Conhecida como “A Voz,” Whitney Houston, é a cantora mais premiada de todos os tempos e foi um fenômeno de vendas. Sua história pessoal também é incrível, mas a história de sua mais famosa canção, “I Will Always Love You,” com certeza, vai te surpreender.
Formato: MP3/ZIP
Tamanho: 54,8 MB
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Roteiro e locução: Gilson de Lazari
Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni
Transcrição: Camilla Spinola
Arte da vitrine: Patrick Lima e Caio Camasso>
Edição de áudio: Rogério Silva
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Caro ouvinte, hoje, seremos embalados por baladas românticas e hits da Pop Music americana e vai ter emoção também, ah se vai… afinal, Sentimento, era sinônimo de Whitney Houston. …
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Prestes a começarmos as pesquisas sobre esse episódio de hoje, o Cocão, confessou que não conhecia praticamente nada sobre Whitney Houston e após refletir um pouco, lembrei que nem todos os discos dos grandes artistas gringos, chegavam ao Brasil e dos que chegavam, muitos, não eram trabalhados pelos representantes nacionais.
Entendam que, trabalhar um disco, significava, distribui-los nas rádios Brasil a fora, pagar aquele ardiloso Jabá, para a música entrar na programação, visitar lojistas de discos, fazer promoções, enviar o disco para críticos, anunciar em jornais, revistas, etc. e tal… Um baita trabalho, sem duvidas. Nessas, muitos discos legais, acabavam engavetados, enquanto outros, nem tão legais, estavam bombando. Visão de mercado, meu amigo. Algumas multinacionais, já enviavam os álbuns ao Brasil, com o pacote de divulgação completo, já pago.
É por isso, que existem algumas distorções no mercado fonográfico brasileiro. O artista que mais vendeu discos no mundo todo, são os Beatles, com quase dois bilhões de álbuns; já aqui no Brasil, o artista internacional, mais vendido, é Julio Iglesias; sim, um espanhol que cantava músicas românticas, e vendeu 15 milhões de discos, enquanto os Beatles, venderam apenas 550 mil. Daí, eu te pergunto: então, Julio Iglesias, é mais famoso que os Beatles no Brasil? Claro que não. Acontece, que sua gravadora, teve visão de mercado e investiu no Brasil.
Talvez, o principal motivo de conhecermos poucas musicas da Whitney Houston, seja esse, o baixo investimento da gravadora no mercado latino, já que, nos E.U.A, ela, é a cantora mais premiada da história, sendo a quarta mulher que mais vendeu discos no mundo, além de também, ser a única artista, que conseguiu emplacar sete singles consecutivos, na primeira posição dos E.U.A; um recorde que se mantém até hoje.
Talvez, nós aqui no Brasil, não tenhamos ouvido Whitney Houston, tanto quanto Julio Iglesias, mas isso, nem por um minuto, irá influenciar na história que contarei hoje. Esse, é o episódio 24 da temporada em homenagem as minas e hoje, conheceremos as histórias por trás da música, “I Will Always Love You,” que claro, não faria nenhum sentido, se não tivesse sido gravada por Whitney Houston.
Não se engane, essa que estamos ouvindo, não é Whitney Houston, é “Cissy,” uma cantora americana, que após uma longa carreira, como backing vocal de grandes nomes, como, Aretha Franklin e Elvis Presley, resolveu investir em sua carreira solo.
Cissy, veio de uma família de cantoras gospel; sua irmã e primas, eram cantoras requisitadas e participaram de centenas de gravações famosas, nas décadas de 60 e 70. Mas Cissy, era diferente, ela, queria ser uma estrela da música negra e até chegou a ter um pequeno sucesso, mas nada que fosse relevante, para a indústria fonográfica americana.
Mas nossa história, começa em 1981, durante uma pequena turnê de Cissy. Ela, além da banda, também era acompanhada por duas backing vocals. Naquela noite, o show seria numa boate em Manhattan, na sétima avenida, mas Cissy, passou mal. Com a voz rouca, ligou para uma de suas cantoras de apoio, e pediu que fizesse o show em seu lugar.
