo o sofrimento.
Ela, foi sem dúvidas, uma das artistas mais emblemáticas, da nossa geração, e infelizmente, morreu prematuramente, aos 27 anos.
Amy, chegou a se apresentar em turnê pelo Brasil, com shows em Florianópolis, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. A passagem dela pelo Brasil, prometia marcar, a volta por cima, da popstar britânica. Mas no mesmo ano, em sua casa, em Londres, onde era vigiada por um segurança particular, Amy, após uma noite de bebedeira, não acordou mais. O segurança, foi ao seu quarto, as 11 da manhã, e assimilou que ela estava dormindo, já que era comum, virar noites acordadas. As 15 horas, ele, voltou e a viu exatamente na mesma posição; achou estranho e constatou que Amy, não estava respirando; ele, chamou o resgate, mas era tarde. No dia 23 de julho de 2011, as 16 horas, foi confirmada a morte da estrela da música… Amy Winehouse.
A notícia, chocou o mundo. Blake, estava preso e foi notificado na prisão.
“Os guardas, abriram a porta da cela e perguntaram se ainda éramos casados, e me deram a notícia de sua morte.
Quando caí em mim e percebi as consequências, não consegui mais parar de chorar. Eu, amava Amy.”
3 dias depois, foi divulgado o relatório de sua autópsia, explicando, que o teor de álcool no sangue de Amy, no momento de sua morte, era cinco vezes maior, que o limite legal, de bebidas alcoólicas permitido. De acordo com o médico legista, As consequências do aumento de tais níveis, potencializaram a morte súbita de Amy Winehouse, sugerindo assim, suicídio, por excesso de consumo de álcool.
Após sua morte, seus pais, criaram a “Amy Winehouse Foundation.” Seu objetivo, é ajudar os jovens e outras organizações de caridade, fornecendo suporte, no combate ao alcoolismo.
É triste, mas exemplar. E assim, vamos chegando ao fim de mais um episódio do Clube da Música Autoral.
Esta, é a nossa indicação autoral, do episódio 28, a paulistana “Miranda Kassin.” O curioso, é que ela, despontou nas noites paulista, como cover de Amy Winehouse, em 2011, após sua trágica morte, e desde então, veio desenvolvendo seu próprio trabalho autoral.
Essa, e todas as músicas que citamos nesse episódio, estarão numa playlist exclusiva, que você poderá ouvir no Deezer e no Spotify, aliás, todos os podcasts do Clube, estão por lá. É só procurar por: “Clube da Música Autoral.”
Lembro também, que está rolando no Catarse, o financiamento coletivo do meu livro, “Os Delírios Musicais,” um projeto digno, que merece seu apoio.
E nas redes sociais, nas quartas-feiras, quinzenalmente, róla uma live, para debater os últimos episódios. Procure por: “Clube da Música Autoral,” que só de seguir, você já começa a fazer parte desse clube.
Amy Winehouse, continuará sendo lembrada, com carinho e saudades, por fãs de todo o mundo, que conheceram ou não a sua história, pois nesse caso, as letras de suas próprias canções, já são suficientes para narrar sua história.
Eu, tenho uma relação especial, com uma canção eternizada por Amy, que também, fala muito sobre sua vida. Permitam-me…
“Amy,, às vezes eu saio sozinho por aí e fico olhando a água
Daí, eu penso em todas as coisas que você poderia estar fazendo hoje
E, na minha cabeça, eu pinto sua imagem
Desde que cheguei em casa, tudo tem estado uma bagunça, sabe?
E eu, sinto falta de ver o seu cabelo bagunçado
E da maneira da qual você gostava de se vestir
Mas, você não vai aparecer mais, né?
Estou me fazendo de bobo
Por que você não aparece, Amy?
Será que está fazendo compras em algum lugar?
Mudou a cor do seu cabelo?
Está ocupada?
Ou, apenas continua confusa?
Amy, desde que você se foi
está tudo uma bagunça
Eu sinto falta de te ouvir cantar
E da maneira com a qual, você gostava de se vestir
Mas eu sei, você não vai aparecer
Eu é que tento me fazer de bobo
Oh Deus, mas por que você não aparece, Amy?”
Esse texto que eu recitei, claro, que com uma licença poética, é a letra da minha canção preferida, eternizada na voz de Amy Winehouse, e se chama: “Valerie.”
Certa vez, ela, participou de um programa na “BBC” em Londres e cantou essa versão ao vivo, que você vai ouvir agora, que é bem diferente da original, mas acabou ficando mais famosa do que a versão oficial.
Assim, chegamos ao fim. A edição do Clube da Música Autoral, é do Rogerio “Cocão” Silva e Meu nome, é Gilson de Lazari.
Foi um prazer falar de música com vocês… e até a próxima!
Amy Winehouse era fantástica e tinha potencial pra ser GIGANTE. Nós deixou cedo demais, infelizmente.
Que playlist, meu caro, parabéns! E mais uma vez ótimas indicações. Seu podcaster sempre nos trazendo boas surpresas.
Um abraço!