Tremendo, mas feliz com a oportunidade, a jovem cantora de apoio, que nunca havia feito um show como cantora principal antes, substituiu Cissy de forma magistral, e por acaso, na plateia, nesse dia, estava “Gerry Griffith,” um tipo de caça-talentos, que ficou chocado, quando ouviu o solo vocal, daquela jovem garota, de apenas 18 anos. Gerry, ligou para “Clive Davis,” um bem sucedido produtor e executivo do ramo musical, que já havia trabalhado com grandes nomes, como Janis Joplin, Santana, Bruce Springsteen, entre outros. Gerry, disse que ele precisava ouvir aquela garota, e seu nome, claro, era Whitney, e Sissy, a cantora que ela havia substituído naquela noite, era a sua mãe.
No dia seguinte, do hotel, Whitney, ligou para sua mãe, Sissy Houston,, para saber se ela, estava se recuperando bem e ficou chocada, ao ouvir Sissy, confessar que ela, havia armado aquela apresentação para Whitney protagonizar, pois, precisava saber se Whitney, estava pronta para encarar uma carreira sólida, como cantora.
Clive Davis, o executivo da Arista Records e ex presidente da Columbia, ao conhecer Whitney, ficou surpreso com sua beleza; acontece, que ela, além de cantora, era modelo e já havia feito diversas campanhas publicitárias. Clive, viu aí, um nicho que poderia dar muito certo e de cara, lhe ofereceu um contrato milionário, mas quem cuidava de sua carreira, era sua mãe, Cissy, que ainda achava cedo para um contrato, mas fez uma contra-proposta a Clive; elas assinariam, mas Whitney, lançaria seu disco sem pressa e o mesmo, precisava ter o respaldo dos melhores produtores musicais da época. A experiência de Cissy no ramo, fez com que ela, não cometesse os mesmos erros, duas vezes.
A primeira gravação profissional de Whitney, foi só em 1984, um ano após terem assinado o contrato, e foi um dueto com o cantor, “Teddy Pendergrass,” um ícone da R&B. A canção, se chamava: “Hold Me” e deu a Whitney, o seu primeiro gostinho do sucesso.
Enquanto isso, um baita time de produtores, vinham trabalhando no disco de estréia de Whitney Houston, entre eles, Michael Masser, compositor e produtor,, famoso por trabalhos com George Benson e Daiana Ross; Kashif, mestre dos sintetizadores, precursor do MIDI na música americana e parceiro de produção de Stevie Wonder; Jermaine Jackson, irmão de Michael Jackson e baixista dos Jackson Five, nessa época, ele, era o principal produtor da Motown Records e para fechar o dream time de produtores, Narada Michael Walden, que além de produtor, era um dos melhores engenheiros de mixagem da época, tendo no seu currículo, trabalhos com Leonel Richie, Aretha Franklin, Ray Charles, entre outros… Ou seja, podemos entender, que o primeiro disco de Whitney Houston, não foi um sucesso do acaso, ele, foi feito com endereço certo.
O Álbum homônimo, “Whitney Houston,” chegou as lojas, no dia 14 de fevereiro de 1985 e o primeiro single, foi “Saving All My Love for You.”
Inicialmente, a resposta do público foi lenta, mas pouco a pouco, foi subindo nas paradas e no verão, três canções desse álbum, emplacaram na primeira posição da Billboard e se mantiveram entre as mais pedidas, por incríveis 14 semanas; foi incrível! As outras canções, foram: “How Will I Know” e “Greatest Love of All.” Essa, eu sei que fez sucesso no Brasil… se liga…
Eram músicas feitas para casais apaixonados, mas, precisavam funcionar nas rádios americanas também, pois assim, ganhariam o mundo. Lembro que, o primeiro disco de Whitney, já foi um lançamento mundial e que deu certo; liderou as paradas em muitos países, incluindo Canadá, Austrália, Noruega, Suécia, Reino Unido, Alemanha e Suíça. No ano seguinte, Whitney, foi indicada para 4 categorias no Grammy e ganhou como a melhor cantora pop. Nascia, a próxima estrela da música mundial…
Os investimentos na carreira de Whitney, eram sincronizados. Em 1986, ela, saiu em sua primeira turnê, “Greatest Love Tour,” e sua primeira turnê, já era uma turnê mundial. Enquanto isso, video-clips sensuais, eram promovidos na MTV. Ela, foi considerada uma das 50 mulheres mais bonitas do mundo, segundo a revista “People.”
Enquanto isso, a expectativa pelo segundo disco, era enorme, e como em time que está ganhando não se mexe, Clive Davis, repetiu a dose e em 1987, com o título, “Whitney,” estreou o single, “I Wanna Dance with Somebody.” Mano, um mega sucesso!
Mas os críticos, não curtiram muito esse disco, apesar da qualidade inegável das músicas; eles, acusavam Whitney, de estar se repetindo. A Rolling Stone, avaliou seu segundo disco como “frustrante.” Apesar das críticas, mais quatro canções, chegaram ao topo da Billboard e somados, foram 25 semanas consecutivas, entre as mais tocadas da América; foi quando Whitney, conseguiu emplacar 7 músicas em primeiro lugar. Um record até hoje.
Além de faturar diversos prêmios, Whitney, tornou-se a mulher afro-americana, mais bem sucedida do mundo e a terceira maior artista negra, depois de Bill Cosby e Eddie Murphy. Aliás, Whitney e Eddye Murphy, chegaram a viver um romance. Vocês sabiam, né?
Cara, as músicas de Whitney, era um ótimo produto, pois Sissy, a mãe de Whitney, havia a ensinado cantar com alma; a interpretação era impecável, a afinação era cirúrgica e a imagem trabalhada em uma família tradicional, com influências religiosas, faziam os americanos se apaixonarem por Whitney. Ela, era a namoradinha negra, que todo velho conservador, aceitaria ver seu filho namorando. Apesar de esse ser o produto.
Mas Whitney, acabou se envolvendo com a luta de “Nelson Mandela.” Ela, se recusou a fazer negócios, com empresários que apoiavam o apartheid na África do Sul e digo mais, em 1988, ela, organizou um mega show em Londres, para comemorar os 70 anos de Mandela, onde, 72 mil pessoas, lotaram o estádio de Wembley e mais de um milhão de dólares, foram arrecadados para instituições de caridade. Esse show, abriu os olhos do mundo para o apartheid.
De volta aos E.U.A, Whitney, continuou com uma série de shows beneficentes e em 1989, formou a “The Whitney Houston Foundation For Children,” uma organização sem fins lucrativos, que levantou fundos para as necessidades de crianças, em todo o mundo.
Enquanto isso, em New Jersey, sua carreira musical, recebia duras críticas por parte do público negro, que acusava Whitney, de ter se vendido ao estilo Pop, abandonando suas raízes da Black Music. Em outras palavras, Whitney, era acusada de ser uma negra de vida branca, mas a verdade, é que ninguém sabia das suas origens humildes e acho que nem você, que está me ouvindo nesse momento, deve saber. Então, Cocão, já sabe, né?
Cuidado para não se enganar novamente, essa que estamos ouvindo, não é Whitney, é “Aretha Franklin,” uma das maiores cantoras de todos os tempos. Ela, é madrinha de Whitney Houston, que nasceu no período em que sua mãe e Aretha, trabalharam juntas.
Cissy, havia se separado do seu primeiro marido, para se casar com “John Russell Houston,” um ex-soldado reformado. Além do filho do primeiro casamento de Cissy, o casal, teve mais dois filhos e Whitney, é a irmã do meio. Ela, nasceu no dia 09 de agosto de 1963.
Durante a infância, Whitney, foi apelidada de “Nippy.” Seus familiares, nunca a chamaram de Whitney, aliás, era estranho para eles, chamarem ela por seu nome verdadeiro, “Whitney Elizabeth Houston.”
Cissy, vivia em turnês e seus filhos, ficavam com suas irmãs, inclusive, existem relatos, de que Nippy, fora molestada na sua infância e isso, teria alterado sua percepção sexual.
Toda família Houston, frequentava a igreja batista de Newark, em Nova Jersey. Nippy e seus irmãos, cresceram num bairro barra pesada, que durante os anos 60, foi palco de muitos conflitos pelos direitos civis. Se quiser aprofundar, falo sobre esse período, no episódio 21, “Nina Simone.”
Todas as mulheres da família de Cissy, eram cantoras e participavam do coro da igreja; era uma tradição, inclusive, Nippy, começou cantando na igreja, mas ela, era diferente e aos 11 anos, já era a solista do coral. Sua mãe, ensinou a ela tudo o que sabia. Nos treinos, Cissy, exigia de Nippy, dedicação total; as vezes, era até desumano. No futuro, um jornalista perguntou a Cissy, qual era o segredo do sucesso de Whitney e ela respondeu: “Eu! Pois, ensinei tudo a ela; voz de cabeça, voz de garganta e voz de peito; vibrato, sustentação de notas; ela, dominou todas as técnicas, Mas além disso,, eu, a ensinei como se comportar no palco e principalmente, a cantar com alma.”
Acontece, que a frustração de Cissy, por não ter conseguido ser uma cantora de sucesso, de certa forma, respingou em sua filha; muitos, dizem que Cissy,, invejava o talento da própria filha.
Apesar de ser devota da igreja batista, Whitney, se formou em um colégio católico. Aos 15 anos, ela, já cantava com grandes músicos em estúdios, como “Roberta Flag” e “Chaka Kan,” onde Whitney, emprestou sua voz, em apoio para sua mais famosa gravação, “I’m Every Woman.”
Ao mesmo tempo, Whitney,, com 16 anos, tornou-se uma modelo requisitada; ela, foi a primeira negra, a ser capa da revista “Seventeen.” Consequentemente, ela, ganhava bem e a independência financeira, fez com que ela, saísse de casa, para morar com sua amiga do Colégio, “Robyn Crawford.” Todos, suspeitavam que as amigas, eram mais que amigas e no futuro, essa suspeita foi comprovada, inclusive, Robyn, admite que será eternamente apaixonada por Whitney Houston.
Mas a saída de casa, teve a ver também, com o clima tumultuado de sua família. A imagem de família unida, era fake, na verdade, Cissy, traía John e John, tinha um caso com a irmã de Cissy; o irmão mais velho de Whitney, havia se tornado um jogador da NBA, mas fôra expulso da liga, pois foi pego no exame antidoping; para piorar, o irmão mais novo, também seguia o mesmo caminho, ou seja, a família de Whitney, foi tudo, menos estruturada.
Aos 18 anos, Whitney, acompanhava sua mãe em alguns shows e foi nessa época, que ela a enganou, para que fizesse seu primeiro show solo. Nippy, foi um sucesso; ela, imitou sua mãe em tudo, inclusive, nos discursos entre as músicas. Ela, estava pronta, mas Cissy, soube esperar e através de um contrato milionário, transformou Whitney, na maior artista pop americana. E se você, por acaso duvida do sucesso de Whitney, lembro que, em 1986, seu disco de estréia, desbancou o icônico “True Blue,” de Madonna, das paradas.
Ok, agora, nos encontramos de volta, em 1990, vocês lembram, né? Whitney, estava tendo suas raízes negras contestadas, então, ela, resolveu se arriscar como produtora musical e com o aval da gravadora, trocou completamente, o time que a havia levado ao sucesso. Sua tentativa inicial, foi tentar implantar, influencias mais latentes da Black Music, e em novembro de 1990, chegou às lojas, o disco “I’m Your Baby Tonight,” cujo a música de trabalho, era uma parceria com ninguém menos, que “Stevie Wonder.”
O Disco foi um grande sucesso, mas ficou longe dos números surreais, dos dois primeiros discos. Mas de boa, Whitney, já tinha mais dinheiro do que conseguiria gastar. Com maior independência na gravadora, ela, também passou a empregar toda sua família, desde Robyn, sua namorada do tempo de colégio, até seus irmãos drogados e seus pais desquitados. Ela, tentava forçar a reconstrução da família, mas, fez isso no pior lugar possível, na estrada, e pior, ainda topou participar com eles, de um reality show, que expôs ainda mais, os defeitos daquela família.
Em 1991, Whitney, cantou o hino americano durante o Super Bowl. Essa performance, marcou gerações. Acontece, que o país,, estava novamente, divididos em mais uma guerra do Tio Sam, a guerra do Golfo. Aquela execução do hino, levou milhares de patriotas aos prantos e até hoje, é lembrada como um marco do patriotismo americano.
Whitney, estava voando; ela brilhava em todos os aspectos, mas a família Houston, eram péssimos e faziam muito mal para Whitney, literalmente, estavam acabando com sua paz e como desgraça pouca é bobagem, Whitney, começou um romance com “Bobby Brown,” um cantor de R&B, ex-integrante de uma banda de relativo sucesso da década de 80, chamada “New Edition.” Brown, era um bad boy, que havia conquistado atenção na mídia, por causa de suas polêmicas. Ele, tinha problemas frequentes com a polícia, e falava o que pensava. Whitney, não sei porquê cargas d’água, viu nesse cara, um contra-ponto da mulher refinada que ela era. Eles, acabaram se casando, mas Bobby, era inseguro, machista e dominador; para piorar, era também, dependente químico e alcoólatra. O cara, foi uma péssima influência para Whitney, que já usava drogas, por influência dos irmãos, mas, a partir do seu relacionamento com Bobby Brown, aquela prática recreativa, começou a ficar preocupante.
A vida de Whitney Houston, estava de cabeça para baixo, mas ainda bem, que ela, podia contar com a ajuda de Robyn,, sua amiga e nas horas vagas,, amante. Bobby, odiava Robyn, e o clima, tanto pessoal,, quanto profissional, só piorava em volta de Whitney, até que… em 1992, ela, recebe a maior e melhor proposta de sua vida, estrelar em um filme de Hollywood, mas não um filme qualquer, um filme, ao lado de um dos maiores atores daquela época, “Kevin Costner.” É claro que eu estou falando de “O Guarda-Costas,” mas antes de falar sobre isso, já aproveito para pedir ao Cocão, que rode a vinheta, pois agora, falaremos também, sobre “I Will Always Love You.”
Não podemos falar sobre I Will Always Love You, sem falar da super produção hollywoodiana, “O Guarda-Costas,” nos E.U.A, “The Bodyguard.” O enredo daquele filme, dizia muito sobre a vida particular de Whitney, pois ela, era perseguida e abusada pelos próprios membros de sua família.
Kevin Costner, havia tido sua primeira experiência como diretor, em “Dança com Lobos,” de 1990, onde além de dirigir, também atuou. O sucesso de bilheteria daquele blockbuster, superou o esperado, então Costner, com o apoio da Warner Pictures, resolveu repetir a dose. Ele, vinha estudando o roteiro de O Guarda-Costas, um filme que a Warner, já havia tentado produzi-lo duas vezes, sem sucesso.
Kevin Costner, teve a sacada de chamar uma verdadeira e autêntica estrela da música, para o papel e na sua cabeça, existia apenas Whitney Houston. Ele, entrou em contato com seus agentes, mas ela estava sem agenda para as filmagens. Costner, conseguiu fazer a Warner, adiar as filmagens por um ano, até que Whitney, estivesse disponível; algo inédito para a indústria cinematográfica.
Quando o filme estreou em 25 de novembro de 1992, ele, lotou todas as salas de cinema. O Guarda-costas, faturou 16 milhões, só no primeiro fim de semana e foi a segunda maior bilheteria daquele ano, no mundo todo.
Os críticos, claro, pegaram um pouco no pé, disseram que era um filme muito meloso e melodramático, mas acontece, que, a música tema do filme, “I Will Always Love You,” clamava por esse melodrama. Ela, era tão importante quanto o roteiro e Kevin Costner, sabia disso. Ele, foi audaz; além de indicá-la, teve também, a ideia de começá-la a capela, só com a voz de Whitney.
Cocão, prepare-se para voltarmos aos programas de rádio dos anos 90, quando o locutor, com uma voz aveludada, traduzia as músicas internacionais mais apaixonantes das paradas de sucesso; aquelas, que tocam nosso coração suavemente e nos fazem lembrar, da pessoa amada…
Esse solo de Sax, foi escrito e executado por “Kirk Whalun,” hoje, um famoso saxofonista cristão, que difunde o Jazz Gospel pelos E.U.A. Seu solo, foi considerado um dos mais belos de todos os tempos, a ponto de tornar-se quase uma obrigação aos novos saxofonistas, aprenderem a executá-lo.
E foi assim, que milhões de casais, se apaixonaram, ao som de I Will Always Love You. Imagine quantos primeiros beijos, foram embalados nas salas de cinema e quantos noivos, casaram-se ao som dessa, que foi considerada a principal balada romântica do século XX e que sem dúvidas, amolecia o coração de muitos machões mundo a fora, e deixando aquele suor masculino, escorrer pelos olhos.
Inclusive, quem disse que I Will Always Love You, era “a Canção de amor do século, foi o produtor dela, na versão de Whitney, “David Foster,” famoso por ter trabalhado com Michael Jackson, Celine Dion entre outros tantos. E Whitney, acabou apelidada de “The Voice,” “A Voz!”
Foram incríveis 14 semanas em primeiro lugar nas paradas da Billboard e o Single mais vendido de todos os tempos. Mas talvez, você, possa estar se perguntando, com tanto sucesso, com certeza, Whitney Houston, ganhou o Oscar de melhor canção original. E realmente, ela tinha tudo para ganhar, mas, infelizmente não ganhou, e o único motivo, é que essa canção, não era uma canção original escrita para o filme O Guarda-Costas, ela, era, até então, uma canção Country,, composta pela cantora “Dolly Parton,” em 1974. E sabe quem a ouviu na época, gostou e queria gravá-la? Ninguém menos, que o rei, “Elvis Presley,” já na sua fase “Las Vegas.”
Mas a proposta do Coronel Tom Parker, que gerenciava a carreira do rei, foi ruim, ele, pediu 50% dos royalties da canção e Dolly Parton, não achou um bom negócio. Ela mesma, acabou gravando a canção e a cantou, em um filme de 1982, chamado: “The Best Little Whorehouse.” E vale lembrar, que I Will Always Love You, chegou a ficar no topo, entre as músicas Country, mais ouvidas de 1982. Vamos ouvir um trecho dessa versão…
Legal né? Sabe o que também é curioso, quando o produtor David Foster, estava arranjando essa canção, para o Filme de Kevin Costner, ele, resolveu ligar para Dolly Parton e ela, o lembrou que na versão original, além de ter um trecho a mais de letra, a canção, também subia um tom. David Foster, então, criou o momento clássico da parada, que fazia a canção voltar um tom acima, evidenciando, todo o talento de Whitney Houston.
Dolly Parton, narra que estava dirigindo quando ouviu a versão de whitney pela primeira vez no rádio, ela se surpreendeu; não tinha instrumentos, era apenas a voz dela a capela. Dolly,, quase bateu o carro, ela precisou encostar no meiofio e chorou de alegria, ao ouvir o que, sua música havia se tornado. Segundo a própria compositora, hoje, I Will Always Love You, é uma música que pertence a Whitney Houston, devido a tamanha emoção, que aquela mulher conseguiu expressar.
Mas como sabemos, todo aquele talento, não durou muito. Após o lançamento de O Guarda-Costas, Whitney, subiu a estratosfera; ela, era a artista mais requisitada do mundo e Bobby Brown, seu marido, que gostava de ser o centro das atenções, ficou extremamente enciumado, passando a beber e se drogar ainda mais e pior, levando Whitney com ele.
A mídia, maldosamente, trocavam seus sobrenomes, chamando Bobby de “Sr. Houston,” em referência ao sobrenome mais famoso. Ele, ficava furioso e Whitney, frequentemente, era fotografada por paparazzis, com hematomas no rosto, causados, claro, por brigas com Bobby Brown. No dia 03 de março de 1993, nasceu a primeira e única filha do casal, “Bobbi Kristinna Brown.” Whitney, numa tentativa desesperada de manter sua família, se afastou dos palcos, para satisfazer o ego de Bobby Brown, mas aquele, era um castelo que estava ruindo, ela, deveria ter se afastado de todos, mas, não queria ser como sua mãe, que abandonou os filhos na infância e traiu o marido.
Whitney,, não queria aceitar o desmonte de sua família e resolveu promover seu pai, como agente e produtor executivo, mas ele, teve a moral de roubá-la. Quando Whitney descobriu, claro, o demitiu, mas ainda assim, seu próprio pai, ainda teve coragem de processá-la em 6 milhões de dólares.
Whitney, buscava refúgio nas drogas. Ela, estava ficando muito magra e chamava a atenção da mídia. Em seus shows, ela não conseguia mais atingir o tom original das canções e estava irreconhecível. Foram várias internações em clínicas de reabilitação, mas como um karma, ela nunca conseguia se livrar do vício.
No lugar de seu pai, ela, promoveu como agente e produtora, sua amiga Robyn, que conseguiu colocar a agenda em dia. Robyn, realmente amava Whitney; ela, a convenceu de abrir o jogo com a imprensa, sobre sua dependência química. Isso foi ótimo, pois causou comoção nos fãs e principalmente, na imprensa marrom. As manchetes eram: “Whitney pede socorro.” E ela, foi atendida. Todos deram uma trégua a ela, menos a porra do Bobby Brown. Ele, era um verme e detestava Robyn; infernizou Whitney, até que ela a demitisse. Robyn, seu único porto-seguro, se afastou completamente de Whitney.
A partir disso, começam a aparecer na mídia, fotos de Whitney em biqueiras, totalmente zumbi, sob efeito de drogas pesadas. Bobby Brown, no auge da decadência, pulou fora e se separou finalmente de Whitney, Mas ela, era apaixonada por ele e esse, foi o início do fim, não apenas do fim desse episódio do Clube da Música Autoral, mas o fim da história de uma das maiores cantoras que já pisou nesse planeta.
Em 2002, enquanto os E.U.A se preparavam para ir à guerra do Iraque, “Saddam Hussein,” fez anúncios de rádio e TV, usando I Will Always Love You de fundo, enquanto tentava a sua reeleição. A gravadora de Houston, apresentou uma queixa nas Nações Unidas, mas isso também, mostrou a versatilidade de influência, que aquela melodia, podia causar. E pensando em quebrar um pouco esse clima de tristeza, nossa indicação autoral, é assim, como Saddam Husseim, uma mistura meio explosiva…
Essa, é a indicação autoral desse episódio. É uma banda de Punk Rock inusitada, chamada: “Me First and the Gimme Gimmes.” Na verdade, não é uma banda fixa e sim, uma reunião de músicos de bandas, como No Use for a name, Foo Fighters e NOFX; eles, vira e mexe, se juntam para criar versões de músicas clássicas, claro, sempre em formato Punk Rock. Inclusive, as outras versões são sensacionais! Se gostou, já aviso que essa versão da banda Me First and the Gimme Gimmes, além de todas as músicas que foram mencionadas nesse episódio, estarão na nossa playlist, para você ouvir no Deezer e no Spotify.
Gostaria de agradecer aos sócios diretores do Clube… João Junior Vasconcelos Santos, Matheus Godoy, Antonio Valmir Salgado Junior, Luiz Prandini, Emerson Castro, Henrique Vieira Lima e Caio Camasso, que inclusive, está fazendo ao lado do grande Patrick Lima, as artes de vitrine dessa temporada. O Instagram do Caio, é: @artecamasso
Lembro também, que está rolando no Catarse, o financiamento coletivo do meu livro, “Os Delírios Musicais,” um projeto digno, que merece seu apoio.
E nas redes sociais, nas quartas-feiras, quinzenalmente, rola uma live, para debater os últimos episódios. Procure por: “Clube da Música Autoral,” que só de seguir, você já começa a fazer parte desse clube.
Por fim, acesse nosso site: clubedamusicaautoral.com.br, que lá, você, encontra todos os links, que foram citados nesse episódio.
Antes de encerrar, é bom lembrar, que depois de muitas internações em clinicas especializadas e tratamentos pontuais, Whitney, por um certo período, estava aparentemente liberta das drogas. Ela, participou de outros filmes e voltou a gravar, mas claro, sem aquela expressão incrível que a marcou nos anos 80.
No dia 11 de fevereiro de 2012, Whitney, compareceu na festa pré-Grammy, organizada por seu produtor musical, Clive Davis. Ela, estava ansiosa pelo grande dia, onde seria homenageada, mas, dois dias após esse evento, ela foi encontrada morta, em uma banheira de hotel. Relatos dizem, que toda a suite estava alagada; a perícia foi chamada e não acharam evidências de crime.
Poucos dias depois, o departamento de polícia de Beverly Hills, divulgou a causa oficial da morte de Whitney Houston… “parada cardíaca pós-afogamento.” Apesar de todos os amigos dela, jurarem que Whitney estava limpa, os legistas, encontraram vestígios de 5 drogas diferentes, entre as principais, cocaína e anfetamina.
Whitney Houston, tinha 48 anos e deixou toda sua fortuna e maldição, para sua única filha, Bobbi Kristina Brown. Ela, jurou seguir a carreira da mãe; fez apresentações e gravou algumas músicas, mas ela, assim como a mãe, tinha problemas com drogas e no dia 31 de janeiro de 2015, Bobbi, foi encontrada, exatamente como sua mãe, afogada em uma banheira. Os paramédicos, chegaram a tempo de ressuscitá-la, mas ela, precisou ser colocada em coma induzido. O tratamento não surtiu efeito e após 6 meses de coma, Bobbi, foi declarada oficialmente morta.
A produção do Clube da Música Autoral é minha, Gilson de Lazari e a edição, é do Cocão, Rogério Silva.
Para encerrar esse episódio dramático, deixaremos uma das melhores performances ao vivo de Whitney, executada em 1999, onde na plateia, com apenas 6 anos de idade, estava sua filha Bobbi, assistindo.
Whitney, começa perguntando a plateia, se eles estão se divertindo, já que essa noite, o show é sobre crianças e músicas.
Eu preciso tocar essa próxima música, porque é uma obrigação, ela é sobre respeito e amor, e para mim, música e respeito, são a mesma coisa.
E se nossas crianças, crescerem com música na vida delas, aí, não haverá dúvida, de que sempre, sempre, haverá amor.
Foi um prazer falar de música e amor com vocês.
Até a próxima!
Eu não entendo como “I Will Always Love You” virou uma canção de casais apaixonados, se você prestar atenção na letra da música por completo e não apenas no título da música vai ver que é uma canção de despedida e separação, e não uma canção de união de casais. Falando em termos das gírias brasileiras, é a popular música de fossa rsrs…